Não é muito comum ver uma editora apostar em edições temáticas dedicadas aqueles actores geralmente menos reconhecidos para uma maioria de seguidores de um determinado género cinematográfico, mas a norte-americada Wild East têm arriscado neste campo com edições temáticas dedicadas a gente actualmente condenada à obscuridade. Edições essas dedicadas a nomes como Edd Byrnes, George Martin, Leonard Mann ou mais recentemente Anthony Ghidra e George Hilton. Todos eles com alguns méritos reconhecidos pelo maior fanático do género western-spaghetti, mas claramente pontos de interrogação para todos os outros apreciadores moderados do género.
Uma dessas edições contempla dois filmes protagonizados por George Eastman – Luigi Montefiore de baptismo. A presença do “grande” actor no cinema europeu não passou despercebida, não tanto pelas suas capacidades enquanto intérprete mas sobretudo pela imponência da sua altura, sempre superior aos demais actores que com ele tiveram de contracenar. Os filmes em que o protagonismo lhe tenha sido praticamente entregue não abundaram, mas este “Django - O Último Killer” – que de Django pouco ou nada têm – é um desses títulos.
Aqui Eastman reparte créditos com o interessante Anthony Ghidra (“Ballata per un pistolero”), num filme com bastantes paralelos com “I giorni dell'ira” de Tonino Valerii, mas que acabou por levar com o nome “Django” nalguns países em que a prática da dobragem sempre foi comum. Inexplicavelmente os reis da transformação de “marca branca” em “marca Django” – leia-se alemães – fugiram à regra e lançaram o filme como “Rocco - Ich leg dich um”.
Temos por aqui um George Eastman a encarnar o jovem mexicano Ramón, que vê a sua família ser assassinada pelo ganancioso Barret (Daniele Vargas), que à boa maneira da vilanagem nobre, explora os pequenos fazendeiros locais. Sem grande astúcia no manejo de armas de fogo, Ramón quase perde a vida, sendo salvo – ainda que inadvertidamente – pelo caçador de cabeças Django.
O temível pistoleiro arma-se em bom samaritano e cuida de Ramón. Lambidas as feridas os dois desenvolvem uma amizade acabando Django por ensinar ao mexicano como empunhar a pistola. Django que se prepara para aposentar acaba por aceitar um derradeiro “serviço” após aliciamento de Barret, mas o homem que aceita matar é afinal o Ramón: seu pupilo!
“L'ultimo killer” – titulo original italiano – é um daqueles filmes medianos que pouco ou nada acrescenta às dezenas histórias de vingança contadas nos anos de ouro do western europeu, algo que aliciará apenas o mais ávido consumidor do género. A esses, e apenas esses recomendo o DVD da Wild East que nesta “double feature” surge acompanhado pelo também mediano “Odia il prossimo tuo” de Ferdinando Baldi. Como extras incluem-se ainda trailers e galerias promocionais.
George Eastman, o aluno.
Anthony Ghidra, o professor.
Aqui Eastman reparte créditos com o interessante Anthony Ghidra (“Ballata per un pistolero”), num filme com bastantes paralelos com “I giorni dell'ira” de Tonino Valerii, mas que acabou por levar com o nome “Django” nalguns países em que a prática da dobragem sempre foi comum. Inexplicavelmente os reis da transformação de “marca branca” em “marca Django” – leia-se alemães – fugiram à regra e lançaram o filme como “Rocco - Ich leg dich um”.
É um cliché do género. Herói que é herói tem de ser torturado pelo menos uma vez.
Temos por aqui um George Eastman a encarnar o jovem mexicano Ramón, que vê a sua família ser assassinada pelo ganancioso Barret (Daniele Vargas), que à boa maneira da vilanagem nobre, explora os pequenos fazendeiros locais. Sem grande astúcia no manejo de armas de fogo, Ramón quase perde a vida, sendo salvo – ainda que inadvertidamente – pelo caçador de cabeças Django.
Ramón ensaia a sua vingança, mas corre-lhe mal.
Máquina de matar em construção.
De facto é um filme que é mais do mesmo e vai beber toda a inspiração a GIGANTES EM DUELO, de Tonino Valerii. A diferença é que ter Lee Van Cleef e Giuliano Gemma não é a mesma coisa de ter Anthony Ghidra e George Eastman. Para não variar, a obsessão dos alemães pelo nome "Django" foi de tal forma saturante que se tornou doentia e em alguns casos patética!
ResponderEliminarClaro, o elenco reunido por Valerii é bastante superior. Mas o Giuseppe Vari não deixa de ser um tipo a descobrir. Não é génio mas teve bons apontamentos. Gosto por exemplo do "Un buco in fronte", simples mas eficaz.
ResponderEliminarNeste caso os alemães nem foram os piores na nomeação do filme. o SWDB indica que pelo menos americanos, holandeses e portugueses o lançaram como "Django...". Os alemães colocaram-no no saco dos "Rocco...", que ainda não entendi bem de onde surgiu, mas ainda vou investigar.
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Pedro Pereira
por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
filmesdemerda.tumblr.com
Pedro Un Buco Di Fronte também foi lançado na linha do Rocco
ResponderEliminarOlá Artur!
ResponderEliminarNão sabia, mas pelos vistos o Anthony Ghidra foi colado ao papel. É que o "Ballata per un pistolero" também foi lançado como "Rocco - der Einzelgänger von Alamo".
Curiosamente no fim de semana passado - data de mais um aniversário - recebi da minha preciosa Elsa, um livro chamado "Spaghetti-Heroes: Django, Sartana, Ringo", que a páginas tantas para além destes 3 personagens dedica algum espaço ao dito Rocco. Ainda não tive tempo de ler quase nada do livro, mas já deu para confirmar que filmes como "Sugar Colt", "Joko invoca Dio... e muori" ou "El Rojo", foram colocados no "saco"!
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Pedro Pereira
por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
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Por lo que comentas tiene muy buena pinta la película. A ver si la editan en español y la puedo ver.
ResponderEliminarEdit: As imagens do post foram actualizadas devido a problemas com o servidor de alojamento original.
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