Stranger é um homem muito viajado! Já andou por aldeias mexicanas, cidades fantasma, até já andou aos trambolhões no Japão e agora foi outra vez mudar de ares. O destino é o nosso país vizinho: Espanha. Mas o que é que ele foi lá fazer?! Passo a explicar: em pleno Oeste Americano Stranger chega a uma cidade abandonada. Dentro de um barracão está uma família de ciganos que o acolhe, dá-lhe de comer e de beber e faz-lhe uma proposta que Stranger não pode recusar: por 10 000 dólares terá de escoltar uma bela princesa cigana até Espanha para ela ocupar o trono desse país. A viagem decorre sem incidentes mas quando lá chegam é que a porca torce o rabo! Espanha ainda é um país medieval cheio de bárbaros, mouros, cavaleiros medievais e vikings! O líder daquela corja é Sombra, um gajo que tem a mania que é Ricardo III (da peça de teatro de Shakespeare).
Vilões muito exóticos!
Stranger e a cigana não chegam a acordo com Sombra e o pior acontece: a rapariga é assassinada e Stranger sofre as habituais torturas e humilhações (pendurado num poste de cabeça para baixo, amarrado a uma bandeja com uma maçã na boca, tal e qual um porco no espeto, foge a sete pés à frente de um touro bravo, etc.). A paciência tem limites e Stranger já está farto de levar na corneta. Com uma caçadeira de vários canos e muita, mas mesmo muita, dinamite o homem vai acabar com as palhaçadas de uma vez por todas!
Stranger rebenta com tudo!
Este é o quarto e último capítulo da saga “Stranger” e é porventura o mais aparvalhado. A fórmula não muda (muda apenas o cenário), o elenco também permanece igual (Tony Anthony, Lloyd Battista, Raf Baldassare), veem-se alguns castelos e mosteiros espanhóis e revisita-se a bela fortaleza “El Condor”. Ferdinando Baldi realiza, Tony Anthony produz, o trio Bixio, Frizzi, Tempera compõe a música (em certos momentos irritante, diga-se).
Munições é coisa que não me falta!
“Get Mean” é um western-spaghetti tardio. Ao contrário da caçadeira do protagonista, que é um grande e imponente canhão, o filme não é grande espingarda.
O realizador Ferdinando Baldi, em meados dos anos 70, já só fazia filmes com défice de qualidade (nomeadamente "Carambola").
ResponderEliminarEste filme tinha como objetivo fazer algo ainda mais bizarro que nos registos anteriores da saga "Stranger". Os dois primeiros seguem uma linha dita "normal" mas o terceiro tinha samurais armados em parvos e este quarto filme tem os estranhos personagens mencionados na resenha.
E por estranho que pareça, este filme nunca chegou às salas de cinema em Itália. O projeto foi feito essencialmente para o mercado norte-americano.
ResponderEliminarEste é daqueles que não vi e nao gosto. Os samurais foram a gota de água
ResponderEliminarO género gerou algumas excentricidades, principalmente no seu ocaso (quem não se lembra do bando de homossexuais em "Django Mata" ou o Providence-Chaplin de Milian), mas esta excentricidade é também o charme do próprio género. "Get Mean" não é um western spaghetti, é uma extravagância que navega por vários géneros.
ResponderEliminarApesar de preferir os dois primeiros, gosto também dos dois últimos, pois também gosto das comédias western. E esse filme é puro pastelão. Uma das coisas que me fazem amar o gênero é justamente invencionices deste tipo. Diversão garantida.
ResponderEliminarSe há coisa que celebrizou este género cinematográfico é sem dúvida a capacidade de inventar coisas novas! E não interessava se essas invenções eram absurdas ou não: o que interessava era criar situações novas e ponto final.
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