POR UM PUNHADO DE EUROS

26/11/2025

La morte sull'alta collina (1968 / Fernando Cerchio) | SpagvemberFest 2025

 

Estava convencido de já ter visto este filme, mas o Letterboxd tinha uma história diferente para contar. Não o tinha lá marcado, e acabei por vê-lo no início da semana. Lançado em Portugal com o incompreensível título "Matar ou Não Matar!", este é o último filme do italiano Fernando Cerchio. O segundo ambientado no oeste americano. 

A estrela é o mui jovem, Peter Lee Lawrence. Um actor que quase toda gente desconhece, mas do qual todos viram ao menos um filme: Por Mais Alguns Dólares. Onde nem sequer foi creditado, apesar do mote do filme ser feito em cima da recorrente cena de flashback onde ele participa. Tenho a certeza de que já contei a história, mas vale a pena recordá-la para quem chega agora ao blog.

Tudo começa quando um bando de mexicanos assalta o banco da cidade fronteiriça de Two Arrows. Loring (Peter Lee Lawrence) e Parker (Luís Dávila) testemunham o roubo e decidem perseguir o bando, ficando eventualmente com o saque para proveito dos próprios.

A primeira meia-hora do filme é bastante satisfatória. Não lhe faltando acção e até alguma piada, sempre servida pelo grupo de bandoleiros liderados pelo General Valiente (grande trabalho de Tano Cimarosa) e o seu tenente Augustin (Jesús Guzman). Mas depois a coisa toma caminhos tortuosos que ferem a vista do espectador. Sendo ainda assim de realçar que o caminho do western galhofa, que chegaria nos setentas, estava aqui a ser talhado muito antecipadamente.

Mas infelizmente o resultado é insonso. Para memória futura ficam dois ou três apontamentos realmente divertidos. Sobretudo a cena hilária em que o capanga do mentor por detrás dos assaltos usa storyboards para explicar os planos de roubo. O filme não terá tido um orçamento avultado, usando até excertos de bandas sonoras não originais. Conta ainda assim com belíssimos exteriores, captados entre Madrid e Tabernas.

Provavelmente não terei oportunidade de ver mais nenhum filme nos próximos dias e estando o mês a finar, dou como encerrada a minha maratona SpagvemberFest deste ano. Admito que foi bom voltar a escrever por aqui com regularidade. Não prometo um verdadeiro regresso com pontapé na porta e chumbo no canhão, mas como dizia o Pedro Santana Lopes: Vou andar por aí!

Visto via YouTube, aqui.


23/11/2025

Al oeste de Río Grande (1983 / José María Zabalza) | SpagvemberFest 2025

 

No Oeste americano após a Guerra Civil, a coexistência é sujeita à violência que a guerra gerou entre os contendores. Sem uma autoridade organizada, juízes e carrascos surgem por toda parte. Esta é a premissa para o último western de José María Zabalza, um filme rodado já nos anos oitenta e por isso desconexo do grande filão.

A sinopse vendeu-me a ideia do filme, mas a execução mais parece ser uma brincadeira de índios e cowboys de um par de crianças do primeiro ciclo. Ainda assim, quero acreditar que o Zabalza tinha o coração no sítio certo, atendendo à mensagem pacifista que mesmo na confusão, consegui vislumbrar.

Nesta manta de retalhos, uma mulher viverá um calvário depois do seu marido ficar preso sob uns madeiros. Ao pedir ajuda, nenhuma das pessoas com que se cruza na estrada a auxilia. Todos demasiados ocupados nas suas vidinhas violentas.

O homem que agonia enquanto a maré sobe é nada mais nada menos que Aldo Sanbrell, uma das carantonhas mais reconhecidas da galeria de mauzões do western europeu. Foi penoso vê-lo em tal papel. Envelhecido e sem oportunidade de fazer mais do que gemer durante o filme quase todo.

Talvez tenha sido o pior euro-western que vi na vida e certamente o pior dos 17 que vi até agora nesta maratona de 2025. Todavia o objectivo de dar conta da filmografia western de Zabalza está concluído. Hurra!

Visto via YouTube, aqui.

22/11/2025

Requiescant (1967 / Carlo Lizzani) | SpagvemberFest 2025


Lou Castel (Requiescant) interpreta um jovem criado por um pregador ambulante, depois da sua família ser massacrada por um grupo de soldados confederados. Criado como pacifista, o rapaz verá a sua vida dar uma volta quando a sua meia-irmã foge. A busca que se segue revela-lhe um talento inesperado: uma pontaria exímia! Este não é mais um típico westerm-spaghetti. Carlo Lizzani tal como Giulio Questi (e outros), não morria de amores pelos westerns e por isso a sua participação é um autêntico outlier.  

