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29/03/2020

5 westerns-spaghetti para ajudar a superar a quarentena - Vol.1

Numa altura em que a quarentena exigida para contenção do vírus COVID-19, nos empurra para dentro das quatro paredes, começa a sobrar tempo para outras coisas. Porque não queremos que o usem para pensar em negatividade, recomendamos um punhado de westerns-spaghetti para verem no conforto do sofá. Todos eles disponíveis nos super-mercados virtuais do povo. Fiquem em casa!

1. Lo voglio morto (1968 / Paolo Bianchini)

Durante a Guerra Civil Americana, dois homens violam e matam a irmã de Clayton. A busca de vingança de Clayton convergirá com os destinos da guerra, assassinando dois generais que se reúnem para discutir termos de paz. Um excelente exemplar de western-spaghetti de baixo orçamento versus alto rendimento.
[resenha aqui]

2. I Crudeli (1967 / Sergio Corbucci)


No pós-Guerra Civil, um coronel confederado recusa-se a aceitar a derrota do Sul e tenta formar um exército para relançar o sul. Com a ajuda dos seus filhos, ele rouba um grande baú, que tentam escoltar escondido no caixão de um oficial que (supostamente) tencionam levar de volta ao sul. Um filme injustamente desconhecido de muita gente.


3. Il pistolero dell'Ave Maria (1969 / Ferdinando Baldi)

Revisão em ambiente western da lenda grega de Orestes, que vinga o assassinato de seu pai com a ajuda de seu amigo e ex-mentor Pylades e a sua irmã Electra. O fascínio dos realizadores italianos pela literatura grega não é um segredo mas este filme ainda é bastante negligenciado, uma pena por ser um dos mais ambiciosos.

4. Starblack (1966 / Giovanni Grimaldi)

Johnny Blith regressa a casa depois de vários anos em trabalho num rancho do Colorado, onde descobre que o seu pai morreu no decorrer de circunstâncias especiais. É o mote para mais um filme com um vigilante mascarado, tudo ao melhor estilo de Zorro. Simplório em momentos, não deixa de ser um garante de diversão.

5. Il mio nome è Shangai Joe (1973 / Mario Caiano)

Shanghai Joe vai para o oeste em busca de melhor vida. Ao chegar é constantemente confrontado com gringos racistas e inevitavelmente a coisa acaba à pancada. Mas quando Shanghai Joe ajuda alguns peões mexicanos a salvar-se da escravidão, os problemas avolumam-se. Provavelmente será o mais reconhecido dos crossovers western/artes marciais. Divertido se não se levar demasiado a sério.
[resenha aqui]

03/06/2019

Il suo nome gridava vendetta (1968 / Realizador: Mario Caiano)

Os atores Anthony Steffen, William Berger, Robert Hundar, Evelyn Stewart, Mario Brega e Jean Louis unem forças neste western de Mario Caiano. O realizador, juntamente com Tito Carpi, alinhavou e escreveu o argumento. Enzo Barboni assinou o seu nome como diretor de fotografia. Este leque de profissionais, em conjunto, deu origem a um western bastante decente, longe da genialidade de uns e longe da palhaçada de outros. Como diriam alguns: “não é bom, nem mau… antes pelo contrário”! Davy Flanagan, ex-militar ianque, tem a cabeça a prémio. É acusado de traição e deserção. Após cinco anos de ausência, Flanagan regressa a Dixon, a cidade onde sempre viveu.

O taciturno Steffen!

A vizinhança é pouco amistosa. O ambiente naquela cidade é de cortar à faca. Mas Flanagan não percebe o porquê de tanta animosidade. Pior: o facto de ter sido baleado na cabeça durante a Guerra Civil fez com que perdesse a memória.Lisa, a sua ex-mulher, casou-se com um tipo chamado Clay Hackett. O desgosto de Lisa é tão grande que passa os dias a encher as trombas de bebida. O juiz Sam Kellog é o único que o quer ajudar.

O sádico Berger!

Aos poucos, a memória torna-se menos turva. Mas à medida que Davy Flanagan maneja o seu revólver com mestria, a sua memória vai-se tornando mais clara e aí é que haverá tiros e batatada que até ferve! E ferve de tal maneira que, no final, o vilão dará um belo mergulho no bebedouro dos cavalos para arrefecer as suas malévolas intenções.É um mergulho digno dos melhores que já vimos, semelhante aos mergulhos do pessoal maluco que se atirava em grande estilo do alto da 3ª prancha na Piscina Municipal de Portalegre. Aqueles que viveram esses tempos nesta cidade do Alto Alentejo sabem do que eu estou a falar!

