Robert Woods teve um papel importante no seio do spaghetti-western, não foram poucos os filmes em que deu a cara (Due once di piombo, Black Jack, Quel caldo maledetto giorno di fuoco, etc.), mas essa passagem pelo género não parece regozijar nem o próprio. É que no meio de tantos filmes, poucos são os que se podem considerar sequer medianos, a maioria são mesmo muito fracos. E quem viu, por exemplo, a sua participação no medíocre Era Sam Wallash... lo chiamavano 'Così Sia' do prolífico Demofilo Fidani, entenderá do que falo. Nascido e criado no Colorado, Woods acabou como tantos outros actores americanos por remar à Europa, em procura de melhor sorte. Em França trabalhou em dobragens e ocasionalmente em teatro.
Aí seria descoberto pelo produtor e realizador espanhol Alfonso Balcazar, que lhe acenou com um contrato para um punhado de filmes. Uma proposta simplesmente irrecusável para um actor em inicio de carreira. A parceria seria iniciada com Los pistoleros de Arizona, um filme mexido e vagamente interessante. Outros se seguiram e ao longo dos anos Robert Woods consolidaria o seu nome no cinema europeu, garantindo trabalho para 14 anos, e participações em mais de 20 westerns-spaghetti. Nalguns desses filmes nunca deveria ter aceitado protagonizar, Il mio nome è Mallory... M come morte é um desses casos!
A acção do filme gira em torno da personagem Mallory, um tipo mestiço que se faz apresentar com um penteado ridículo – valia tudo nos anos 70. No final da guerra civil Mallory e o seu amigo Coronel Todd Hasper compram um rancho à muito desejado por Bart Ambler, o patife local. A compra decorre enquanto Bart está fora da cidade, mas com o seu regresso a agitação começa. Block, outrora braço contratado de Mallory une esforços com Ambler e interceptam o antigo proprietário do rancho, que assassinam depois de lhe roubar o ouro da venda. Agora na posse do ouro, Ambler tenta legitimamente comprar as terras a Mallory, que não se mostra minimamente interessado em fazer negócio. O mestiço apaixona-se entretanto por Cora, irmã de Ambler, o que incendiará ainda mais o ódio de Block - eterno apaixonado pela miúda. Sabendo que dificilmente conseguirá sacar mais rápido que Mallory, Ambler faz-se valer da inveja de Block incentivando-o a confrontar o mestiço.
"Il mio nome è Mallory... M come morte" podia ser simplesmente um filme mediano, mas a direcção do estreante Mario Moroni é ineficaz e vistas as coisas não consegue ser nada mais do que um filme aborrecido, lançado num ano em que o género parecia cada vez mais condenado ao desaparecimento. Para além de algumas velhinhas edições em VHS julgo ser completamente impossível de encontrar por aí este “Mallory”. A versão que tive oportunidade de assistir corresponde a uma transferência de uma dessas VHS, com imagem e som sofrível e legendas originais forçadas. Um exercício no limiar do masoquismo, garanto-vos!
Encontro na tasca.
Aí seria descoberto pelo produtor e realizador espanhol Alfonso Balcazar, que lhe acenou com um contrato para um punhado de filmes. Uma proposta simplesmente irrecusável para um actor em inicio de carreira. A parceria seria iniciada com Los pistoleros de Arizona, um filme mexido e vagamente interessante. Outros se seguiram e ao longo dos anos Robert Woods consolidaria o seu nome no cinema europeu, garantindo trabalho para 14 anos, e participações em mais de 20 westerns-spaghetti. Nalguns desses filmes nunca deveria ter aceitado protagonizar, Il mio nome è Mallory... M come morte é um desses casos!
Gabriella Giorgelli é a carinha laroca de serviço.
A acção do filme gira em torno da personagem Mallory, um tipo mestiço que se faz apresentar com um penteado ridículo – valia tudo nos anos 70. No final da guerra civil Mallory e o seu amigo Coronel Todd Hasper compram um rancho à muito desejado por Bart Ambler, o patife local. A compra decorre enquanto Bart está fora da cidade, mas com o seu regresso a agitação começa. Block, outrora braço contratado de Mallory une esforços com Ambler e interceptam o antigo proprietário do rancho, que assassinam depois de lhe roubar o ouro da venda. Agora na posse do ouro, Ambler tenta legitimamente comprar as terras a Mallory, que não se mostra minimamente interessado em fazer negócio. O mestiço apaixona-se entretanto por Cora, irmã de Ambler, o que incendiará ainda mais o ódio de Block - eterno apaixonado pela miúda. Sabendo que dificilmente conseguirá sacar mais rápido que Mallory, Ambler faz-se valer da inveja de Block incentivando-o a confrontar o mestiço.
Este sócio anda sempre mal disposto.
Edit (26/06/2020):
O filme foi finalmente lançado em versão DVD cristalina em meados de 2013 (screens ilustrativos dessa nova versão). Titulo da edição: Django - unerbittlich bis zum Tod. Podem encontra-lo na Amazon.
Os filmes maus também merecem ser vistos!!!
ResponderEliminarMerecem pois. Excepto se falarmos de mega produções como aquela lançada no ano passado, "2012"! Nesses casos não há justificações!
ResponderEliminarBom trabalho Pereira, nelhor que o filme
ResponderEliminarVitor "El Topo" Louçã
De facto, este filme é mau, desinteressante e sem nexo! Para não variar, pode-se constatar no trailer que a utilização indevida do nome "Django" está presente, o que torna a coisa ainda mais ridícula! Por outro lado, estou de acordo que os filmes maus também devem ser vistos e este filme deve ter tido de certeza um orçamento simbólico! Hoje em dia temos super produções cinematográficas que gastam milhões e no final não passa de um conjunto de palhaçadas!
ResponderEliminarPois é sócio! Para os alemães se o tipo tiver um colt e um cavalo já chega para se adicionar "Django" ao titulo do filme! :P
ResponderEliminar@ Vitor
Obrigado pela visita amigo "El topo". Este filme é quase tão mau como o inicio de época do teu Sporting, hein?!
Abraço.
Vi este filme em Luanda(Angola) em 1974, sempre c. bilheteiras esgotadas,porque os filmes de Rob.Woods tal como os de George Hilton, Giuliano Gemma, Ant.Steffen etc, eram sempre muito atendidos porque a população queria ver os seus rostos em ação. Já ninguém queria ver velhadas cansativas como John Wayne, Gary Cooper, etc.
ResponderEliminarMais ou menos esse o critério que me fez fã do western europeu e não tanto do americano.
ResponderEliminar--
Pedro Pereira
http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
http://auto-cadaver.posterous.com
Este "Il mio nome è Mallory "M" come morte" teve direito a reposição das screens que estavam perdidas no antigo alojamento. Anteriormente estas eram de uma VHS manhosa, mas agora por existir versão DVD, actualizaram-se por essas.
ResponderEliminarPassados mais de 10 anos, aproveito para retratar-me sobre o comentário que fiz. Visto em DVD com imagem restaurada e cristalina, o filme não é tão mau como parecia. É bastante decente, diria eu. É mais um bom exemplo de como fazer um western com meia dúzia de trocos.
ResponderEliminarNão é pormenor ver os filmes com qualidade de imagem. Tenho mudado de opinião sobre alguns depois destas revisitas. Lembro-me para o caso do Shangai Joe que achava uma merda e depois de me cruzar com ele na Fox Movies em qualidade cristalina, até me pareceu bom (com as suas limitações, claro). Tomara que continuem a resgata-los a todos. Tinha especial expectativa pelo Taste of Death que vi recentemente e adorei apesar da imagem ser ruim.
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