Mark Damon é George Bellow Ferguson um aristocrata sulista pró-esclavagista. Defensor acérrimo dos mesmos princípios que esses perigosos desmiolados do movimento Reconquista têm apregoado recentemente. Não deixa de ser curioso que um filme politicamente posicionado, feito nos finais de sessenta abordasse os problemas que a sociedade moderna enfrenta: o racismo, o regresso aos valores tradicionais, o desrespeito pela mulher, etc.

Esta terá sido a minha terceira visualização deste “Os Assassinos também choram” (título nacional). E talvez pelo contexto actual da nossa sociedade, sinto que o filme cresceu em mim. Podem julgá-lo vocês mesmos se tiverem subscrição do Prime Video. A versão que lá encontram é a anglo-saxónica. Tem imagem impecável, mas com uma legendagem atroz. 

Uma curiosidade antes de ir. Este é o único western-spaghetti a contar com o mítico cineasta, poeta e intelectual italiano Pier Paolo Pasolini. Uma figura controversa que a RTP tem tido o bom gosto de homenagear agora que se cumprem 50 anos da sua morte, exibindo alguns dos filmes do cineasta. Se forem rápidos no gatilho ainda conseguem apanhá-los no RTP Play

Leiam também a resenha do Emanuel, aqui. Hoje foram só boas sugestões, amanhã logo se vê!

Visto via Prime Video.

20/11/2025

La colt è la mia legge (1965 / Alfonso Brescia) | SpagvemberFest 2025

 

Depois de uns dias de folga, voltei a picar bilhete na maratona Spagvemberfest. E este ano está a render. Mais um filme obscuro riscado da minha watchlist! Este "O Colt é Minha Lei" (título brasileiro) é o primeiro western de Alfonso Brescia, que aqui nos presenteia com uma história muito influenciada pela estrutura do personagem pulp, Zorro.

Dois agentes federais infiltram-se na cidade de San Felipe, onde tentarão descobrir quem está por detrás dos frequentes assaltos ás diligências que passam pela região. Um trabalha para um rancheiro suspeito e o outro ganha a confiança romântica da sobrinha do mesmo.

Como dizia, os tiques da figura Zorro são aqui amplamente usadas numa das personagens, George Benson, interpretado eficazmente pelo madrilenho Ángel del Pozo. Que ora aparece em cena enquanto heróico cavaleiro mascarado, ora cirandando na sua vida quotidiana, escamoteado por detrás de uma persona algo afeminada. 

Não faltam westerns europeus a usar a personagem, seja de uma forma directa (de onde se destaca a versão de Duccio Tessari) ou em variantes mais ou menos equivalentes (O Magnífico Texano, Starblack, etc). Este não deslumbra, mas também não chateia. Acho que só não gostei da economia de cenas acrobáticas, que são um must neste filão. E das correções de velocidade da fita nas perseguições a cavalo. Uma técnica que não envelheceu nada bem.

O controverso canal Grjngo tem sido uma fonte incrivelmente fiável nesta maratona. A versão que me apeteceu no feed tem imagem impecável e dobragem em espanhol. 

Visto via YouTube, aqui.

16/11/2025

Corri uomo corri (1968 / Sergio Sollima) | SpagvemberFest 2025

 

Depois de “O Grande Pistoleiro”, regressa “Cuchilllo”. O homem da faca mais rápida do Oeste. Maltrapilho, mal-educado. Ladrão, esfomeado, mas de bom coração. Não desespere, leitor super-ocupado, isto não é o Marvel Cinematic Universe, podem por isso saltar directamente para aqui sem a necessidade de ir conferir a aventura anterior do maior lançador de facas do western europeu. 

Após ajudar na fuga de um “perigoso poeta”, Cuchillo recebe a localização de um esconderijo de ouro destinado a financiar a Revolução Mexicana. Perseguido por mercenários, bandidos, oficiais corruptos, um pistoleiro americano e até mesmo pela sua noiva, Cuchillo terá que usar toda a sua astúcia para sobreviver.

Sergio Sollima, conhecido intelectual do cinema italiano, volta a escrever e realizar uma fábula western cravejada de elementos politizados, que por milagre passaram no crivo da censura de Franco. Sendo liberado para filmagem nos desertos do país que o déspota governava com mão de ferro.

É uma lástima que Sollima só tenha filmado três westerns. Este “Corre, homem corre” foi o último desses e apesar de não ser o seu melhor trabalho, temos aqui um filmaço de topo. O que já diz muito sobre a fasquia com que ele se marcava.  

O Emanuel escreveu extensivamente sobre o filme, por isso reencaminho-vos para aqui. Saibam ainda que o filme está no catálogo do Amazon Prime Video, no seu idioma original italiano, como manda a lei! A imagem é boa mas se quiserem uma experiência mais cintilante, recomendo-vos uma ida ao Videoclube do Sr. Joaquim!

Visto via Prime Video.

