Lou Castel (Requiescant) interpreta um jovem criado por um pregador ambulante, depois da sua família ser massacrada por um grupo de soldados confederados. Criado como pacifista, o rapaz verá a sua vida dar uma volta quando a sua meia-irmã foge. A busca que se segue revela-lhe um talento inesperado: uma pontaria exímia! Este não é mais um típico westerm-spaghetti. Carlo Lizzani tal como Giulio Questi (e outros), não morria de amores pelos westerns e por isso a sua participação é um autêntico outlier.
Mark Damon é George Bellow Ferguson um aristocrata sulista pró-esclavagista. Defensor acérrimo dos mesmos princípios que esses perigosos desmiolados do movimento Reconquista têm apregoado recentemente. Não deixa de ser curioso que um filme politicamente posicionado, feito nos finais de sessenta abordasse os problemas que a sociedade moderna enfrenta: o racismo, o regresso aos valores tradicionais, o desrespeito pela mulher, etc.
Esta terá sido a minha terceira visualização deste “Os Assassinos também choram” (título nacional). E talvez pelo contexto actual da nossa sociedade, sinto que o filme cresceu em mim. Podem julgá-lo vocês mesmos se tiverem subscrição do Prime Video. A versão que lá encontram é a anglo-saxónica. Tem imagem impecável, mas com uma legendagem atroz.
Uma curiosidade antes de ir. Este é o único western-spaghetti a contar com o mítico cineasta, poeta e intelectual italiano Pier Paolo Pasolini. Uma figura controversa que a RTP tem tido o bom gosto de homenagear agora que se cumprem 50 anos da sua morte, exibindo alguns dos filmes do cineasta. Se forem rápidos no gatilho ainda conseguem apanhá-los no RTP Play.
Leiam também a resenha do Emanuel, aqui. Hoje foram só boas sugestões, amanhã logo se vê!
Visto via Prime Video.
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