Depois de ter estado escalado como realizador de “Giù la testa”, em que reza a história terá sido despedido por pressão dos dois protagonistas do filme (James Coburn e Rod Steiger), Giancarlo Santi – ex-assistente de Sergio Leone – realiza finalmente o seu primeiro filme em 1972. Para o efeito contou com uma mão-cheia de caras facilmente reconhecidas dos westerns «Leónicos», garantindo mesmo a presença da agora grande estrela do cinema europeu, Lee Van Cleef. A acção do filme gira em torno do assassinato do patriarca de Saxon City. Um homem pouco escrupuloso que toda a população temia e odiava ao ponto de o querer ver perecer. É através de uma série de flashbacks introduzidos durante o filme que se vão desvendando os detalhes do assassinato. Definindo-se assim uma lista de suspeitos pelo disparo fatal.
Philip Vermeer (Alberto Dentice) estava presente na estação de comboios no momento em que tudo aconteceu. Nessa noite Vermeer enterrara seu pai, morto a mando de nada mais nada menos que o próprio Patriarca. A carapuça serve a Vermeer que rapidamente é acusado, julgado e condenado. Em sua defesa surge apenas o xerife de Jefferson City – Clayton (Lee Van Cleef) – que ficamos a saber ter sido entretanto destituído do cargo por acusar o Juiz de corruptível, chamam-lhe agora «xerife sem estrela».
Vermeer escapa entretanto da cadeia e refugia-se num posto de diligências. Os 3000 dólares da recompensa colocam-lhe vários caçadores de cabeças no encalço mas nem todos estão atrás da maquia. Inabalável na sua intenção de provar a inocência do rapaz, Calyton usa a sua astúcia para ajudar Vermeer a escapar dos patifes e finalmente proporcionar o confronto com o poderio da família Saxon.
Lee Van Cleef teve aqui mais um papel tirado a papel químico das personagens que mais o notabilizaram no género. Tal como em “Il Buono, il brutto, il cattivo” ou “Per qualche dollaro in più”, ele é o homem impecavelmente vestido de negro, ardiloso e mortífero no gatilho. Mas este Clayton assemelha-se também ao Jonathan Corbett de “La Resa dei conti”, também aqui na senda de um bandido que afinal ajudará a provar inocente.
Apesar de “Il grande duello” ter sido lançado numa época em que o spaghetti-western já se ressentia de uma falta de frescura, este antigo colaborador de Sergio Leone (em “Il Buono, il brutto, il cattivo” e “C'era una volta il West”) e de Giulio Petroni (em “Da uomo a uomo”), conseguiu executar um western bastante satisfatório. Repleto de cenas de acção e algum suspense. Também bastante interessante é a trilha sonora que Luis Bacalov reciclou para o filme e que um dia destes disponibilizaremos aqui no burgo. Mas infelizmente o filme não beneficiou de cenários à altura, tendo sido todo ele rodado em Itália. Sendo por isso desprovido da componente paisagística que a região de Almeria proporcionou a tantos outros westerns europeus.
Em Portugal o filme foi lançado com o título “O grande duelo”. Cheguei a alugá-lo no extinto videoclube da Rua Cândido dos Reis em Portalegre, algures nos anos 90. Actualmente, o filme continua acessível aos fãs portugueses através da “Colecção Western” da Prisvideo. A qualidade de imagem é bastante boa – tratar-se-á da mesma fonte usada pela editora italiana Surf – contendo o filme em formato widescreen com áudio em Italiano e legendas em Português.
A ajuda chegou rapaz.
Philip Vermeer (Alberto Dentice) estava presente na estação de comboios no momento em que tudo aconteceu. Nessa noite Vermeer enterrara seu pai, morto a mando de nada mais nada menos que o próprio Patriarca. A carapuça serve a Vermeer que rapidamente é acusado, julgado e condenado. Em sua defesa surge apenas o xerife de Jefferson City – Clayton (Lee Van Cleef) – que ficamos a saber ter sido entretanto destituído do cargo por acusar o Juiz de corruptível, chamam-lhe agora «xerife sem estrela».
Foi por um triz.