Chiedi perdono a Dio... non a me (1968 / Vincenzo Musolino) | SpagvemberFest 2025

 

Ontem foi dia de rever esta aparente continuação de “Cjamango, o Vingador”. Aparente, porque além da reutilização de uma personagem chamada Cjamango, não vislumbro quaisquer relações com o filme de Edoardo Mulargia lançado no ano anterior. Vincenzo Musolino que esteve no roteiro desse filme, toma as rédeas da produção neste “Pede Perdão a Deus”. Assumindo também o roteiro e a realização.

Neste, o pistoleiro Cjamango (agora vivido por George Ardisson) vai ter de se vingar dos homens que conspiraram e mataram a sua família. Uma senda de vingança que trará cadáveres a rodos.

Um filme bem fotografado e recheado de actores talentosos. Tem também muitíssima cena de acção, que fazem esquecer a simplicidade com que a trama avança.

“Pede Perdão a Deus” está actualmente disponível no catálogo da Amazon Prime, numa versão dobrada em inglês e com uma qualidade de imagem imaculada. Não se penitenciem, vão mas é ver este petardo.

Visto via Prime Video.

14/11/2025

30 Winchester per El Diablo (1965 / Gianfranco Baldanello) | SpagvemberFest 2025

 

Sou um grande defensor de "Black Jack", mas a filmografia western de Gianfranco Baldanello nunca esteve perto de repetir o feito. O austríaco Carl Möhner de quem já tinha gostado em “O Homem da Pistola de Ouro” (também de 1965), repete aqui uma boa presença. Além da sua competência na arte da representação tem o físico adequado. Deveria ter tido mais oportunidades, sobretudo a estrelinha de ser escalado para um filme de um realizador da primeira linha. Mas não aconteceu.

Jeff Benson (Carl Möhner) resgata um jovem de um massacre, juntos cavalgam até Canyon City onde procuram trabalho. Mas a zona está sob o domínio de um bandido chamado “El Diablo”. O xerife Webb não consegue conter essas ilegalidades do bando e Jeff Benson aceita dar uma mãozinha. 

O filme é prazeroso e depois do temporal que se abateu aqui na Margem Sul na noite em que o vi, foi mesmo a única coisa quentinha da noite. Gostei especialmente da prestação dos duplos e especialistas.  Não são poucas as cenas de acção e por regra são todas eficazes.  Mas há ali coisas que me chatearam, o estilo do filme tem muito do western-spaghetti mas não deixa de ser um híbrido e essas influências do western americano dos anos 50 não acrescentam.

A versão que vi foi a espanhola. A imagem está longe de ser primorosa, o que me prejudicou na apreciação da fotografia. Oxalá seja resgatado, para reapreciação.

Visto via YouTube, aqui.

13/11/2025

Cemitério Vermelho (2022 / Francisco Lacerda) | SpagvemberFest 2025

 

Não conheço pessoalmente nenhum dos implicados no projecto “Cemitério vermelho” pelo que rejeito desde já qualquer acusação de falta de independência! Dito isto, juro a pés juntos que até ver, que este foi o melhor western europeu que vi nesta maratona de 2025. Ou seja, uma curta-metragem de 10 minutos, de origem portuguesa, lançada décadas depois da febre, dá uma abada na concorrência!
 
"Cemitério Vermelho" é uma curta-metragem amadora habilmente produzida por uns maganos açorianos. Francisco Lacerda realiza e Francisco Afonso Lopes protagoniza. O seu "caloteire" tem um papel divertidíssimo que tanto deve ao Tuco de Eli Wallach como a qualquer um dos muitos besuntas vividos pelo mítico actor espanhol, Fernando Sancho.

Entre as cruzes de um antigo cemitério, dois foras da lei travam uma disputa sobre honra, companheirismo e ganância. Não podendo desvendar demasiado, digo-vos como fanático do western-spaghetti que a curta é um fartote. A fotografia é impecável. Os diálogos entre os dois pulhas (Francisco Afonso Lopes e Thomas Aske Berg) são divertidíssimos e a música assenta-lhe que nem uma luva. Depois, o pano cai ao som do José Pinhal, que garante um prolongar de sorrisos até ao cair dos créditos finais.

Quem conhece minimamente o trabalho de Francisco Lacerda (Karaoke Night, Freelancer, etc.) saberá que o gore é a sua praia. E aqui, apesar do tema ser o western, não falta tripa! A verdade é que não sei a que profundidade vai o conhecimento e interesse de Lacerda sobre o western-spaghetti mas pouca não será. Diria que possivelmente a maior referência para a feitura de "Cemitério Vermelho" tenha sido o estranhíssimo "Django Mata!" do mestre Giulio Questi. Um filme que apesar de granjear algum culto, continua a ser desconsiderado.

Resumindo e baralhando, recomendo vivamente que vão ver este “Cemitério Vermelho”, mas não sei como poderão fazê-lo. Lamento. Eu recebi em tempos um contacto do Francisco Afonso Lopes que me facilitou um link seguro e que voltei a usar. Contactem os Franciscos, exijam a disponibilização do filme. Chega de segredos. O azoresploitation é do povo!

