5.10.2011

Cimitero senza croci (1969 / Realizador: Robert Hossein)

Uma pérola preciosa num mar imenso. Um belo filme que sofre o estigma do (quase) anonimato. Um ator / realizador que nunca foi popular no subgénero. Uma produção humilde, com intervenientes pouco carismáticos mas que surpreendem e fazem algo que só está ao alcance dos mais inspirados: do pouco fazer muito!

É desta forma que classifico este western que, no meio de centenas, representa uma lufada de ar fresco. Os tiroteios, a rapidez, as brigas e as explosões em dose industrial chegam a um certo ponto que já chateiam! Também é bom saborear algo mais melancólico. Também é bom relaxar e apreciar tanto o ritmo lento como os personagens taciturnos.


A história deste filme é sobre Manuel, um pistoleiro que vive num povoado abandonado, que tenta atacar o rico rancheiro Will Rogers após este ter linchado o seu melhor amigo, o marido da sua (ainda) amada Maria. Um enredo simples, quase sem diálogos, assente em planos longos, bonitas paisagens desérticas de cores quentes e apoiados por uma partitura musical muito melancólica da autoria de André Hossein, pai do realizador / protagonista. O ritmo lento que Robert Hossein quis impor no filme não foi casual. Tratou-se de uma forma que o francês arranjou para homenagear o seu amigo de longa data Sergio Leone. Além da dedicatória final “Robert Hossein dedica este filme ao amigo Sergio Leone”, a silenciosa cena do jantar foi dirigida pelo italiano.


Como foi referido anteriormente, não temos grandes nomes consagrados. Temos gente competente que cumpre na perfeição o seu papel: Robert Hossein, Michele Mercier, Lee Burton, Daniele Vargas, Angel Alvarez e Benito Stefanelli. Este filme atípico no subgénero ainda continua na obscuridade porque as edições DVD são quase inexistentes. Nesse capítulo prefiro ser otimista e espero que brevemente surja uma editora europeia corajosa que lance o DVD numa edição decente. Se assim for, quase de certeza que perderei o amor ao dinheiro! Até lá, vou apreciando estes 90 minutos de bom cinema no meu computador. Aqueles que puderem façam o mesmo…


Trailer:

12 comentários:

  1. Uma curiosidade sobre este filme: Parece que Sergio Leone participou como ator numa das cenas, nomeadamente como rececionista do hotel. Mas após ver o resultado final, Leone detestou o seu desempenho e pediu a Robert Hossein para não incluir essa cena. Hossein fez-lhe a vontade e a cena foi repetida mas desta vez o rececionista do hotel foi interpretado por Chris Huerta.

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  2. Grandísimo y atípico spaghetti, de los más desesperanzados que he visto.Para mí de imprescindible visión para todo aquel que le guste este género

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  3. assisti já faz um tempo, não achei grande coisa.

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  4. Há sem dúvida um ambiente muito carregado neste filme, que sugere tristeza, vingança e desespero. Para provar isso mesmo temos também um final muito pessimista (que na minha opinião faz com que o filme seja ainda melhor).

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  5. Este é um daqueles filmes que tem subido na lista das minhas preferências. Mesmo com uma quase não existência de diálogos parece-me bastante válido. Relativamente a edições DVD, parece que há uma edição Alemã mas está esgotada e está à venda a preços proibitivos:

    http://www.amazon.de/gp/product/B000TGCE90/028-6793813-5070148?ie=UTF8&tag=italowestern-21&linkCode=xm2&camp=1638&creativeASIN=B000TGCE90

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  6. Ya lo tengo pero todavía no lo he visto. Ya no me quedan excusas...

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  7. Acabei de assistir a este filme. E realmente fiquei impresionado.É muito bom. Uma verdadeira pérola.

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    1. É sim senhor. É bom saber que vai sendo conhecido por cada vez mais gente.

      --
      Pedro Pereira

      http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
      http://auto-cadaver.posterous.com

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  8. Esse filme está lançado no Brasil pela Nordeste distribuidor, ou Ocean como: Cemitério sem cruzes.

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    1. Pena que as editoras brasileiras não apostem na distribuição internacional. De certeza que fariam algum encaixe nos países lusófonos.

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  9. http://www.patiodebutacas.org/foro/showthread.php?t=6266

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