Vermeer escapa entretanto da cadeia e refugia-se num posto de diligências. Os 3000 dólares da recompensa colocam-lhe vários caçadores de cabeças no encalço mas nem todos estão atrás da maquia. Inabalável na sua intenção de provar a inocência do rapaz, Calyton usa a sua astúcia para ajudar Vermeer a escapar dos patifes e finalmente proporcionar o confronto com o poderio da família Saxon.
Um filme é tão bom quantos os seus vilões e Horst Frank aí não falha.
Lee Van Cleef teve aqui mais um papel tirado a papel químico das personagens que mais o notabilizaram no género. Tal como em “Il Buono, il brutto, il cattivo” ou “Per qualche dollaro in più”, ele é o homem impecavelmente vestido de negro, ardiloso e mortífero no gatilho. Mas este Clayton assemelha-se também ao Jonathan Corbett de “La Resa dei conti”, também aqui na senda de um bandido que afinal ajudará a provar inocente.
Vê lá se te servem!
Apesar de “Il grande duello” ter sido lançado numa época em que o spaghetti-western já se ressentia de uma falta de frescura, este antigo colaborador de Sergio Leone (em “Il Buono, il brutto, il cattivo” e “C'era una volta il West”) e de Giulio Petroni (em “Da uomo a uomo”), conseguiu executar um western bastante satisfatório. Repleto de cenas de acção e algum suspense. Também bastante interessante é a trilha sonora que Luis Bacalov reciclou para o filme e que um dia destes disponibilizaremos aqui no burgo. Mas infelizmente o filme não beneficiou de cenários à altura, tendo sido todo ele rodado em Itália. Sendo por isso desprovido da componente paisagística que a região de Almeria proporcionou a tantos outros westerns europeus.
VHS portuguesa. Foto da colecção privada do Nuno Vieira (fonte).
Em Portugal o filme foi lançado com o título “O grande duelo”. Cheguei a alugá-lo no extinto videoclube da Rua Cândido dos Reis em Portalegre, algures nos anos 90. Actualmente, o filme continua acessível aos fãs portugueses através da “Colecção Western” da Prisvideo. A qualidade de imagem é bastante boa – tratar-se-á da mesma fonte usada pela editora italiana Surf – contendo o filme em formato widescreen com áudio em Italiano e legendas em Português.
"O Grande Duelo" é, na minha opinião, o último grande western de Lee Van Cleef, fez mais dois interessantes com Jim Brown (O TESOURO DE EL CONDOR e CAVALGADA FANTÁSTICA),mas este é-lhes superior principalmente devido à interpretação leonesca de Lee Van Cleef, aliás todo o filme é envolvido pela sombra, positiva, de Sergio Leone, natural por ser realizado por um colaborador de longa data do mestre.
ResponderEliminarEm suma, um daqueles westerns que dá prazer ver e rever e aquele duelo final é inesquecível, um verdadeiro bailado ao som de um dos meus temas preferidos do western spaghetti. Perdoa-se a falta das paisagens de Almeria, pois em 1972 o dinheiro investido no género já era escasso o que valoriza mais esta pequena pérola.
Um abraço
Sim, tem de se perdoar a falta das colinas andaluzas considerando o ano de produção. É claro que não posso de imaginar o quão longe Santi poderia ter ido se lhe tivesse sido proporcionado todos os apetrechos que os seus colegas receberam nos anos anteriores. Pena que Santi não tenha sido lançado aos bichos mais cedo.
ResponderEliminarUm bom filme.
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Pedro Pereira
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Em 1972 já não havia dinheiro suficiente para investir numa equipa para esta ir filmar para Almería. Ficava muito mais barato filmar em Itália e desencantar algures um local propício para as cenas desejadas.
ResponderEliminarSanti foi de facto "enxovalhado" por Coburn e Steiger porque ambos disseram que só faziam AGUENTA-TE CANALHA! se Leone fosse o realizador...
Esse clube de vídeo em Portalegre chamava-se A TERMINAL 2 e ficava bem perto da minha casa naquela altura, mas não durou muitos meses. Lembro-me de ver a caixa com este filme mas nunca pude alugá-lo.