Visto via Vimeo.

11/11/2025

Spara Joe... e così sia!!! (1971 / Emilio P. Miraglia) | SpagvemberFest 2025

 

A segunda semana para maratonar westerns europeus começou. Para não correr riscos desnecessários tentei escolher um filme do qual tinha já algum feedback positivo e que precisava ver para dar como encerrada a vistoria da filmografia western do gringo Richard Harrison.

Durante muitos anos só se encontravam versões dobradas em francês de "Joe Dakota", título genérico adoptado em vários países (em Portugal não terá estreado em sala). Mas mais recentemente algum benemérito gravou a exibição na televisão espanhola e disponibilizou-a no YouTube. 

Tudo começa com um inusitado assalto a um banco. O artifício montado é grande mas o acto corre mal e o bando é encurralado pelos cidadãos. Como diria o Nicolau Breyner:
“Tá tudo preso, seus cabrões!”. 

Todos, excepto o chefe do bando, que se escapa com o dinheiro e segue marcha até ao bordel mais próximo (sim, este filme explora alguns nus). Mas o bando consegue escapulir-se sem grande dificuldade e começa imediatamente a caça ao pantomineiro, que acaba ferido e num último suspiro dá um mapa a um forasteiro que o auxilia nos seus momentos finais.

Até aqui, tudo bem. Mas depois disto o interesse do filme escapule-se. Ficando a descoberto a enorme falta de orçamento com que esta equipa terá trabalhado. Também não me conectei com a personagem interpretada pelo Richard Harrison. Ele que em 1971 protagonizava mais outros quatro westerns. As contas não se pagam sozinhas, não é?! 

Este foi o único western de Emilio Miragla. Reconheço que não conheço absolutamente mais nada do trabalho dele mas pelo que vi no IMDB pareceu-me mais talhado para o terror. Fiquei bem mais interessado nesse material, admito. 

Visto via YouTube, aqui.

RIP Tatsuya Nakadai


Faleceu aos 92 anos, Tatsuya Nakadai. Lenda do cinema japonês e por uma vez, estrela de um western-spaghetti. RIP.

10/11/2025

La muerte busca un hombre (1970 / Director: José Luis Merino) | SpagvemberFest 2025


Depois da overdose Zabalza, voltei às revisões. E ontem calhou rever este "O Caçador de Prémios", western realizado pelo madrileno José Luís Merino, que recordo, deu-nos uma bomboca chamada "A Justiça de Gringo". Não via este filme há mais de dez anos. Na época vi-o através de um DVD da editora espanhola Divisa, que comprei numa passagem por Badajoz. Coisa que me deve ter custado uns 5 paus. A imagem dessas edições nunca é espetacular mas na época havia muita carência de opções e o catálogo da editora permitiu-me alargar os horizontes no género sem ficar na penúria.

Desta vez não precisei sequer de levantar o rabo do sofá, foi só vasculhar as gravações da box e lá estava ele a chamar por mim. A imagem com que começa a introdução assustou-me mas depois a coisa muda para melhor. E nesta versão exibida na TV cabo nacional a dobragem é a italiana que difere num aspecto essencial: o nome do personagem interpretado por Carlos Quiney. Na versão espanhola era um genérico George Forsythe mas na italiana ele apelida-se Sartana. Ora, como seria de esperar, ele não tem nada a ver com o mítico Sartana da saga protagonizada pelo grande Gianni Garko.


Sartana, chamemos-lhe assim, tem junto da sua companheira um esquema prolífero. Nos saloons de mal fama deixam “escapar” a informação de que estão bem abotoados, o que incentiva os amigos do alheio a atacá-los quando se fazem à estrada. Não sabendo na armadilha em que se metem, são os meliantes que acabam chumbados por Sartana, que assim arrecada os prémios afixados sob as cabeças destes bandidos de má sorte.

Numa espécie de segunda parte do filme a acção fica mais centrada no enigmático personagem interpretado por Peter Lee Lawrence e num bando de drogados que escravizam uma tribo índia. Os problemas começam aqui. As índias mais sexys que o género já viu tem os pares masculinos menos verosímeis do western europeu (e daí talvez não, mas certamente uns dos piores).

Sem dúvida que Merino estava sem dinheiro para elevar a produção e as ideias estavam escassas. O vilão deste arco é por isso uma versão sem brilho do “el índio” (Por Mais Alguns Dólares). Curiosamente na ponta final do filme esse janado enverga um poncho de pele de jaguar, provavelmente o mesmo que Lang Jeffries usou um par de anos antes no tal "A Justiça de Gringo". 

Gostei da ponte entre os dois filmes e até admito que no geral ele conseguiu entreter-me. Não tivesse tantos bloopers descarados, até entraria noutro campeonato. Assim, fica-se pela Liga 3.

