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25/10/2016

Black Killer (1971 / Realizador: Carlo Croccolo)

Tombstone é uma cidade apavorada! O medo deve-se à violência que os irmãos O’Hara exercem sobre a população. Assaltos e homicídios são o prato do dia. O juiz é um malandro corrupto e o xerife é tão inútil que depressa acabam com ele. O advogado James Webb (Klaus Kinski) chega à cidade. Elegantemente vestido de negro, Webb vem carregado de livros muito importantes, muito especiais e muito misteriosos. Procura saber rapidamente o que se passa naquela localidade e, sendo um advogado abelhudo, mete o nariz (discretamente) em todo o lado: espreita pelas janelas, ouve atrás das portas, esconde-se atrás dos cortinados e nunca se separa de, pelo menos, um dos seus essenciais tomos da lei. Com pezinhos de lã e constantemente a recorrer ao paleio técnico (cita artigos da lei), o advogado Webb cedo percebe que o juiz é um ciganão e que não tem intenção nenhuma de acabar com a corrupção.

Preparando a artilharia.

Enquanto isso, um tal Burt Collins chega a Tombstone. O homem tem o dedo leve no gatilho e Webb insiste que o tipo seja nomeado xerife. Com a estrela ao peito, Collins limpa a cidade (com a extraordinária ajuda da sua cunhada índia especialista em arco e flecha) e o advogado mantém-se nos bastidores com os seus inseparáveis livros. Mas que raio de livros serão aqueles? “Black Killer” é um dos 7 westerns que o ator Klaus Kinski fez no ano de 1971. É um filme fraco, com uma montagem descuidada e que recorre a alguma nudez feminina para evitar que o pessoal se deixe dormir durante os 90 minutos que o filme dura. Alguns perguntar-se-ão como é que um ator de prestígio como Klaus Kinski aceitava estes papéis nestas produções rascas.

Este artigo da lei é mortal!

Eis a resposta: “A certa altura eu já nem me dava ao trabalho de ler argumentos. Nem queria saber! Chegava lá, fazia o que tinha a fazer, recebia o dinheiro e ia-me embora!” E quanto aos westerns-spaghetti, concretamente: “Muitos e muitos westerns que fiz em Itália”, dizia Kinski, “cada um pior do que o outro! E os seus pseudo-realizadores ainda mais incompetentes! E quanto mais incompetentes eles eram mais hostis se tornavam! Mas pagavam-me bem e isso é que me interessava. Com o estilo de vida que eu levo preciso de trabalhar.”

Sangue!!

De facto, ao ler a sua autobiografia, eu próprio constatei que Klaus Kinski levava uma vida absurdamente cara: 7 Ferraris, 6 Rolls-Royce, 3 Maseratis, várias mansões, apartamentos e palacetes na Europa e na América, viagens, banquetes, champanhe, caviar e muitas putas è discrição! Chegou a ganhar um salário astronómico de 50 000 Marcos por dia mas… será que era suficiente para cobrir todas estas despesas loucas? Excêntrico e genial para uns, alucinado de merda que não respeitava nada nem ninguém para outros, Klaus Kinski era mesmo assim: um homem de extremos. Com ele, ou oito ou oitenta!

10/02/2015

Giù le mani... Carogna! (Django Story) (1971 / Realizador: Demofilo Fidani)

Certa noite, num saloon do Velho Oeste, está o jovem Wild Bill Hickok a beber uma fresquinha. Tudo está calmo e tranquilo. Um homem misterioso entra no saloon, senta-se e também bebe uma caneca para matar a secura. O homem está todo vestido de negro, o seu bigode e os seus cabelos grisalhos indiciam que se trata de um indivíduo idoso, fisicamente debilitado (traz uma bengala) mas o seu olhar é sinistramente lúcido e perspicaz. Num ápice rebenta uma violenta discussão entre alguns clientes do saloon e começam a zunir murros, pontapés, cabeçadas, garrafas partidas e mesas desfeitas! A discussão alarga-se ao jovem Hickok e ao velho coxo, que prega umas bengaladas em alguns mariolas. Subitamente, o xerife aparece e põe ordem na confusão. Leva para o xadrez todos os palhaços que começaram a briga deixando Hickok e o velho a sós no saloon.


Feitas as apresentações, Wild Bill percebe que tem perante si Django, o célebre pistoleiro e caçador de recompensas mais famoso do Oeste. Ambos vão passar todo o serão à mesa a comer, a beber e a conversar porque Hickok quer ouvir de Django todas as aventuras que viveu quando este era mais novo e como eliminou todos os seus temíveis inimigos ao longo da sua carreira de pistoleiro. Este foi o último western de Demofilo Fidani, um cineasta que fazia filmes à velocidade da luz.

Rezam as crónicas que alguns westerns que realizou foram rodados em poucos dias! Os cenários e os locais não variavam muito e os atores e técnicos não variavam nada porque era gente de confiança (praticamente como uma família). Fidani era um tipo engenhoso porque fazia muitos westerns quase sem dinheiro. Para este filme o que é que o homem fez? Pegou em cenas dos seus westerns anteriores, editou-as como quis e colou-as às novas cenas filmadas de propósito para este filme (nomeadamente todas as cenas que incluem Wild Bill Hickok e o grisalho Django).


Para quem não é muito exigente a montagem final escapa mas há, de facto, várias falhas como é apanágio das produções da Tarquinia Films. O elenco é mais do mesmo: Jerry Ross como Wild Bill Hickok, Gordon Mitchell como Buck Bradley, Dennis Colt num duplo papel dos irmãos Manuel e Paco Sanchez, Dean Stratford como Dean O’Neil e à cabeça temos Hunt Powers a interpretar um Django velho, coxo, quase reformado mas ainda com genica para disparar uma arma ou partir o focinho a uma súcia de malandros com a sua terrível bengala! Aconselhável única e exclusivamente para malucos como eu (“mea culpa, mea culpa”) que gostam de Demofilo Fidani e das suas produções rascas.

Mais algum material promocional:


Trailer: