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Qualquer semelhança com o Trigero (O Grande Silêncio), não será mera coincidência.
Em vez das habituais vistas áridas de Almeria a acção do filme é ambientada nas montanhas nevadas do Colorado (na verdade a rodagem foi feita nos arredores de Roma). Um cenário anormal no género, usado apenas esporadicamente, mas curiosamente quase sempre com resultados acima da média. Senão lembrem-nos do excelente “O Grande Silêncio” ou do violentíssimo “Condenados a vivir”. E este aqui também não é nada mau, mas já lá vamos.
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John Ireland (esquerda) e Andrea Giordana (direita) em séria reflexão.
Um bando de ladrões de gado toma refúgio numa aldeia encostada às montanhas nevadas. A passagem para o lado de lá está intransponível e o único remédio é aguardar que a tempestade passe. O xerife não gosta da ideia de ter estes malandros nas redondezas, mas dá-lhes algum tempo para que se abriguem e recomponham. No entanto os vaqueiros rapidamente armam confusão e o xerife não está com falinhas mansas e dá-lhes guia de marcha. Um dos meliantes é um velho conhecido do xerife e tenta demovê-lo de um confronto, mas em vez disso o teimoso do xerife convoca a população com intuito de convencê-los a tomar conta da situação. Só que a tomada de posição dá para o torto e o desgraçado é abatido pelo vil Scafie, que faz questão em executá-lo na presença de toda a população.
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O opressor aplica tácticas de terror sobre a população.
Scafie, interpretado pelo badass Bruno Corazzari, é aquilo a que podemos chamar um verdadeiro filho da puta, não muito diferente da personagem de Klaus Kinski em “O Grande Silêncio”. Um dos vários pontos comuns entre ambas as obras. Mas o filme sobrevive enquanto obra distinta, como veremos de seguida. Após esta situação trágica, a aldeia é escravizada pelo bando. Terão de construir currais para o gado roubado pela vilanagem e até satisfazer os seus desejos mais primitivos, se é que me faço entender. É então que o jovem Tony (Andrea Giordana) resolve escapulir-se para as montanhas. Atacando estrategicamente diversos elementos do bando. A ele junta-se o velho Dan El (John Ireland), que deixou de ter paciência para aturar as merdas do Scafie.
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Lamentavelmente não é possível disfrutar da fotografia do filme no seu formato original.
A partir desse momento o filme começa a tomar contornos mais interessantes, únicos se quiserem. Os dois vão iniciar uma espécie de movimento de resistência civil, expulsando eventualmente o opressor. Se isto vos soa mais a sinopse de filme de guerra que a western, então estão a entender a metáfora do filme. Vejamos, como é sabido a Itália foi durante a segunda guerra mundial incluída no Eixo Nazi. Os alemães tomaram conta do pedaço com a conivência de Mussolini e não faltaram episódios de italianos contra italianos. Sergio Merolle parece ter arranjado forma de mostrar esses movimentos partisans no seu western. Chapeau!
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Uma vida por um misero pedaço de pão.
Em suma um filme ambicioso com ambiente pesado, frequentemente negrume e com um enquadramento dramático bastante aceitável. Não é totalmente original, acredito piamente que Merolle se tenha influenciado em “Homens de Gelo” (clássico de André de Toth, lançado em 1959), mas a mescla com este enquadramento histórico é de mestre. Então, mas porque não vingou? É difícil responder a essa questão passados mais de 40 anos, pior não existindo muito sururu à volta dele. O elenco está muito bem, a música de Massi é soberba e perfeitamente enquadrada na acção do filme, na verdade só a fotografia das cenas interiores me pareceu demasiado amadora. O filme é um “must see” do género, mas como dizia lá atrás o senhor Sergio Merolle, não voltou a tentar a sorte na realização. Uma pena!
Vi este filme na semana passada. Foi um boa surpresa, achei bastante interessante, gostei do ambiente gelado e das paisagens montanhosas cheias de neve. O vilão é, sem dúvida, inspirado em Tigrero (Klaus Kinski).
ResponderEliminarA frase de lançamento deste filme foi: "Deu valor à vida porque somente naqueles instantes percebeu... quanto custa morrer!".
Quanto aos realizadores chamados "Sergio", há ainda um outro que não foi aqui mencionado. Trata-se de Sergio Pastore, que realizou um western intitulado "Crisantemi per un branco di carogne", e é daqueles filmes que ninguém sabe onde anda e que (quase) ninguém nunca viu!
ResponderEliminarO pessoal do podcast Once upon a time... falaram desta onda de Sergios. Alguns não conhecia de lado nenhum. Eu não acompanhei o directo mas hei-de ouvir/ver durante a semana. O link: https://www.youtube.com/watch?v=YponOOnIhng
EliminarO filme está disponível no YouTube em pelo menos uma versão. Aqui o link, áudio italiano: https://youtu.be/6Z3XIhfAl8s
ResponderEliminarDescobri esse spaghetti e para mim também foi uma grata surpresa.Grandes interpretações de John Ireland e Andrea Giordana. Grande filme. Excelente. Sobre a discussão dos "Sergios" o que eu posso dozer é que todos fizeram coisas boas.
ResponderEliminarHá dias vi um outro western-spaghetti ambientado em uma localidade rodeada por montanhas nevadas que também recomendaria. O filme chama-se "El mas fabuloso golpe del far west". Já tinha lido muito sobre ele, mas a ideia de ver uma VHSrip não me animou. Há dias encontrei uma TVrip da televisão espanhola e vi finalmente. Bom filme. Anota aí.
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