Visto via Star Movies.


09/11/2025

20,000 dólares por un cadáver (1970 / Director: José María Zabalza) | SpagvemberFest 2025


Há muitos anos, apanhei a estreia em televisão do filme “Até Amanhã, Camaradas”, que adaptava a obra homónima de Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal. O filme retratava o Portugal dos anos quarenta, oprimido por uma ditadura retrógrada. E era um filme estava há muito no boca-a-boca os lagóias por ter sido filmado parcialmente na cidade de Portalegre.

Numa das cenas com cenário mais reconhecível, a guarda nacional carregava a cavalo sobre um grupo de desgraçados. Isto dava-se no largo da igreja dos mortos (Igreja de São Tiago) e continuava pela rua do Carmo. Ao descerem, encontram-se já sobre as margens do rio. Ora, como é sabido não temos rio a banhar a cidade. Fiquei para sempre com estas imagens como exemplo máximo de como o cinema pode ser mágico. Fui-me lembrar disto porque neste “20.000 dólares por un cadaver” temos o mesmo tipo de cena, mas com um resultado nos antípodas. 

Este é o terceiro filme da saga rodada em sete semanas por José María Zabalza. E apesar de estar uns furos acima do filme anterior, não escapa à mediocridade. Vi-o no YouTube onde já conta com 82000 visualizações, números fortes para uma produção deste tipo. Dei-me ao trabalho de ler o que dizem os incautos que tomaram a mesma decisão que eu. E sem surpresa vejo que estamos todos em sintonia sobre a qualidade do filme. Alguém escrevia sagazmente: Para mim, um guião estúpido, dos piores que já vi!

A somar a estas 82000 criaturas, temos os números oficiais de bilhetes vendidos na época de lançamento, 563719.  Voltamos então à magia do cinema. Conseguem imaginar um veículo que consiga “enganar” tão eficazmente tanta gente?!

O facto é que Zabalza já se gabarolava na famosa entrevista ao Fotogramas, de 19 de Setembro de 1969 que antes sequer de terminar os filmes, eles já estavam vendidos para o mercado Grego, Belga, Africano e Sul-Americano. O negócio corria-lhe bem e o seu objectivo de fazer filmes b despretensiosos realizava-se. Ainda bem para ti Zequinha!

A história deste filme volta a ter os caminhos de ferro como mote e mais uma vez teremos as mesmíssimas localizações. Até a cena do rancho em chamas é aqui reutilizada. E desta vez o protagonismo vai para Miguel de la Riva que interpreta um simples rancheiro que se vê obrigado a mudar de vida depois de uma inesperada visita de um estranho que quer sabotar a nova ferrovia. Até aqui tudo bem, mas 10 minutos depois as coisas desandam de tal forma que fica difícil explicar o que raio se passa ali. Piorando e piorando até ao ápice. 

Obviamente que não vos recomendo a experiência. Nem deste, nem dos anteriores. Já eu depois de recalcar estes últimos dias, conto conferir o último western de Zabalza, “Al oeste de Río Grande”, que lançou já na década de oitenta. 

Visto via YouTube, aqui.


08/11/2025

Los rebeldes de Arizona (1970 / José María Zabalza) | SpagvemberFest 2025

 

Ontem estive quase a meter dia de folga na maratona SpagvemberFest. Mas acabei por ver o segundo filme dos três filmados simultaneamente por Zabalda. Em retrospectiva mais valia ter levado uma paulada na cabeça. Irra, que filme foleiro. Nem o Demofilo Fidani consegui fazer pior. 

Como esperava, o elenco de “Plomo sobre Dallas” repete presença ainda que em papeis diferentes. Excepção de Guillermo Méndez que faz reprise no papel de xerife. Os paralelos entre esses dois filmes são enormes e até nomes de personagens e locais se reciclam. O que acho simplesmente inexplicável. 

E se no filme anterior estava claro que os figurantes eram um problema, neste a coisa alastra ao elenco secundário. Até um actor respeitado como Luis Induni faz figura de palhaço no meio desta embrulhada. 

Um jovem casal, Allan (Charles Quiney) e Peggy (Claudia Gravy), entram na cidade em busca de um juiz para que os case. No saloon da cidade conhecem o xerife local, que concorda em realizar o matrimónio. A festa dura pouco já que uns arruaceiros andam a dar toque de lume a todos os que fazem frente ás intenções do ferrovia. 

Acção que os impulsionará a enredar numa série de assaltos em que invariavelmente têm sucesso apenas para na cena seguinte perderem os lucros. Possivelmente Zabalda terá visto o “Bonnie e Clyde” do Artur Penn e achou boa ideia fazer uma variante western.

