6.01.2021

Die Hölle von Manitoba (1965 / Realizador: Sheldon Reynolds)

Como aludido num artigo relativamente recente, ando com ganas de descobrir um pouco melhor o western alemão que é para mim um terreno ainda muito pantanoso e que sempre olhei com desdém. O filmezinho escolhido para essa mais recente sessão foi este “Die Hölle von Manitoba”, mas que foi lançado em Portugal como “Um Lugar Chamado Pólvora, titulo que para variar faz maior justiça que a maioria das alternativas usadas por esse mundo fora. 

O elenco do filme conta com dois nomes bem conhecidos dessa facção de produções teutónicas: O norte-americano Lex Barker e o francês Pierre Brice. A dupla que ficou famosa em terras germânicas (e não só) pela participação na longuíssima saga Winnetou. Em comum com esses filmes apenas o passo lento. Já as habituais escaramuças entre índios e cowboys, nada! Também aquela fotografia lindíssima desses filmes, kaput! 


Lex Barker, sempre impecavelmente apresentado. Consta que não gostava de usar chapéu!

Na verdade, ao contrário da generalidade dos westerns alemães, as filmagens deste “Um Lugar Chamado Pólvora” foram realizadas nos estúdios Balcazar (Barcelona, Espanha) que geralmente conferem menos possibilidades aos cinematógrafos. E neste caso as filmagens em exteriores contam-se mesmo pelos dedos, o que é uma perfeita desilusão e dá um certo toque low budget ao filme. 

Além dos dois mencionados pesos-pesados, o filme conta ainda com uma boa porção de carantonhas do costume, muitas delas reconhecidas do grande público graças ao conhecidíssimo “Por Um Punhado de Dólares” de Sergio Leone, lançado apenas um ano antes. E não são só os feiosos que daí derivam, o paralelo estende-se mesmo até à estrela feminina, Marianne Koch. A Marisol do supramencionado, para referência dos mais esquecidos.


Estes malandros vieram ao restaurante, mas só já estão a servir chumbo quente.

Clint Brenner (Lex Barker) e Reese (Pierre Brice), dois pistoleiros de aspecto simpático e sempre impecavelmente penteados e barbeados, cruzam caminhos nos arredores de Powder City, onde acabam por passar tempo suficiente para cimentar uma breve amizade. Nessa cidade, para não variar, existe uma rixa em curso entre um sacana ultra ganancioso e um dos rancheiros locais. Os dois pistoleiros acabam por dar uma mãozinha a este último e nem precisam de fazer muito esforço dada a fraca astucia dos capangas. Aliás, o desenvolvimento da vilanagem é francamente fraco em todo o filme. O que faz grande mossa nas contas finais. 

Depois de resolvida a situação entre os meliantes e os nossos heróis de ocasião, os dois pistoleiros lá seguem para novo destino, Glory City. Aí os manda-chuvas locais organizaram um duelo com hora marcada, para alegrar as hostes nas festas locais. Uma espécie de equivalência com as largadas de touros aqui nas Festas do Barrete Verde da minha terra adoptiva. Estranhamente os dois homens são justamente as estrelas alinhadas para esse duelo, algo que só descobrem nesse derradeiro momento. 

A grande cena de acção está prestes a começar.

Ora, esta parte final da acção cria uma espécie de anti-climax, demasiado mau para ser verdade! Tornando, na opinião deste escriba, um filme que até aí era simpático, numa profunda perca de tempo. Lá fora o filme é geralmente conhecido como “Um lugar chamado Glory” ou “Desafio em Glory City”, mas o título em Portugal é o mais feliz, pois para mim a coisa resolvia-se logo pós embate na tal Powder City (lá está, a cidade chamada Pólvora), onde se passa a maior parte da acção, e mandava os últimos 15 minutos para as urtigas!

Vamos mas é dar uma vista de olhos neste belos posters italianos para alguns dos filmes com Lex Barker no papel de Tarzan. Estes filmes passavam frequentemente ao fim-de-semana de manhã na RTP2 e por serem tão pequenos grava-os no excedente de fita das VHS!

Tarzan e a Fonte Mágica (1949)

Tarzan, Fúria Selvagem (1952)

Tarzan e a Mulher Diabo (1953)


7 comentários:

  1. Está agora disponível uma versão bluray bem bonitinha.

    http://www.amazon.de/gp/product/B08H566GSK?ie=UTF8&tag=italowestern-21

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  2. Quando estava a ler esta resenha, devido ao repetido uso da palavra "glory", cheguei a temer que este filme enveredasse pela linha do cinema para maiores de 18 anos!
    Após "Glory City", "Um lugar chamado Glory" e "Desafio em Glory City", já só faltava inventar um título com as
    palavras "Glory Hole"! :)

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  3. Sobre os filmes da saga Tarzan protagonizados por Lex Barker, se antigamente passavam na RTP2, eu não me lembro de ver nenhum. Os únicos filmes do Tarzan que via quando era criança eram os filmes (a preto e branco) com Johnny Weissmuller.

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  4. Esta semana abandonou-nos outro Tarzan. O Tarzan dos anos 90, Joe Lara. Creio que a série dele passou na TV portuguesa mas não estou certo, eu recordo-me dele sobretudo dos filmes b de porrada pós-apocaliptica.

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    1. Sim, lembro-me vagamente desse Tarzan interpretado por Joe Lara mas foi série que nunca prestei atenção.
      Para quem gosta de banda desenhada e não se importa de ler em francês, aconselho um personagem idêntico ao Tarzan mas com nome diferente: Zembla.

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