Mostrar mensagens com a etiqueta Calogero Caruana. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Calogero Caruana. Mostrar todas as mensagens

17/09/2020

Mandinga (1976 / Realizador: Mario Pinzauti)

O primeiro projeto cinematográfico de Mario Pinzauti chamava-se “Interpol Morte ao Molo 18”. Já alguém ouviu falar? Não? Também não faz mal porque o filme nunca foi terminado. Na segunda metade dos anos 1970, o cinema europeu estava repleto de pessoal descascado. O erotismo era o novo filão a explorar. O western-spaghetti já quase não existia e a sua certidão de óbito, muito brevemente, ia ser assinada. Entre estes dois géneros cinematográficos (erótico e western) surge Mario Pinzauti que, no Ano da Graça de 1976, dirige “Mandinga”.


Ponham-se mansos ou corro tudo à chicotada!

O enredo do filme situa-se no século XIX no estado americano da Louisiana. Um poderoso proprietário de terras mantém o seu património graças ao trabalho de muitos escravos negros. Rhonda, a prima da defunta esposa do “big boss”, chega à fazenda para ajudar a gerir o negócio de família. Rhonda é esperta que nem um alho, anda constantemente com a pachacha aos pulos e tudo lhe serve para acalmar o tesão! Seja branco, seja preto, seja “cor-de-burro-a-fugir”, seja homem, seja mulher, vai tudo de empreitada porque ela é uma autêntica máquina de enfardar carne e de debulhar maçarocas.


Esta mulher está louca de tesão!

O pessoal masculino aproveita para esvaziar o garrafão (ou despejar a bisnaga, se preferirem), a moça fica consolada e o ambiente na plantação parece mais desanuviado. Só que no meio desta história há invejas, traições, alguns cornudos e, naturalmente, racismo. O desfecho será trágico porque esta mania de foder à força toda sem pensar nas consequências não é tão aconselhável como parece. As cenas de sexo deste filme não estão na linha do porno nem do tão-famoso “hardcore 1.º escalão”. Trata-se de cenas eróticas, com muito roça-roça e muito esfreganço (as comichões dão nisto!). O ambiente western é claramente uma desculpa porque já se percebeu que o filme tem mais elementos eróticos do que elementos western.


Tortura!

Fica ao critério e à responsabilidade de cada um ver este registo “underground”. Mas posso assegurar que ninguém corre o risco de ficar com um rego do cu colado à cara ou de levar com uma picha na cabeça!


Esta mulher é fogo!

“Post Scriptum”: Mario Pinzauti realizou um western que (ainda hoje) ninguém sabe onde anda! Se, algum dia, alguém souber onde está, é favor informar este blogue porque nós queremo-lo! A saber:
VAMOS A MATAR SARTANA (1971), também conhecido por DEMASIADOS MUERTOS PARA TEX.

25/10/2016

Black Killer (1971 / Realizador: Carlo Croccolo)

Tombstone é uma cidade apavorada! O medo deve-se à violência que os irmãos O’Hara exercem sobre a população. Assaltos e homicídios são o prato do dia. O juiz é um malandro corrupto e o xerife é tão inútil que depressa acabam com ele. O advogado James Webb (Klaus Kinski) chega à cidade. Elegantemente vestido de negro, Webb vem carregado de livros muito importantes, muito especiais e muito misteriosos. Procura saber rapidamente o que se passa naquela localidade e, sendo um advogado abelhudo, mete o nariz (discretamente) em todo o lado: espreita pelas janelas, ouve atrás das portas, esconde-se atrás dos cortinados e nunca se separa de, pelo menos, um dos seus essenciais tomos da lei. Com pezinhos de lã e constantemente a recorrer ao paleio técnico (cita artigos da lei), o advogado Webb cedo percebe que o juiz é um ciganão e que não tem intenção nenhuma de acabar com a corrupção.

Preparando a artilharia.

Enquanto isso, um tal Burt Collins chega a Tombstone. O homem tem o dedo leve no gatilho e Webb insiste que o tipo seja nomeado xerife. Com a estrela ao peito, Collins limpa a cidade (com a extraordinária ajuda da sua cunhada índia especialista em arco e flecha) e o advogado mantém-se nos bastidores com os seus inseparáveis livros. Mas que raio de livros serão aqueles? “Black Killer” é um dos 7 westerns que o ator Klaus Kinski fez no ano de 1971. É um filme fraco, com uma montagem descuidada e que recorre a alguma nudez feminina para evitar que o pessoal se deixe dormir durante os 90 minutos que o filme dura. Alguns perguntar-se-ão como é que um ator de prestígio como Klaus Kinski aceitava estes papéis nestas produções rascas.

Este artigo da lei é mortal!

Eis a resposta: “A certa altura eu já nem me dava ao trabalho de ler argumentos. Nem queria saber! Chegava lá, fazia o que tinha a fazer, recebia o dinheiro e ia-me embora!” E quanto aos westerns-spaghetti, concretamente: “Muitos e muitos westerns que fiz em Itália”, dizia Kinski, “cada um pior do que o outro! E os seus pseudo-realizadores ainda mais incompetentes! E quanto mais incompetentes eles eram mais hostis se tornavam! Mas pagavam-me bem e isso é que me interessava. Com o estilo de vida que eu levo preciso de trabalhar.”

Sangue!!

De facto, ao ler a sua autobiografia, eu próprio constatei que Klaus Kinski levava uma vida absurdamente cara: 7 Ferraris, 6 Rolls-Royce, 3 Maseratis, várias mansões, apartamentos e palacetes na Europa e na América, viagens, banquetes, champanhe, caviar e muitas putas è discrição! Chegou a ganhar um salário astronómico de 50 000 Marcos por dia mas… será que era suficiente para cobrir todas estas despesas loucas? Excêntrico e genial para uns, alucinado de merda que não respeitava nada nem ninguém para outros, Klaus Kinski era mesmo assim: um homem de extremos. Com ele, ou oito ou oitenta!