O banco de Sun Valley, enterrado entre as montanhas do Nevada, tem a reputação de ser inexpugnável. Tal fama levou a que o cofre merecesse a especial confiança da indústria mineira que lhe deposita elevadas somas de ouro, mas um bando de trafulhas liderados por um fulano apelidado de Michigan engendra um plano para dar sumiço ao lote. O plano é tremendamente intricado e como exalta várias vezes o cabecilha aos seus acólitos: deve ser executado ao segundo. E de facto, mesmo com alguns percalços, realizam o golpe com sucesso. O pior vai ser movimentar a carga pesadíssima por entre as montanhas nevadas.
Frank Braña trata de escavar o túnel.
Depois do golpe, os membros do bando seguem diferentes trilhos, o ponto de encontro entre todos está acertado, mas o relógio suíço do aprumadíssimo Michigan começa a atrasar quando os comparsas que ficaram com o encargo de levar a carroça com o ouro roubado tardam a aparecer no esconderijo da vilanagem. Os dois homens serão mais tarde encontrados cadáveres, a carroça feita num oito e o ouro, nem vê-lo. Os sinais parecem claros, os dois foram assassinados por alguém com conhecimento do plano, ou seja, alguém do grupo ficou ganancioso. Estão lançadas as bases para a desconfiança e paranoia entre o grupo.
Spaghetti nevado, filme abençoado!
José Antonio de la Loma, um dos argumentistas mais activos do western europeu (Pistoleros de Arizona, Tierra de fuego, Clint el solitário, Professionisti per un massacro, etc), desta vez assume também a realização, outorgando um filme inesperadamente vistoso e com um tom bastante distinto da generalidade das produções do género desta fase pós-Trinitá. A produção é compartida entre espanhóis, franceses e italianos, mas nota-se uma preponderância castelhana no elenco e estilo do filme. Esse elenco, diga-se, é de austeridade, não tendo havido provavelmente verba para um nome sonante para a liderança. Sobe então à tona o talento do omnipresente Fernando Sancho.
Não vales um chavo meu javardo!
Apesar de não ombrear com outros westerns-spaghettis-nevados de maior reputação (Il grande silenzio, Condenados a vivir), é seguramente um filme que mereceria maior culto. Desgraçadamente, o filme andava meio perdido e até bem recentemente só se conseguia assistir através de transferências manhosas de velhinhas cassetes VHS. Para sorte dos garimpeiros do género, circula agora por aí uma versão ripada da televisão espanhola com qualidade de imagem irrepreensível. Então, quem sabe não seja esta a hora da sua redenção! Essa dita versão encontra-se em sítios mal frequentados e à falta de edições físicas nas lojas desse mundo fora, ninguém vos poderá chamar de piratas se lá o forem buscar. Arg, arg, arg!
Consta que no Centro Sperimentale, em Itália, há um argumento escrito que se chama "Nevada Kid l'implacabile", assinado por um tal Paolo Borruto.
ResponderEliminarPensa-se que se trata do argumento referente a este filme.
O título do filme nalguns países foi justamente, NEVADA.
EliminarEste filme é surpreendente pela positiva! Embora engane bem. Consegue passar-se muito tempo a achar pouca piada à história. Mas quem presiste tem o privilégio de assistir a um final fora do vulgar!
ResponderEliminarComo diz o Pedro, deve ser por ter neve 😄
Quero ver se monto aí uma lista de spaghettis passados na neve para servir de guia a quem se queira aventurar.
EliminarSpaghetti extremamente subestimado..melhor que muitos filmes mais conhecidos.
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