Foi por uma sugestão do amigo António Rosa que vi este filme de Rafael Romero Marchent, o mesmo Marchent que nos deu “Sinal Vermelho” (1973), um filme sobre os janados dos jet-set lisboeta dos anos setenta, com um daqueles enredos colados com cuspinho mas que vale a cavadela mais que não seja pela presença do nosso tuga António Vilar no papel principal e pelas improváveis cenas de acção na Avenida da Liberdade. O que é que os dois filmes têm em comum além do realizador, perguntarão. Pouco ou nada além da dificuldade que foi encontrá-los. O tal “Sinal Vermelho” (1973) vi-o por um golpe de sorte numa inclusão do filme numa das edições do MOTELX, a fita é da Cinameteca e ainda é daquelas em que o filme tem que ter intervalo para mudar de bobine, já este “El Zorro justiciero” também foi inicialmente difícil deitar-lhe a mão.
O sítio SWDB, à data em que a minha busca ocorreu pouco mais apresentava do que um poster e um link para o IMDB, o que achei um pouco estranho já que o filme é protagonizado pelo bem conhecido Fabio Testi, a página só mais tarde seria actualizada com informação e até link para compra do dito em DVD, que acabei por fazer. Mas a primeira versão que deitei a mão veio mesmo das catacumbas da pirataria, Cinemaggeadon.
O filme poderia ter sido incluído numa subcategoria dos westerns-spaghetti, tipo zorro-spaghetti, ou que raio lhe quiserem chamar. Spaghetti-western per se é que não me parece nada coerente chamar-lhe. Não tinha bem a noção, mas existe uma quantidade razoável de filmes desta tipologia feitos por estas gentes e a coisa até começou bem cedo, veja-se o magnífico exemplar “El Coyote” que data de 1955 e foi realizado por outro elemento do clã: Joaquín Luis Romero Marchent.
Ora quem já viu pelo menos uma vez na vida um filme do herói mascarado Zorro, facilmente entende a trama deste “El Zorro justiciero”, que em Itália até tem um título mais malandreco e subjectivo, “E continuavano a chiamarlo figlio di...”. Mas então vamos lá, um jovenzito é incriminado pelo assalto a um banco entre outros delitos. Todas as provas são meramente circunstanciais mas é apontado por todos como culpado. Antevendo a inocência do rapaz e o mais que provável cenário de execução, leva a que Don Diego (o Zorro, claro está) o liberte, iniciando em paralelo a sua própria investigação. As pistas levam-no até ao rancheiro e seus capangas. Zorro desenvolve então o seu contragolpe expondo os verdadeiros criminosos.
Resumindo e baralhando, Rafael Romero Marchent como habitual não chega a tocar nos calcanhares do irmão Joaquín Luis (que terá sempre o infame “Condenados a vivir” a pesar a seu favor), mas consegue aqui dirigir um filme repleto de cenas de acção, algumas levadas a um extremo que pessoalmente dispensaria (sobretudo as com tendências circenses), mas num contexto generalista é suficientemente interessante para recomendá-lo aos mais fanáticos do género.
Um bom actor num filme assim-assim, quem nunca?
O sítio SWDB, à data em que a minha busca ocorreu pouco mais apresentava do que um poster e um link para o IMDB, o que achei um pouco estranho já que o filme é protagonizado pelo bem conhecido Fabio Testi, a página só mais tarde seria actualizada com informação e até link para compra do dito em DVD, que acabei por fazer. Mas a primeira versão que deitei a mão veio mesmo das catacumbas da pirataria, Cinemaggeadon.
Piero Lulli preparado para dar pazada!
O filme poderia ter sido incluído numa subcategoria dos westerns-spaghetti, tipo zorro-spaghetti, ou que raio lhe quiserem chamar. Spaghetti-western per se é que não me parece nada coerente chamar-lhe. Não tinha bem a noção, mas existe uma quantidade razoável de filmes desta tipologia feitos por estas gentes e a coisa até começou bem cedo, veja-se o magnífico exemplar “El Coyote” que data de 1955 e foi realizado por outro elemento do clã: Joaquín Luis Romero Marchent.
Abusaram no rimel...
Ora quem já viu pelo menos uma vez na vida um filme do herói mascarado Zorro, facilmente entende a trama deste “El Zorro justiciero”, que em Itália até tem um título mais malandreco e subjectivo, “E continuavano a chiamarlo figlio di...”. Mas então vamos lá, um jovenzito é incriminado pelo assalto a um banco entre outros delitos. Todas as provas são meramente circunstanciais mas é apontado por todos como culpado. Antevendo a inocência do rapaz e o mais que provável cenário de execução, leva a que Don Diego (o Zorro, claro está) o liberte, iniciando em paralelo a sua própria investigação. As pistas levam-no até ao rancheiro e seus capangas. Zorro desenvolve então o seu contragolpe expondo os verdadeiros criminosos.
Simoneta Blondell, a melhor criação do tio Demofilo Fidani, faz uma perninha no filme.
Não é certo que o filme seja realmente de 1972, a data será muito provavelmente aquela em que o filme chegou às salas de cinema, mas terá sido filmado em 69/70.
ResponderEliminarEste tipo de filmes não tem quase nada a ver com o Zorro que toda a gente conhece. Este Zorro não tem espada, não tem máscara (apenas um lenço preto a tapar-lhe a cara) e tem um revólver e um coldre.
ResponderEliminarÉ mais um pistoleiro vestido de preto do que o tal justiceiro mascarado defensor dos oprimidos.
A história do Coyote segue este mesmo mote. Não vi o segundo filme mas o primeiro é interessante em toda a linha. A data em que foi feito, a ligação para a BD e para os fãs do cinema B tem aquele factor extra, Jesus Franco na equipa.
EliminarE já que falamos de mascarados, há também uma situação curiosa: o famoso "Lone Ranger", que em Portugal chama-se "Mascarilha", noutros países ficou com o nome de "Zorro".
ResponderEliminarOu seja, temos assim 2 Zorros (o que veste de preto e tem capa e espada, e o Zorro que tem duas pistolas, um cavalo branco e o fiel amigo índio Tonto).
Não fazia ideia, parece bastante idiota, mas à data não é de estranhar. Há situações caricatas por todo o lado, na Alemanha aqueles filmes de kickboxer (por exemplo) foram nomeados à pazada de forma a ter uma saga interrupta e claro, sem qualquer ligação.
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