Na entrevista que consegui ler no blog Mon nom est Personne, Zabalda descreve resumidamente o enredo do filme que na versão final pouco se encaixa no que descrevo acima. Acredito que o caminho do filme tenha sido trilhado dia-a-dia e para azar de todos nós, temos como resultado um filme péssimo. Cheio de infantilidades, erros de continuidade e cortes feitos a machado. 

Isto em Itália foi lançado como “Adios Cjamango”, o que seria uma continuação do filme de Edoardo Mullargia, que não sendo brilhante, dá um bigode neste “Los rebeldes de Arizona”

A razão diz-me que deveria dar uma trégua, e deixar o terceiro filme desta produção maldita para outro dia, mas algo me diz que vou mesmo arriscar em vê-lo ainda hoje. Amanhã vos direi.

Visto via YouTube, aqui.


06/11/2025

Plomo sobre Dallas (1970 / José María Zabalza) | SpagvemberFest 2025

Um forasteiro (Carlos Quiney) entra adentro de um povoado deserto. Sem ver vivalma, avia-se no bar e vai descansar para um quarto vazio do hotel. Só horas depois começam a cirandar as primeiras pessoas. A razão é então explicada: ali aplicam a lei da siesta nas horas de maior calor. Está decidido. Não há western mais espanhol que este! Ficamos então a saber que ele procura um tal de Ralston (interpretado por Luis Induni), que ninguém admite conhecer. O cheiro a esturro adensa-se enquanto a história avança.

Apesar de os meus contactos anteriores com os westerns de José María Zabalza não terem sido de boa memória, tenho ainda o estoico propósito de conferir a sua filmografia western, sobretudo esta “trilogia” que filmou em 1969. Zabalda tinha fama de beberrão mas isso não o impedia de filmar em tempo record e segundo declarações do próprio, filmou esses três filmes em sete semanas! Obviamente partilhando cenários, equipa técnica, actores e argumentos. E admito que é este último factor que me faz temer pelos dois filmes que me faltam conferir (Los rebeldes de Arizona e 20.000 dólares por un cadaver).

Sem surpresas, este “Plomo sobre Dallas” tem uma produção tão humilde que nem estreou em mercados como o nosso. Mas em boa verdade, tenho visto tanta vulgaridade nos últimos anos de garimpo que este até entreteve. Pareceu-me ter um suspense razoável e até uma fotografia adequada. Mas é um filme com problemas. Bués problemas. Começando pelas transições mal-amanhadas e acabando no grupo de figurantes mais mal treinados do western europeu.

Acredito que se houvesse um pouco mais de tempo e dinheiro estas coisas seriam resolvidas na edição ou com algumas pequenas refilmagens, mas estando ciente do contexto por detrás da produção, nem me choca. Já vi muito pior e a pagar! Ainda assim, há coisas que me aborrecem de morte num western e este filme tem uma dessas em abundância: cantorias de salloon. Argh! 

Tanto faz. Amanhã hei de despachar mais um da saga!  

Visto via YouTube, aqui.

05/11/2025

La pazienza ha un limite... noi no! (1974 / Franco Ciferri) | SpagvemberFest 2025


O quinto dia da maratona Spagvemberfest começou cedo. Mais de 30000 relâmpagos durante a madrugada. Chegar à fábrica e ter uma área completamente alagada. Ter de resolver isso mesmo antes do café bater. Porra!

Dia difícil. Quando cheguei a casa só me apetecia hibernar, mas não sei bem como ainda arranjei paciência para ir conferir mais um filmezito da minha lista de pendentes. E “paciência” é a palavra-chave aqui. Não se chamasse o filme: A Paciência Tem Um Limite... Nós Não!

O filme é uma variação manhosa dos filmes da saga “Trinitá”, que tinham feito um sucesso estrondoso no virar da década. É, todavia, sabido que dessa enxurrada de imitações, muito poucas tiveram real piada e este creio que se pode afirmar que só terá apelado a um publico mais infantil que reconheceriam nalgumas mimicas o estilo cartoonesco de bandas desenhada. Muito graças à grande expressividade do actor Sal Borgese, que estava no seu habitat. 

Já o amigo Pietro Martellanza andou a apanhar bonés o filme todo. Ele que era claramente um homem de acção, talhado para interpretar pistoleiros tão carrancudos quanto letais. Nem a martelo chegaria aos trejeitos do Terence Hill, mas há entre eles um ponto comum. Era Pietro Martellanza que estava escalado para contracenar com Bud Spencer no clássico “Deus Perdoa... Eu Não!”, mas as coisas correram-lhe mal e foi substituído por Hill, que como se sabe, iniciava nesse momento uma vertiginosa carreira, quase sempre em dupla com o gigante Bud Spencer.

O que seria da carreira de Martellanza se tivesse ficado com o papel? Podemos especular, mas não saberemos nunca. O que vos posso dizer é que o título do filme é muitíssimo adequado e não há paciência para o aturar!

Visto via YouTube, aqui.