Se calhar era eu que o tinha alugado! :P
ResponderEliminarNão gostei muito desse videoclube, as caixas originais só estavam disponíveis para apreciação, quando alugado o filme era colocado dentro de uma caixa amarela sem capa. Que desolação...
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Pedro Pereira
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Esse videoclube era o mais fraco de Portalegre e era o que tinha menos filmes. Os westerns resumiam-se a uma dúzia, talvez. Mas lembro-me que ainda aluguei filmes como CALIFÓNIA com Giuliano Gemma, O HOMEM O ORGULHO E A VINGANÇA com Franco Nero e YOUNG GUNS II com Emilio Estevez e Kiefer Sutherland.
ResponderEliminarNessa altura os videoclubes eram locais importantes, de culto. Hoje em dia os miúdos nem sequer sabem o que isso é e por isso não podem entender...
Felizmente para eles (e para nós) hoje em dia tudo está acessível via ligação à internet. Comprar um filme (ou sacá-lo de um sitio de partilha online) por mais obscuro que seja é tudo menos complicado.
ResponderEliminarPor outro lado, este facilitismo parece uma piada de mau gosto. Quantas não foram as vezes que fiz(emos) romarias ao videoclube na esperança que «aquele» filme já tivesse sido devolvido?!
Parece que foi noutra era. Emanuel, estamos a ficar velhos!
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Pedro Pereira
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Isso é verdade! Só eu sei a dificuldade que tive na altura para conseguir encontrar em VHS o filme POR UM PUNHADO DE DÓLARES. Foram meses...
ResponderEliminarO acesso à informação hoje em dia é incomparável e por isso é que valorizamos ainda mais a Internet.
Coincido en que es el último spaghetti decente rodado por Lee Van Cleef.
ResponderEliminarLo que más me llamó la atención son las citas a dos películas clásicas: "El hombre que mató a Liberty Valance" en el flashback en el que conoceremos la verdad sobre el asesino del patriarca y "Raices profundas" en el duelo entre el más joven de los hermanos y el anciano
Concordo com o Antonio Rosa. Parece-me mesmo que este tenha sido o último grande western de Lee Van Cleef. A trilha sonora é espetacular. Tarantino, seguindo sua paixão, não perdeu tempo: acrescentou-a na trilha de Kill Bill. Lee Van Cleff tem uma grande atuação, e acho que fica muito acima da dos outros atores. O duelo final é realmente inesquecível.
ResponderEliminarAbraço!
Lemarc
Olá Lemarc!
ResponderEliminarA trilha é mesmo muito boa. Espero conseguir adiciona-la em stream brevemente. Diga-se que desde que os fanáticos do SOPA começaram a fazer ondas, complicou-se bastante os processos de partilha na internet.
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Pedro Pereira
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É, Pedro,
ResponderEliminarsempre digo que os caras chegam a nos vender dvds originais piores do que alguns que se podem baixar na internet, e acham que estão fazendo algo justo. É a injustiça institucionalizada. A lista de westerns que todos temos pra ver é imensa, e se para conhecer tivermos que esperar pela boa vontade desse pessoal que só quer nosso dinheirinho, se nada mudar, ficaremos sem conhecer.
Eu fui radical, adotei o seguinte: não compro mais um dvd original (que é o que todo colecionador quer) se ele não tiver pelo menos som e imagem preservados. Devíamos fazer todos assim, encalhando as porcarias nas prateleiras, daí eles perceberiam que só seriam vendáveis os que tivessem um mínimo de qualidade.
Abraço!
Lemarc
Eu só espero que a SOPA azede e vá direita para o cano!
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Pedro Pereira
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Será que isso dá certo? ... Robson Eustáquio de Mesquita
ResponderEliminarPreciso revê-lo rápido. Assisti num VHS na década de 90, mas devo confessar que não lhe depositei muita atenção e me recordo quase que só do duelo final. Lembro também que abundava em closes.
ResponderEliminarÉ sem dúvida um filme para rever companheiro.
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Pedro Pereira
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Edit: As imagens do post foram actualizadas devido a problemas com o servidor de alojamento original. Estas novas são representativas das versões HD entretanto lançadas.
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