Eis mais um de muitos westerns-spaghetti cujo título é mentiroso. Não há nenhum “Django” em todo o filme. O título em Espanha não é melhor: “Tequila”! E porquê este título? Não sei e duvido que alguém saiba. Este filme foi completamente desprezado, a distribuição foi praticamente inexistente e foi parar às salas de cinema de 3ª categoria. Muitos anos depois, Sergio Garrone até admitiu em entrevistas que não se lembra de absolutamente nada. O elenco tem à cabeça Giacomo Rossi Stuart, ator italiano que, anos mais tarde, iria interpretar o papel do Capitão Fritz Von Merkel no bem-sucedido “Zorro”, de Duccio Tessari. Temos também os inevitáveis vilões Aldo Sambrell e George Wang, o habitual Furio Meniconi e as lindíssimas Krista Nell e Diana Lorys.
Aldo Sambrell a fumar uma cigarrada!
A receita é a habitual: Johnny McGee, o velho Thomas Nathaniel Livingstone (nome todo pomposo para um velho jarreta) e um mestiço vivem numa cabana perto da sua mina de ouro. O banqueiro Anthony Burton quer todas as minas da região e não aceita que lhe digam “não”. Todos os mineiros da zona são ameaçados, atacados e, alguns deles, assassinados. O braço armado de Burton é um mexicano chamado Lupe Martinez, que na maior parte do tempo anda todo grogue e vive escondido numa gruta húmida e terrivelmente lúgubre.
Para defender o que é seu, o trio de mineiros não vira a cara à luta. Johnny é implacável com o seu colt, o mestiço é mestre em lançar dardos através da sua flauta e o velho Livingstone, quando não está a agravar a sua cirrose, resmunga. Os condimentos da habitual receita acima mencionada são os inevitáveis balázios e sopapada! No auge dos westerns italianos, uns panhonhas franceses escreveram numa revista que “em Roma há lá um Sergio que faz três westerns por semana”.
Eles referiam-se a Sergio Garrone mas estavam completamente errados porque Garrone só fez cinco westerns. Participou, posteriormente, em mais dois westerns porque foi chamado pelo produtor para terminar o que outro realizador, Luigi Mangini, já tinha começado. “Uccidi Django… Uccidi Per Primo!” é um western pobre. Eu adjetivá-lo-ia como um filme “feito às três pancadas”. Ou, como se diz na minha terra, um filme “feito à papo-seco”!
Tinha um colega na escola de Caia a quem chamávamos Garrone. Não sei bem a razão.
ResponderEliminarE o filme... sinceramente acho que não vou à bola com ele e não gosto do Rossi-Stuart nestas coboiadas, mas gostei de o ver nuns giallos do Mario Bava.
ResponderEliminarO filme, de facto, não é grande espingarda. Na versão disponível que anda por aí dá a sensação que faltam algumas cenas para percebermos melhor certos pormenores.
ResponderEliminarO DVD italiano (com áudio em italiano e espanhol) é um autêntico barrete porque tem uma qualidade de imagem medonha!
Eu encontrei este rip das imagens acima. Não é brilhante mas vê-se. Nas cenas passadas no breu da gruta é que se torna péssimo. Mas enfim, a versão que tinha assistido há uns anos atrás era ainda pior e nestas andanças temos de aproveitar o que há. Mesmo com imagem sofrível e qualidade geral do filme aquém, prefiro ir por aqui que as modernices CGI.
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