Tinha este "Pancho Villa" na lista de pendências há muito tempo. Não lhe dei oportunidade antes por desconfiar que o estilo fosse demasiado à americana e pelos vistos não me enganei muito. O que não esperava é que ele fosse tão galhofa. E pior, sei hoje a custo que as piadas acertam todas ao lado.
Apesar de o filme ser creditado ao espanhol Eugenio Martin, o carola por detrás do seminal "El precio de un hombre" e ser rodado em Espanha, nada nele o conecta com o estilo áspero do western europeu. Nada, nada, nada. 
Não tinha de ser um problema, mas o elenco é também ele um erro descomunal . Com que carga de água é que alguém se lembrou de colocar o careca Telly Savallas no papel da lenda Pancho Villa? E quem se lembrou de por o canastrão do Clint Walker num espécie de Corto Maltese dos pobres?!
Por outro lado a produção parece ter tido alguma pujança financeira, empregando uma quantidade anormal de comboios e destruindo mesmo alguns deles. Mas o clima de comédia dos trezentos tira toda a verossimilhança que se poderia ter recriado sobre o assalto de Pancho Villa à cidade de  Columbus nos Estados Unidos. 
Os westerns revolucionários deram pano para mangas durante os anos de ouro do western-spaghetti, alguns ficaram para a história mas curiosamente aqueles que mais directamente abordaram as personagens históricas, falharam. Neste caso é preciso dizer que o resultado é do mais medíocre que se fez. Um desastre completo de que só se safam algumas cenas da primeira meia-hora de fita em que o marinheiro interpretado por Clint Walker limpa eficazmente o sarampo aos assassinos que o perseguem.
Actualmente este é um dos muitos filmes que se podem encontrar no enorme acervo de bootlegs do YouTube (a Wild East fechou portas muito por causa desta concorrência desleal, recordo). E espante-se, a imagem é bastante aceitável. Mas em rigor não vos posso recomendar a experiência.
Dou-vos antes outras recomendações deste elenco antes de ir lavar a louça. Ora do amigo Clint Walker têm dois westerns que gosto bastante, um deles é "Mais Morto que Vivo" e o outro é "O Tesouro das Sete Colinas". E este último é mesmo muito bom. Nele temos ainda um grande papel do futuro agente 007, Roger Moore. Incentivo extra!
E do Telly Savalas temos muitíssimos petardos mas fiquemo-nos pelo western clássico, "O Ouro de Mackenna". E o western-spaghetti "Uma Razão para Viver, Outra para Morrer" que é uma espécie de reinvenção do filme bélico "Doze Indomáveis Patifes", um filmaço de Robert Aldrich que curiosamente conta com ambos os actores. Fecha-se o ciclo! 
Visto via YouTube, aqui.
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