04/11/2025

Río maldito (1966 / Juan Xiol) | SpagvemberFest 2025

 

Não consta que exista uma edição DVD ou Blu-ray deste “7 Pistolas para Gringo” (o título brasileiro, julgo que em Portugal nunca terá estreado), mas nos pântanos do YouTube lá está ele! Com uma qualidade de imagem correcta e com o áudio original em espanhol.  Isto para dizer que jamais acreditei encontrar algo tão subterrâneo, muito menos com esta facilidade. 

Longe vão as noites de insónia com o Cinemageddon em freeleech e a recompensa: uns meros VHS rip gregos.
Saudades de maus formatos é tão difícil de explicar racionalmente quanto as saudades da ditadura, que agora parece ser uma nova moda. Credo! Abraço por isso estas benesses e bora lá ver um western europeu comandado por um basco!

Talvez essa regionalidade tenha pesado para a localização das filmagens, maioritariamente captadas nos deslumbrantes Pirenéus. Uma lufada de ar fresco, admito. Estes ambientes montanhosos e com rios prateados traz uma beleza ao filme que não encontra par em mais nenhum dos seus elementos e só tem paralelo com os westerns teutónicos (saga Winnetou e derivados).

Mas apesar de acreditar que esse fosse o formato usado como referência, tratando-se de uma coprodução ítalo-espanhola temos salpicos do tema de sempre: vingança! Aqui uma criança vê o pai ser injustamente enforcado pelos habitantes da cidade. Ele é depois criado por um dentista ambulante e anos mais tarde ao passarem de novo pela região desenterram-se as mágoas do passado. Mas a vingança tem um sabor muito amargo…

Amarga, achei eu a escrita do argumento. E o elenco não é muito melhor, fraquinho, mas tem o César Ojínaga que é uma das fuças mais reconhecíveis/detestáveis dos westerns espanhóis. Já o vingador é interpretado pelo italiano Bruno Piergentili (americanizado Dan Harrison) que é incrivelmente parecido com o astro Giuliano Gemma. Sendo igualmente hábil na ginástica e na prática do punho fechado.

Tudo somado, temos claramente um filme Melhoral. Nem faz bem, nem mal. 

Visto via YouTube, aqui.

03/11/2025

Pancho Villa (1972 / Eugenio Martin) | SpagvemberFest 2025


Tinha este "Pancho Villa" na lista de pendências há muito tempo. Não lhe dei oportunidade antes por desconfiar que o estilo fosse demasiado à americana e pelos vistos não me enganei muito. O que não esperava é que ele fosse tão galhofa. E pior, sei hoje a custo que as piadas acertam todas ao lado.

Apesar de o filme ser creditado ao espanhol Eugenio Martin, o carola por detrás do seminal "El precio de un hombre" e ser rodado em Espanha, nada nele o conecta com o estilo áspero do western europeu. Nada, nada, nada. 

Não tinha de ser um problema, mas o elenco é também ele um erro descomunal . Com que carga de água é que alguém se lembrou de colocar o careca Telly Savallas no papel da lenda Pancho Villa? E quem se lembrou de por o canastrão do Clint Walker num espécie de Corto Maltese dos pobres?!

Por outro lado a produção parece ter tido alguma pujança financeira, empregando uma quantidade anormal de comboios e destruindo mesmo alguns deles. Mas o clima de comédia dos trezentos tira toda a verossimilhança que se poderia ter recriado sobre o assalto de Pancho Villa à cidade de  Columbus nos Estados Unidos. 

Os westerns revolucionários deram pano para mangas durante os anos de ouro do western-spaghetti, alguns ficaram para a história mas curiosamente aqueles que mais directamente abordaram as personagens históricas, falharam. Neste caso é preciso dizer que o resultado é do mais medíocre que se fez. Um desastre completo de que só se safam algumas cenas da primeira meia-hora de fita em que o marinheiro interpretado por Clint Walker limpa eficazmente o sarampo aos assassinos que o perseguem.

Actualmente este é um dos muitos filmes que se podem encontrar no enorme acervo de bootlegs do YouTube (a Wild East fechou portas muito por causa desta concorrência desleal, recordo). E espante-se, a imagem é bastante aceitável. Mas em rigor não vos posso recomendar a experiência.

Dou-vos antes outras recomendações deste elenco antes de ir lavar a louça. Ora do amigo Clint Walker têm dois westerns que gosto bastante, um deles é "Mais Morto que Vivo" e o outro é "O Tesouro das Sete Colinas". E este último é mesmo muito bom. Nele temos ainda um grande papel do futuro agente 007, Roger Moore. Incentivo extra!

E do Telly Savalas temos muitíssimos petardos mas fiquemo-nos pelo western clássico, "O Ouro de Mackenna". E o western-spaghetti "Uma Razão para Viver, Outra para Morrer" que é uma espécie de reinvenção do filme bélico "Doze Indomáveis Patifes", um filmaço de Robert Aldrich que curiosamente conta com ambos os actores. Fecha-se o ciclo! 

