3.18.2014

Indio Black, sai che ti dico: Sei un gran figlio di... (1970 / Realizador: Gianfranco Parolini)

México, 1867. O Imperador Maximiliano governa o país com mão de ferro. As suas tropas e os seus espiões controlam tudo e todos. Benito Juarez, o chefe da resistência, coloca em Ocaño a responsabilidade de recrutar o maior número possível de combatentes para ajudar a derrubar os inimigos mas poucos homens aceitam a missão. De seguida encontram-se com o famoso pistoleiro Sabata / Índio Black (Yul Brynner) e com o seu sócio Ballantine (Dean Reed). O grupo une forças e dirige-se para o quartel-general de Skimmel, o implacável oficial europeu que opera naquela zona, a fim de roubar o ouro do governo para financiar a revolução. A partir daqui temos muito tiroteio, explosões de fazer tremer a terra, porrada que até ferve e arriscadas acrobacias de fazer pele de galinha! Além dos carismáticos Yul Brynner e Dean Reed, o elenco é preenchido pelo barrigudo Pedro Sanchez, o ágil Sal Borgese, o gélido Gérard Herter e ainda uma breve aparição da belíssima Nieves Navarro.


Este filme suscita-me várias interrogações: o protagonista chama-se “Sabata” ou “Índio Black”? Este filme faz parte da “trilogia Sabata” ou apenas os dois filmes com Lee Van Cleef é que contam? Se Yul Brynner é definitivamente Sabata então porque é que Lee Van Cleef não foi o escolhido, já que no ano seguinte voltou a encarnar o personagem também sob a batuta de Parolini? Será que foi uma questão de dinheiro? Mas então Yul Brynner, um dos mais bem cotados atores daquela época, era mais barato do que Lee Van Cleef? Não creio. Assim se mantém um cisma que nunca foi devidamente explicado.


Talvez a ideia inicial fosse que Índio Black desse origem a uma nova sequela / trilogia mas como o sucesso de “Hei amico, c’è Sabata… hai chiuso!” no ano anterior foi grande a produção decidiu mudar o nome Índio Black para Sabata para lucrar mais alguns trocos, especialmente no mercado internacional. Não há dúvida que Índio Black e Sabata têm várias coisas em comum: ambos são excelentes atiradores, são motivados pelo dinheiro, têm um parceiro mexicano gordo e barbudo e beneficiam da espetacular destreza de acrobatas ciganos. Um deles até consegue lançar pequenas bolas explosivas com extraordinária precisão apenas com a ponta da bota! Imaginem a carreira que este tipo poderia ter tido no futebol de alta competição…

Mais alguns lobbys:



Trailer:

5 comentários:

  1. Bom filme com muita ação - algumas acrobacias eram escusadas - e um excelente elenco que satisfaz plenamente os fãs do género. A música de Bruno Nicolai é um mimo. Segundo consta, a personagem principal passou de Indio Black para Sabata (na versão inglesa) para tirar proveito do êxito de Sabata com Lee Van Cleef. Em Itália, por exemplo, o personagem chama-se mesmo Indio Black e tem poucas afinidades, no meu ponto de vista, como Sabata de Lee Van Cleef. Na minha opinião, não se deve falar numa trilogia Sabata, mas apenas em dois Sabata. Indio Black é apenas um primo afastado...

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  2. E Yul Brynner, que aceitou protagonizar este western-spaghetti, praticamente que desapareceu destes ambientes. O personagem Índio Black nasceu mas quase de imediato foi esquecido e morreu...

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    1. Eu não aprecio a personagem mas o filme tem uma acção explosiva e apesar de algumas parvoíces a mais, acho que é um bom western-spaghetti.

      Sobre as questões que colocas. Penso que li algures que o Lee Van Cleef não entrou em acordo com a verba e declinou. Acho que fez mal, uma vez que o terceiro filme da saga em que ele regressa, é bastante mais fraco.

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  3. Eu não tenho a certeza disto mas penso que a razão dos filmes de Gianfranco Parolini terem sempre acrobatas deve-se ao facto do cineasta, quando era jovem, ter trabalhado numa companhia circense. Quem também fez parte de um circo foi o realizador Giuseppe Colizzi. O seu filme "La colina dei stivali" é uma homenagem aos artistas de circo.

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    1. Faz sentido. Mas esse filme é o meu menos favorito da trilogia dele. O primeiro, «Deus perdoa eu não» é excelente.

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