23/05/2017

Sette pistole per un massacro (1967 / Realizador: Mario Caiano)

Esta é a história de Will Flaherty, um homem falsamente acusado pelo assalto a um banco e assassinato dos seus dois clérigos. Três anos passam e Will evade-se da prisão com o propósito de procurar os verdadeiros gatunos. Mas de regresso a Little Tucson tem tudo menos uma recepção calorosa e palavras de conforto. Porém, a sua estadia há-de se prolongar por aqueles lados, é que para azar dos seus patrícios, um bando de foras-da-lei ataca novamente o banco. Os larápios dão-se mal com o golpe e batem com o queixo no chão ao verificarem que o cofre está vazio, resolvem então sequestrar toda a população da cidade. Et voila, volte de face, e o enjeitado passa a ser a única hipótese de salvação para os habitantes da pequena cidade.

Craig Hill em apuros.

Este era o único western de Mario Caiano que ainda não tinha riscado da lista, e como já desconfiava é enfadonho de morte. Irritante sobretudo pelo uso e abuso de cenas de pancadaria em ambiente de saloon e demais cantarolices. Ao habitué, Craig Hill, coube o papel desse tal Will Flaherty, que diga-se, mais parece uma reprise medíocre da personagem de Giuliano Gemma em “Adios Gringo”. Aliás, o título internacional do filme – “Adios Hombre – parece ele mesmo um encosto premeditado ao filme de Giorgio Stegani, que como se sabe fez mossa nas bilheteiras poucos anos antes do lançamento deste.

Will Flaherty (Craig Hill) espreme a verdade de Luke (Piero Lulli)

Pessoalmente até tenho o senhor Hill no goto, muito por culpa do cunho que deixou em alguns dos seus primeiros westerns-spaghetti, sobretudo os “Lo vogilo morto”, “Per il gusto di uccidere” ou “Quindici forche per un assassino”. Mas é claro que a coisa aqui pia mais fininho. Ao contrário desses três exemplares, este “Sette pistole per un massacro”, é um filme em tudo rotineiro e sem essa bengala, o californiano nem aquece nem arrefece. Curiosamente é a vilanagem que ganha em quantidade e qualidade (Eduardo Fajardo, Piero Lulli, Roberto Camardiel, Nello Pazzafini). Mas enfim, está visto!

01/11/2016

Lançamentos | "Eine Bahre für den Sheriff (Una Bara per lo sceriffo)"


A Colosseo lança em Novembro, "Una Bara per lo sceriffo". Western mediano da chancela de Mario Caiano e que conta com o taciturno Anthony Steffen no papel principal. Esta edição contará ainda com diversos extras, incluindo entrevistas com o realizador e  Francesco de Masi.

23/09/2015

Filme completo | Il mio nome è Shangai Joe (1973)



Shanghai Joe é um emigrante chinês em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos da América. Mas chegado ao destino encontrará tudo menos calorosas recepções. Aproveitem e vejam ou revejam "Il mio nome è Shangai Joe", um dos mais infames filmes de Mario Caiano, que infelizmente nos abandonou por estes dias. RIP.

16/05/2010

Il mio nome è Shangai Joe (1972 / Realizador: Mario Caiano)



Ainda não fez muito tempo que recebi via EUA uma das edições “Spaghetti Westerns” da Mill Creek Entertainment. Esta editora tal como a infame Videoasia têm primado pelas suas económicas edições compilatórias, em grande parte preenchidas por alguns dos piores euro-westerns jamais filmados, coisas que só o mais ávido coleccionista quereria ter nas suas prateleiras. Ora, quando se paga menos de 10 euros por uma caixa com 5 DVDs preenchidos com 20 filmes, qualidade de imagem e som é algo que não se pode exigir. As versões aqui incluídas são claramente transferências manhosas de antigas cassetes VHS, mas ainda assim são um belo meio para quem quer conhecer “tesourinhos deprimentes” como este “Meu nome é Shangai Joe”!

Sozinho contra o mundo.

O filme foi lançado em 1972, ano em que a popularidade dos westerns de produção europeia decrescia a passos largos. As direcções apontadas pelo bem sucedido Trinitá, Cowboy Insolente de Enzo Barboni pareciam ser a salvação para as bilheteiras, mas houve quem apostasse noutra direcção, cruzando o mundo das artes-marcais – então popularizado pelos filmes de Bruce Lee – com o western-spaghetti. Mario Caiano, nome responsável por um dos primeiros westerns rodados em Almeria (Le pistole non discutono) seria também o primeiro a realizar um “kung-fu spaghetti”! A acção do filme gravita em torno de Shanghai Joe (Chen Lee), um imigrante chinês que chega ao oeste selvagem em busca de melhor vida. Já em São Francisco, Joe recusa trabalho numa lavandaria e compra bilhete para o Texas, onde se deparará com o racismo, escravatura e demais injustiças sociais da época. Obrigado a viajar junto às bagagens da diligência e abandonado num inóspito posto de paragem, o nosso herói é imediatamente troçado por um bando de saloios racistas locais. Não se conseguindo manter indiferente às provocações, distribui as primeiras doses de cacetada e segue caminho.

Este chinês está em apuros.

