2.13.2021

Quindici forche per un assassino (1967 / Realizador: Nunzio Malasomma)

Os anos de ouro do western-spaghetti permitiram a alguns realizadores assinar uma quantidade considerável de filmes do género. Mas também não faltaram casos de paraquedistas que pousaram e nunca mais lá voltaram. Alguns deles tiveram bons resultados, ainda recentemente por aqui se escreveu sobre “Quanto costa morire”, um excelente registo único de Sergio Merolle e hoje propomos um caso similar. O aludido chama-se "A um passo da forca" e é o único western assinado por Nunzio Malasomma. Um filme que tinha tudo para ser um clássico, mas faltou-lhe o tal «danoninho»! 


George Martin (esquerda) e Craig Hill (direita), nomes inseparáveis do western-spaghetti.

Segundo consta, Malasomma rodou o filme já depois da sua 73ª volta ao sol e para trás não tinha qualquer coisa vagamente relacionado com cinema de acção. Mas honra lhe seja feita, já que o velho se safou bem para cacete. As razões, acho que podem resumir-se ao bom naipe de actores (Craig Hill, George Martin, Aldo Sambrell, Andrea Bosic), bons cenários (os mesmíssimos que vimos por exemplo em “Por Mais Alguns Dólares”), boa música (batuta de Stelvio Massi) e sobretudo um enredo que se destaca no género por primar pelo enfoco no suspense. Parafraseando o grande Adolfo Luxúria Canibal: “Quem matou?” 

Tudo bons rapazes.

Não querendo entrar em demasiados detalhes para não entregar o desfecho do filme de mão beijada, resumo apenas o início da trama. O bando de Sandy Cassell (George Martin), profissionais na arte de roubar gado, está de passagem pelas terras da mulher de armas, a viúva Madeline Cook (Margarita Lozano), à qual pedem abrigo para passarem a noite. Alguns dos elementos do bando estão de pau afiado pela presença dos três elementos femininos do rancho, mas o cabecilha refreia-lhes os ânimos e nada se passa. E que tragédia seria, visto que a filha mais velha da viúva está de casamento marcado. Para ajudar à festa, outro bando de rufias, este encabeçado por Bill Mack (Craig Hill), aparece no encalço dos primeiros. Mas rapidamente mostram ser farinha do mesmo saco e até selam uma sociedade entre ambos. 


Craig Hill ganhou uma gravata nova.

Ao raiar o sol o noivo aparece no rancho e descobre as três mulheres sem vida. Apercebendo-se da presença de tantos cavalos no curral galopa para a cidade à procura de reforços. E é assim que os dois bandos passam a ser perseguidos por um crime que aparentemente nem cometeram. Muita violência se segue, filmada talvez com menos espectacularidade do que se esperaria para um filme com estes alicerces, mas ainda assim muito apreciável. Peca especialmente pela falta de tomates na resolução da trama, optando-se por um final feliz que destoa do rumo que o filme tomava até aí. Uma pena, mas que não vos impeça de vê-lo!

5 comentários:

  1. Opções há muitas, no YouTube da vida inclusive.

    Em inglês:
    https://www.youtube.com/watch?v=jHbJuWqqQHw

    Dobrado em Português:
    https://www.youtube.com/watch?v=uNXwuUoNOK8

    Em espahol:
    https://www.youtube.com/watch?v=L_oBqNz3fgI&list=PL_GOGRDFljbn4kjYX-0Mdk2tEcKt3FaCM

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  2. A frase de lançamento deste filme foi: "O mais atroz e violento dos westerns italianos."

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  3. Prezados Pedro pereira e Emanuel Neto, estou de volta. Assisti novamente este spaghetti no YouTube, depois de muitos anos.Considero ele entre bom e excelente com uma boa trama,sendo o seu ponto alto o suspense. E ainda grandes interpretações de Craig Hill e George Martin, não esquecendo de Sambrel. Não me sai da cabeça a atriz lindíssima que interpretou a esposa do reverendo.Interessante a informação sobre a idade do diretor. Com 73 anos o velhinho Malasomma sem nenhum western no currículo comandou muito bem atrás da câmera, e deve ter saído dessa aventura sangrenta com uma boa Somma (ou com a Malacheia) no bolso também.

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    1. Sempre bem-vindo por cá meu caro. Sem dúvida que é filme a redescobrir. A facilidade com que agora se encontram via Youtube, etc; poderá restaurar algumas injustiças sobre alguns dos filmes menos conhecidos do género. Assim o espero.

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