Visto via YouTube, aqui.


02/11/2025

Yankee (1966 / Tinto Brass) | SpagvemberFest 2025

 

Segundo dia, outra revisão. E outra que fui preguiçosamente repescar às gravações da TV box. Como habitual a imagem destas transmissões televisivas é bastante limpa e neste caso temos áudio em espanhol, que bem sei fazer o público nacional destilar ódio. Mas como bom raiano não me maça em absoluto. Aliás, continuarei a defender que a par do italiano é assim que estes filmes devem ser vistos.

Este "Yankee" é um filme que prima pela fotografia. Tem planos e iluminação de uma ousadia inaudita neste género. É igualmente um outlier na obra de Tinto Brass, o rei do cinema erótico italiano. Curiosamente, o filme ganhou notabilidade décadas depois do seu lançamento graças ao boom do DVD. 

Um yankee cruza o Rio Grande apesar das muitas advertências que vai recebendo. Obviamente ignora-as. Não fosse ele um homem de "negócios" e a zona parece ter grande potencial lucrativo. O pistoleiro gringo está interessado no lote oferecido pelas cabeças do bando do Grande Concho e não perde tempo a misturar-se entre eles para assim os ir liquidando um a um. Onde é que eu já vi isto?! 

Eu gosto muito da estética do filme e das personagens interpretadas pelo Philippe Leroy e pelo Adolfo Celi (o vilão de "007 - Operação Relâmpago") mas não posso deixar de lhe apontar problemas. O argumento cabula fortemente o seminal "Por Um Punhado de Dólares". Diz-se até que o Tinto Brass não era nada fã dessa ideia e terá  tentado ajustar o texto. Mas a base deixada pelo Alfonso Balcázar e o Alberto Silvestri ficou bem vincada e as comparações são inevitáveis. 

Os muitos problemas de produção levaram mesmo ao estúdio a contratar alguém para reeditar o filme o que levou Tinto Brass a processa-los e a ganhar o direito de remover o seu nome dos créditos de direção.

Leiam também a nossa resenha  no arquivo do  blog ou clicando aqui.

Visto via Star Movies.

01/11/2025

In nome del padre, del figlio e della Colt (1971 / Mario Bianchi) | SpagvemberFest 2025

 

E começo a jornada com uma revisão de um western de Mario Bianchi, realizador que se notabilizou por dirigir outro tipo de cavalgadas. A carreira dele começou precisamente com este "Em Nome do Pai, do Filho e da Colt", que é um hibrido entre o western-spaghetti e o giallo. Uma fórmula que repetiria no seu filme seguinte, mas aí com resultados francamente superiores. 

Estávamos em 1971 pelo que a produção teria de ser modesta. O filme foi rodado integralmente em Itália e conta com um elenco de actores de segunda e terceira linha. Conseguiram ainda assim cativar Craig Hill para um (duplo) papel principal. É o "Duplo Impacto" do western transalpino! 

Craig Hill, ora interpreta o insuspeito Xerife da cidade ou o seu psicótico irmão gémeo. As semelhanças físicas entre eles levam a que o primeiro vá parar injustamente à choldra mas o enredo é muitíssimo mais enleado, contando para isso com a presença de um misterioso assassino mascarado. Mas podem saber mais sobre o filme lendo a resenha que o Emanuel escreveu lá atrás

A versão que vi agora tem uma qualidade de imagem bastante melhor do que que tive acesso em 2018, mas trata-se da mesmíssima versão italiana, que se supõe ser a mais curta. Assim, continua a pairar a dúvida sobre a real qualidade da fita original de Bianchi. Ou pode-se até especular se esses minutos extra não seriam algum prolongamento mais picante das várias cenas a dois!  

Visto via Star Movies.

Spagvemberfest 2025 - Punhos, feijões e balas a rodo!


Começa hoje mais um SpagvemberFest. Iniciativa do fórum Spaghetti Western Database que tem como proposta expressar o amor pelo western-spaghetti durante todo o mês de Novembro. Ver ou rever as pilhas empoeiradas de filmes do género e se houver estômago, encarar aqueles títulos que há muito evitamos. 

Participo na brincadeira desde 2020 mas nos últimos anos não encontrei nem tempo nem vontade para vir aqui deixar um diário de bordo da minha maratona. Limitei-me a lista-los na minha conta do Letterboxd  (a de 2024 está aqui, procurem as outras a partir daí). Este ano tentarei algo diferente. Conto deixar aqui um diário de bordo mais ou menos ao dia daquilo que for vendo. 

Aos fãs ou simplesmente curiosos, deixo-vos também o desafio. Não vos falta oferta seja no streaming, TV, Youtube ou no Videoclube do Sr. Joaquim. Vamos, sejam valentes!