Com a chegada do western cómico até o habitualmente taciturno Anthony Steffen, que por regra associamos aos mais carrancudos dos personagens do western-spaghetti (“Django il bastardo”, “Garringo”, etc), passou a interpretar personagens em filmes que não são carne, nem peixe (“Uno, dos, tres... dispara otra vez”, “Arriva Sabata!”). Filmes que se por um lado tentam imprimir algumas passagens mais cómicas nos seus roteiros, não se contêm quando chega a hora da matança.
É certo e sabido que o Steffen que adoramos é desprovido de expressividade. Coisa sem importância quando se trata de encorpar os mais destemidos pistoleiros do velho oeste, mas quando se passa para o lado da paródia, as coisas ficam estranhas. Os anos 70 foram férteis em produções deste tipo, e esta co-produção ítalo-espanhola intitulada de “La caza del oro” é um desses bichos raros.
Carver (Manuel Guitián) é um velho bandido que roubou 28 sacos de ouro à companhia mineira, mas que acabou na prisão por 20 penosos anos, onde manteve segredo sobre o paradeiro do saque. No dia da sua libertação uma série de bandidos sem escrúpulos fazem romaria até às portas da prisão, com o intuito de forçar o avozinho a indicar a localização do tesouro. O director da prisão (Raf Baldassarre) também está interessado no dinheiro e oferece protecção ao velho em troca do metal precioso, mas Carver agride o carcereiro e volta para dentro da choldra. Lá, espera-o o mexicano Paco (Daniel Martín), companheiro de cela que tenciona escapulir-se com o velho e com ele repartir o ouro. O mexicano logra em fugir com a sua «galinha dos ovos de ouro» mas não chega longe porque Trash (Anthony Steffen) - o mais afoito dos abutres - lhes interrompe a fuga.
Os três acabam por formar uma delicada sociedade, seguindo em direcção ao local onde o ouro terá sido refundido. Pelo meio encontram uma caravana de mulheres de má fama, geridas por uma velha conhecida de Carter. Ressabiado, o velho acaba por bater as botas antes de consumar o acto! Sem saberem ao certo sobre o paradeiro do ouro, Trash e Paco continuam em direcção à fronteira Mexicana. O infortúnio dura pouco e acabam por mero acaso por ter conhecimento da localização do tesouro, que afinal foi escondido dentro da imagem de San Firmino! Mas um grupo de bandidos mexicanos comandados pelo velhaco Firmin Rojas (Fernando Sancho) também estão interessados na estatueta, que crêem poder proporcionar-lhes grandes milagres nas suas actividades criminosas. Imagine-se!
No meio desta trapalhada toda salva-se a interpretação do espanhol Fernando Sancho, muito divertido nas poucas linhas que lhe couberam. De resto, nem os cenários usados na rodagem abonam a favor do filme, que apesar de ter sido rodado por Espanha não contempla nenhuma das vistosas paisagens de Almería. Um filme bastante regular que apenas o mais sedento dos fãs do género se deverá atrever em perseguir.
Esse é desconhecido para mim.
ResponderEliminarSin ser nada del otro mundo, la película me divirtió y la prefiero a otros spaghettis cómicos. Además creo que la pareja Steffen-Martín funciona relativamente bien.
ResponderEliminarYo pienso que "Arriva Sabata" es un poquito mejor que esta, pero la verdad es que la sección cómica del género no es la mi preferida. Existen algunos spaghettis cómicos que me aburren de muerte: "Cipolla Colt", etc.
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Pedro Pereira
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Já não é a primeira vez que Fernando Sancho salva o filme do desastre.
ResponderEliminarEm outras ocasiões também teve um papel decisivo e acrescentou mais qualidade (quase sempre como vilão).
Nem consigo pensar nele sem que seja no papel de antagonista. É pena que o bandido que aqui interpreta não tenha tido mais uns minutinhos de tempo de antena.
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Pedro Pereira
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