Il figlio di Django é mais um filme que explora o longo e proveitoso filão de “Django”, aqui com um mote algo diferente do comum, passando a habitual usurpação da famosa personagem para a sua descendência. O argumento do filme resume-se de uma forma simples: Django é baleado pelas costas em frente de seu filho - Tracy. Este ainda que não tenha conseguido ver a cara do assassino consegue ouvir um nome: “Thompson”! O miúdo acaba então por ser resgatado por um velho amigo de Django, que o deixa ao cuidado de uns seus familiares. Os anos passam e a criança torna-se num temível pistoleiro, partindo eventualmente em busca de vingança – condição mínima necessária para o regozijo da maioria dos fãs do género. A busca leva-o à cidade de Topeka, onde acaba por se envolver nas rixas entre duas facções lideradas por ex-companheiros do seu pai. Mas quem será afinal o homem que apertou o gatilho?
A modesta realização de Il figlio di Django ficou a cargo de Osvaldo Civirani, nome responsável por um punhado de westerns-spaghetti de qualidade quase sempre sofrível, tais como Uno sceriffo tutto d'oro ou I due figli di Trinità. E a coisa não começa bem, Civirani arrepia caminho e entrega todos os trunfos nas sequências iniciais, colocando em fundo um revelador tema cuja letra descreve grande parte da intriga do filme. Não existe por aí muita gente que tenha tentado isso, e percebe-se porquê. Toda e qualquer expectativa inicial que se poderia ter é defraudada num momento em que ainda nem sequer aquecemos o sofá! Curiosamente Demofilo Fidani - outro nome também conhecido pelas suas produções despreocupadas - esteve também ligado ao projecto, aqui enquanto responsável pela decoração.
De facto, de um modo geral não há muito que se possa escrever em abono de Il figlio di Django. Desde o fraco argumento (responsabilidade do próprio Civirani em pareceria com Alessandro Ferraù e Tito Carpi), extremamente atabalhoado e confuso nos 30 minutos iniciais do filme; passando pelas intermináveis sequências de tiroteio e terminando na interpretação mediana da generalidade do elenco da coisa, nada de memorável há que registar. No campo das interpretações reconheça-se ainda assim alguns pontos acima da média para Gabriele Tinti (Tracy) que até parece ter sido talhado para este tipo de papel, mas que infelizmente não se voltou a dedicar ao género. Já a estrela da companhia, Guy Madison (protagonista de filmes como Sette winchester per un massacro ou Reverendo Colt), tem aqui uma presença rotineira e sem brilho, o que acaba por ser desculpável tal a curta dimensão do papel que lhe foi entregue - muito pouco aprofundado pela direcção de Civirani.
Apesar de Il figlio di Django ser facilmente metido no saco daqueles filmes absolutamente esquecíveis, serve no entanto como exemplo da quantidade de adaptações que a marca Django teve durante os anos áureos dos "westerns all'italiana"! O filme está disponível em formato DVD através da “subterrânea” X-Rated, o que por si só serve de indicação para qual o público-alvo do filme: Fãs hardcore do género!
Mais duas imagens para vossa consideração:
Mais duas imagens para vossa consideração:
Vi este filme há poucos dias e estou de acordo com a análise do meu amigo Pedro. É de facto um filme fraco, sem chama e sem ideias. Não sabia que Demofilo Fidani esteve envolvido no projecto mas pessoalmente diverti-me bem mais a ver os westerns do Fidani do que este "Il figlio di Django"!
ResponderEliminar...talvez tivesse mais sucesso se fosse um simples videoclip...
ResponderEliminarÉ engraçado que digas isso, tantos são os realizadores da actualidade que começaram nesse ramos dos videoclips... este aqui poderia ter feito o percurso ao contrário!
ResponderEliminarComo referi, é um filme para fanáticos do género, a todos os outros recomendo distância de segurança...
ja ouvi falar desse ai, interessante o nome do filme, se lançarem aqui no Brasil vou ver se dou uma chance, até porque leva o dedo de Tito Capri no roteiro, so um fã do gênero, mas sei separar um filme bom de um filme ruim, mas a maioria nunca me decepcionou.
ResponderEliminarPor vezes também me custa separar as águas, quero mesmo é vê-los a todos. Mas garanto-te este é mesmo fraquinho. Não fiz uma estatística, mas do que vi e que tenho em mente, será mesmo o pior argumento com selo do Tito Carpi.
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