Joe procura então trabalho como vaqueiro, mas mais uma vez o preconceito racista leva-o a desancar mais uns quantos coirões. Tais feitos dão-lhe reputação na região e acaba por ser contratado pelos lacaios de Spencer (Piero Lulli), mas afinal o emprego não consistiria em conduzir gado, mas sim em transportar mão-de-obra escrava desde o México até às terras de Spencer. No momento em que Joe se começa a aperceber do que se passa, surge o alarme da presença do exército mexicano e os bandidos apressam-se em eliminar todas as testemunhas. Tomando parte pelos mexicanos, Joe ganha um lugar especial na lista negra de Spencer, que o manda capturar.

Klaus Kinski ensaia mudanças de visual.

Numa das melhores cenas do filme, Shanghai Joe é colocado numa arena, em que mesmo amarrado terá de enfrentar um magnífico touro bravo! As habilidades marciais permitem-lhe pôr a besta em KO e sequestrar Spencer, que deixará algures no deserto. Spencer que tem o xerife local no bolso, fica impune às denúncias feitas por Joe e prontamente recruta quatro bandidos do piorio para por termo à vida do chinês: Pedro 'the Cannibal' (Claudio Undari), Burying Sam (Gordon Mitchell), Tricky (Giacomo Rossi-Stuart) e Scalper Jack (Klaus Kinski). Todos eles vão sendo eliminados à medida que entram em cena, e os associados de Spencer persuadem-no na contratação de um outro mestre das artes-marciais.

Se não o podes vencer de forma honrada...

"Il mio nome è Shanghai Joe" (titulo original italiano) não é um bom filme, muito longe disso, respira no entanto “exploitation” por todos os poros o que lhe confere algum interesse mediático. Como qualquer filme digno de ser colocado nesse pútrido saco, prima pela violência exagerada. Aqui vale mesmo tudo, até arrancar olhos! As cenas de pancadaria parecem hoje bastante datadas, mas agradarão pela certa aqueles que guardem alguma nostalgia pelos filmes de kung-fu lançados no inicio dos anos 70. O cruzamento entre o western-spaghetti e as artes-marciais não ficaria por aqui, uma vaga de filmes medíocres se seguiram. Daqueles que tive a oportunidade de assistir, este será o mais gore de todos. Para estômagos fortes!

16/02/2010

Le pistole non discutono (1964 / Realizador: Mario Caiano)

Ao mesmo tempo que Sergio Leone filmava o seminal Per un pugno di dollari em Los Albaricones (Almeria, Espanha), uma outra equipa trabalhava também no local. Mario Caiano e seus comparsas rodavam por ali Le pistole non discutono, um western europeu feito à imagem dos grandes clássicos americanos, com direito à famosa carga da cavalaria e até mesmo a tema cantado à lareira! Como protagonista deste intento Caiano contou com o canadense Rod Cameron - estrela cadente do cinema americano série-B - que mais tarde voltaria a aceitar papeis em outras produções europeias tais como Il piombo e la carne.


Hora de refrescar as ideias!

Bill (Horst Frank) convencido pelo seu irmão George (Angel Aranda) decide assaltar o banco de River Town, cidade natal de ambos, aproveitando o facto do xerife (Pat Garrett) estar afastado do local por se casar nesse mesmo dia. Com a quase totalidade da população dentro da igreja local e consequentemente com as ruas desertas, prevê-se um golpe fácil. Mas nem tudo corre como planeado e os dois pistoleiros são reconhecidos pelos homens do banco, conseguindo ainda assim fugir com o saque e procurar refúgio numa povoação do outro lado da fronteira. Ainda que sem jurisdição em território mexicano, o xerife Pat Garrett persegue e captura os bandidos. 

Copos e naifas nunca deram bom resultado.

Os seus problemas estão ainda longe de ficar resolvidos uma vez que a vilanagem local liderada por Santero (Mimmo Palmara) toma conhecimento da existência dos 30.000 dólares, tudo fazendo para lhe deitar a mão. Apesar da avançada idade, o “avozinho” Rod Cameron safa-se bastante bem nas cenas de pancadaria, nalgumas delas segundo reza a história prescindindo mesmo da utilização de duplos, mas é o então jovem Horst Frank que preenche o ecrã com uma interpretação de grande nível, coisa que nos habituaria nos filmes que protagonizaria mais tarde: Preparati la bara!, Quella sporca storia nel west, etc.


Horst Frank acorrentado mas não conformado.

Ao contrário de “Per un pugno di dollari” - que marcou o inicio de uma época no cinema de acção de selo europeu - “Le pistole non discutono” apenas demonstrou que é possível reproduzir de um modo quase perfeito o western clássico americano sem ter de atravessar o Atlântico. Mario Caiano realizaria nos anos seguintes um punhado de westerns-spaghetti - muitos dos quais protagonizados pelo saudoso brasileiro Anthony Steffen - nos quais se denota uma clara aproximação às características vulgarmente consideradas como chavões neste tipo de cinema. Filmes imperdíveis como é o caso do excelente zapata-western Un treno per Durango ou Una Bara per lo sceriffo. Merece por isso ser relembrado!