

Spartaco Conversi, uma presença habitual no género.
Ainda antes de chegar aos limites da cidade, o dito Bill é surpreendido por dois dos tais bandoleiros. Os olhos dos malandros brilham quando vêm os detalhes dourados da coronha da Winchester do nosso então desconhecido pistoleiro e em modo de gozo propõem comprá-la. Mau negócio para eles, que acabam imediatamente com o corpo cravejado de chumbo quente.

Não vendo que está avariada. Querem ver?
Richard Stapley que na sua carreira europeia usou o nome Richard Wyler, interpreta sem grande chama este homem da carabina. Como antagonista temos Fernando Sancho, que entrega mais uma actuação piloto automático, executando o malfeitor mexicano que interpretou dezenas de vezes, a páginas tantas até já mete ranço. Apesar disso tem algumas tiradas cómicas que ajuda a escorregar. Depois de fazer uma investida sobre os infelizes dos trabalhadores da mina, vira-se para um deles e grita: “Eu não gosto que venham trabalhar”. Já dizia o outro, isto é gozar com quem trabalha!

Vamos lá despachar que tenho de ir gravar cenas noutro filme.
O título nacional do filme foi “Quero matar-te de frente”, que traduz com coerência o original italiano. É um filme com uma narrativa algo complexa e com diversos clichés do género. Vejamos, temos um forasteiro a jogar de todos os lados da barricada, bandidos mexicanos aos magotes, torturas aqui e ali, etc. Mas não estamos na presença de um clássico nem sequer de um daqueles achados. É antes um western rotineiro e visivelmente feito com orçamento limitado. Ouvidos mais treinados reconhecerão até trechos de bandas sonoras de outros westerns mais reputados. A rapinação de bandas sonoras foi prática comum em produções mais modestas e é algo que me irrita profundamente. Coisa que este Alfonso Brescia fez com demasiada frequência nos seus westerns.