Temos um bando de salteadores mexicanos do mais velhaco que há. O comandante militar da zona anda à rasca com esses “comedores de tortillas”. O comandante pede reforços mas só aparecem três militares: o capitão Chadwell, o tenente Younger e o sargento Smith. Mas a missão não é exclusivamente militar. Um gajo chamado Corão (autointitula-se “seguidor de Alá”) quer os 1000 dólares de recompensa. O revólver, o arcabuz e a sombrinha empaneleirada de Corão são as suas ferramentas de trabalho.
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Corão não precisa de ir à mesquita para rezar.
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Corão não precisa de ir à mesquita para rezar.
O cabecilha dos mexicanos é o general Lopez, um cara de parvo cheio de medalhas, que no seu quartel-general tem um quadro de Napoleão Bonaparte. Sempre que olha para o quadro ouve-se os primeiros acordes da “Marselhesa” (“Allons enfants de la Patrie / Le jour de gloire est arrivé!”). Além das medalhas, ainda tem um brinco na orelha esquerda que mais parece uma amostra da pesca! Os três militares e o pistoleiro Corão unem forças em prol de um objetivo comum. Mas o lema é “Confiar é bom. Mas não confiar é melhor!”.
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Eis os três militares!
Este filme já tem alguns momentos cómicos (poucos, felizmente) e o chamado “body count” supera as palhaçadas. E quando digo “body count” não me refiro ao “Smoked Pork”, ao “Body Count’s in the House”, ao “Cop Killer” e nem sequer ao Ice-T. “Body Count”, neste contexto, é pura e simplesmente “contagem de cadáveres”.
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Um parvalhão de uniforme.
Os dois protagonistas são os atores Gianni Garko e Stephen Boyd. À época, Garko era um veterano dos westerns-spaghetti (o imortal Sartana). Boyd triunfou no cinema épico. Foi o vilão Messala em “Ben-Hur” (1959), foi o general romano Gaio Metelo Lívio em “A Queda do Império Romano” (1964) e interpretou o rei Nimrod em “A Bíblia” (1966).
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Bonita gravata!
Mas a maior curiosidade deste filme é o facto de ter um pistoleiro que não tem um nome católico! Aleluia, Sacramento, Camposanto, Spirito Santo, Requiescant… já foram! Desta vez temos um pistoleiro chamado Corão, que lê o Corão (ou é Alcorão?), tem o taqiyah na cabeça, tem as contas e é muçulmano. E porquê esta mudança de religião nos westerns-spaghetti? Porquê trocar a igreja pela mesquita? A minha cabeça maluca sugere-me duas razões:
1.ª – Para tentar ser diferente.
2.ª – Porque o público já estava farto de “cheira a padres”, “ratas da sacristia” e “papa-missas”, apesar de esses personagens terem mandado centenas de almas para junto do Criador.
Amém!
Perdão. Inshallah!
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"Awwwwwwwwww shit. Body Count's in the house, Body Count!"
Marco Giusti, no seu "Dizionario...", escreve que o realizador americano Quentin Tarantino tem uma cópia em 35 mm deste filme na sua coleção privada.
ResponderEliminarHaja quem preserve a história.
EliminarCuriosamente dei uma audição à esse disco não há muito tempo. Na altura achava meio chunga, mas neste caso os anos foram-lhe amigos.
ResponderEliminarSobre o filme. Só vi uma vez via DVD espanhol. Por ter o Gianni Garko no topo da lista achava que era trigo limpo mas não fiquei de barriga cheia. A sombrinha apaneleirada até tem um je je sais quois gadget Sartana mas a personagem é fraca. Pior claro, é o wanabe de Bonaparte. Enfim, é um filme com clima mal definido e isso pesa no conto final.
Para quem quiser saber quem são os Body Count, eis o seu primeiro (e muito provavelmente) melhor álbum:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=WbfyerV37LQ&t=229s
Esta é resenha número 227.
ResponderEliminarO personagem interpretado por Garko é diferente e no início até choca e poderia levar o filme para um caminho de choque religioso, mas até gosto do filme principalmente quando despretenciosamente se torna num mero filme de ação e de entretimento puro. A canção do filme é cantada por Stephen Boyd.
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