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06/07/2020

Voltati... ti uccido (1967 / Realizador: Alfonso Brescia)

O velho Sam, é proprietário de uma prolifera mina de ouro, mas a vida não lhe corre de feição. Uns bandoleiros, liderados pelo asqueroso «El Bicho», ataca-os frequentemente, afugentando os trabalhadores. Contudo «El Bicho» é apenas um pau mandado do ganancioso Ted Shore, que quer apropriar-se da mina de ouro do velho Sam. O estratagema do cabecilha é simples: afastar todo e qualquer recurso da mina para torná-la insustentável e assim forçar o velho a vendê-la ao preço da uva mijona. E sim, tudo parecia encaminhado para tal desfecho, não fosse a chegada à cidade de pistoleiro misterioso: Winchester Bill.


Spartaco Conversi, uma presença habitual no género.

Ainda antes de chegar aos limites da cidade, o dito Bill é surpreendido por dois dos tais bandoleiros. Os olhos dos malandros brilham quando vêm os detalhes dourados da coronha da Winchester do nosso então desconhecido pistoleiro e em modo de gozo propõem comprá-la. Mau negócio para eles, que acabam imediatamente com o corpo cravejado de chumbo quente. 


Não vendo que está avariada. Querem ver?

Richard Stapley que na sua carreira europeia usou o nome Richard Wyler, interpreta sem grande chama este homem da carabina. Como antagonista temos Fernando Sancho, que entrega mais uma actuação piloto automático, executando o malfeitor mexicano que interpretou dezenas de vezes, a páginas tantas até já mete ranço. Apesar disso tem algumas tiradas cómicas que ajuda a escorregar. Depois de fazer uma investida sobre os infelizes dos trabalhadores da mina, vira-se para um deles e grita: “Eu não gosto que venham trabalhar”. Já dizia o outro, isto é gozar com quem trabalha!

Vamos lá despachar que tenho de ir gravar cenas noutro filme. 

O título nacional do filme foi “Quero matar-te de frente”, que traduz com coerência o original italiano. É um filme com uma narrativa algo complexa e com diversos clichés do género. Vejamos, temos um forasteiro a jogar de todos os lados da barricada, bandidos mexicanos aos magotes, torturas aqui e ali, etc. Mas não estamos na presença de um clássico nem sequer de um daqueles achados. É antes um western rotineiro e visivelmente feito com orçamento limitado. Ouvidos mais treinados reconhecerão até trechos de bandas sonoras de outros westerns mais reputados. A rapinação de bandas sonoras foi prática comum em produções mais modestas e é algo que me irrita profundamente. Coisa que este Alfonso Brescia fez com demasiada frequência nos seus westerns.

11/09/2016

Fora de tópico | Lançamento "100.000 verdammte Dollar (Voltati... ti uccido)"


Meias boas noticias para os fãs do western-spaghetti. "Voltati... ti uccido" tem finalmente uma edição em DVD, mas infelizmente os amigos da Edel desta vez não deixaram opções audio além do alemão. Os mais valentes podem encomenda-lo aqui.

10/12/2014

Fora de tópico | Lançamento "Sein Wechselgeld ist Blei"


Já está nas lojas mais uma edição de "I giorni della violenza" de Alfonso Brescia. Esta edição da alemã MLV aparentemente não defirirá da versão editada há anos atrás pela também germânica Koch Media, mas aqui com o extra de poder ser adquirida em formato DVD ou Bluray. Mesmo a tempo de a pedirem ao Pai Natal!

22/08/2011

Killer Calibro 32 (1967 / Realizador: Alfonso Brescia)

O alemão Peter Lee Lawrence (Karl Hirenbach de baptismo) estreou-se cedo no cinema, e logo pela mão do colosso Sergio Leone. Em “Por Mais Alguns Dólares” representaria o cunhado do Coronel Mortimer, uma participação limitada a alguns flashbacks que nem lhe valeu o nome nos créditos do filme. Mas pouco faltaria para que Lawrence tivesse o seu nome escarrapachado nos posters de mais do que uma dezena de westerns-spaghetti. Só em 1967 protagonizaria três destes filmes, desses destacamos agora “Killer calibro 32”. Filme que terá chegado a ser lançado em Portugal com o título “Cada bala tem um nome”, mas pessoalmente considero mais acertada a escolha dos nossos patrícios brasileiros: “O Matador de aluguel”!

Silver entra em cena.

Peter Lee Lawrence é Silver, um pistoleiro a soldo, 1000 dólares é o valor que aceita para matar. Um dos «serviços» leva-o Carson City onde acaba por ser contratado para encontrar e eliminar os meliantes responsáveis pelo assalto de uma diligência carregada com o ouro do banco local. Silver não tem muitas pistas que o possam colocar na senda dos patifes responsáveis pelo massacre de todos os passageiros da diligência, mas o banho de sangue deixado para trás parece incriminar alguém das redondezas, alguém que não arriscou ser reconhecido.

Tudo bons rapazes.

O clima misterioso criado por Alfonso Brescia (realizador) e Enzo Gicca Palli (argumentista) atira-nos para o universo da saga Sartana, mas aqui numa versão livre de todas aquelas camadas lipídicas. Muito fácil de seguir mas sem ser por isso demasiado previsível, evitando portanto as tramas ultra-complexas que Giuliano Carnimeo nos habituou. Curiosamente, em 1971 Enzo Gicca Palli assumiria a cadeira da realização numa sequela dada à personagem Silver: "Il venditore di morte". Sequela essa, em que o genuíno Sartana - Gianni Garko - encarnaria a figura do infalível pistoleiro detective.

Matas-me com esse olhar.

O filme esteve durante anos na lista de lançamentos da Wild East, mas a coisa só viu a luz do dia em finais de Julho deste ano. Uma espera longa mas que me parece ter valido a pena. O filme é apresentado em formato widescreen quase isento de danificações de fita. E pelo que os amigos da Wild East garantem, esta será também a versão completa, o que aparentemente não se verifica nas edições disponíveis no mercado alemão e brasileiro.