“O quê?! Terence Hill interpreta um impiedoso assassino? E protagoniza uma ardente cena de sexo com uma mulher? E tem um trágico fim neste filme? Tens a certeza?!” Esta será a reação dos fãs de Terence Hill que o conhecem somente pelos seus trabalhos cómicos de pancadaria e acrobacias mas que ainda nunca viram este drama político de Mario Camus. Este cineasta pretendia fazer um filme de contornos políticos sobre a vida rural dos trabalhadores espanhóis e as desavenças entre estes e os patrões da burguesia. Um filme com claras tendências políticas de esquerda iria ter, à partida, grandes dificuldades em ser filmado e aceite na Espanha ditatorial do General Francisco Franco.
Como poderia a produção de Mario Cecchi Gori resolver este problema? De uma forma muito simples: dizer às autoridades que aquele filme era um western! E assim foi! “A Cólera do Vento” passou a ser classificado como mais um western europeu protagonizado pelo célebre Terence Hill, que nesse mesmo ano alcançaria o topo da sua carreira com “Lo Chiamavano Trinitá”.
Como poderia a produção de Mario Cecchi Gori resolver este problema? De uma forma muito simples: dizer às autoridades que aquele filme era um western! E assim foi! “A Cólera do Vento” passou a ser classificado como mais um western europeu protagonizado pelo célebre Terence Hill, que nesse mesmo ano alcançaria o topo da sua carreira com “Lo Chiamavano Trinitá”.
O sul da Espanha no início do século XX é um local agitado. As lutas de classes entre patronato e trabalhadores estão ao rubro. Os lavradores estão descontentes com as suas condições de vida e de trabalho. Os patrões sentem-se incomodados porque paira no ar uma ameaça de rebelião e greves e para evitar isso recorrem a métodos radicais. A aristocracia decide contratar um assassino profissional para que este consiga localizar e eliminar o agitador político da região, ao mesmo tempo que infunde medo aos lavradores.
Marco, um implacável assassino, está prestes a executar a sua tarefa mas as coisas tomam um rumo diferente quando este se apaixona por Soledad, a lindíssima dona da pousada. Essa paixão louca muda a personalidade de Marco e coloca entraves à sua missão. Agora só há uma de duas saídas: ser profissional e levar o seu trabalho até ao fim ou abrir o seu coração e viver uma relação intensa mas simultaneamente perigosa!
Este terá sido, provavelmente, o último filme “sério” de Terence Hill. A partir daqui enveredou por projetos ligados à comédia dirigida a um público mais jovem. Embora interessante, ainda hoje é um dos trabalhos menos conhecidos da longa filmografia de Terence Hill.
Filme completo (áudio em espanhol):
Filme muito interessante que apresenta uma faceta mais séria, como em “Viva Django”, de Terence Hill, que me agrada, aliás, há um Terence Hill antes e um Terence Hill depois de Trinitá, Terence Hill sempre demonstrou ser um ator de muitos recursos, trabalhando em comédias, dramas, peplums, musicais (não canta mas encanta) e foi presença regular na saga Winnetou. Quanto ao facto de convencerem os censores de que este filme é um western, só vem demonstrar a pouca inteligência de quem censurava. Mas ainda bem, permitiu-nos desfrutar de um bom drama rural embrulhado em manifesto político. Um filme a descobrir ou redescobrir. Por falar em interpretações sérias, recomendo um filme de Bud Spencer, um policial, chamado “Turim Negro”, “Torino Nera” no original, de 1972.
ResponderEliminarJá li umas coisas interessantes sobre esse "Turim negro" no blogue do Adrián Esbilla. Tenho de ver se encontro um torrent. Está anotado!
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Pedro Pereira
http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
http://destilo-odio.tumblr.com/
Naquela época, havia uma maneira de escapar sempre à censura das autoridades espanholas para quem quisesse filmar em Espanha: bastava dizer que o projeto era um western. Os censores não entendiam que um western pudesse ter qualquer conteúdo político. Para eles, westerns era somente cavalgadas e tiroteios... o que demostra realmente a pouca inteligência da censura, como já foi referido pelo António.
ResponderEliminarQuanto a Terence Hill, só tenho pena de ele a partir de 1970 só ter feito filmes cómicos. Acho que daria um excelente vilão num western violento.
Belane deixou um novo comentário na mensagem "La collera del vento (1970 / Realizador: Mario Cam...":
ResponderEliminarBueno, les pasa a muchos actores que triunfan en la comedia y luego no saben cómo convencer al público de que pueden interpretar papeles serios. Terence Hill tiene empatía con el público y es normal que los productores lo quisieran explotar en un cine más comercial. Una lástima porque creo que podría haber hecho más cosas interesantes.
Conocía este film de título y ahora que me han entrado ganas de verlo. ¡Gracias por colgar el enlace de la peli completa! Cuando tenga un rato, la veré.
Vi numa entrevista que foi o próprio Terence Hill a optar por fazer filmes mais comerciais e para um público jovem. Dizia ele que após o grande sucesso dos filmes "Trinitá" o passo certo seria continuar a apostar nos filmes de pancadaria cómica.
Eliminar¡Gracias, Pedro! No sé por qué se borró :(
ResponderEliminarYo tampoco entiendo porqué, pero no es la primera vez que recibo la notificación de nuevo comentario y en la pagina no está nada... muy raro!
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Pedro Pereira
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