04/01/2011

Soleil rouge (1971 / Realizador: Terence Young)


Este projecto tem características muito peculiares, tendo em conta o invulgar número de países envolvidos na produção. Este filme fala-nos do inevitável choque de civilizações e culturas entre o Ocidente e o Oriente, dando-nos a conhecer ao mesmo tempo o ambiente western e a temática dos samurais japoneses. O financiamento veio de diversos países, permitindo aos produtores lançar os seus respectivos ases. Os ingleses asseguraram o realizador Terence Young e a actriz suíça Ursula Andress, famosos pela saga dos filmes de espionagem “James Bond”. Os asiáticos disponibilizaram a sua maior estrela cinematográfica, o actor japonês Toshiro Mifune, que anteriormente tinha sido peça crucial nos filmes de Akira Kurosawa. Os americanos ripostaram com Charles Bronson e os franceses com Alain Delon. Aos espanhóis cabia a tarefa de disponibilizar os seus habituais locais e cenários para um western.


A história tem origem num assalto a um comboio que transporta uma grande quantidade de ouro. Além da preciosa carga, viaja também no mesmo comboio o embaixador japonês, que leva consigo uma valiosa espada para oferecer ao presidente dos Estados Unidos. O pistoleiro Gauche aproveita a oportunidade para roubar a espada, matar um dos dois guarda-costas do embaixador e atraiçoar o seu sócio Link, matando-o numa explosão! Contudo, Link sobrevive e procura ir no encalço de Gauche para ajustar contas. Para isso, acompanha-o o guarda-costas japonês Kuroda, que tem sete dias para recuperar a espada, caso contrário terá de se suicidar segundo o código de honra japonês! Para chegar até Gauche, Link usa como isco a bela prostituta Cristina, amante do seu ex-sócio. Após algumas peripécias, o tiroteio final é o momento alto do filme, onde tudo se vai decidir!


O projecto tinha de facto ideias bem intencionadas. Se o western europeu tinha sucesso e os filmes de samurais eram tidos em grande consideração, a mescla dos dois géneros significaria à partida a galinha dos ovos de ouro! Mas apesar de ter óptimos ingredientes, capazes de fazer um manjar dos deuses, o cozinhado ficou-se pelo satisfatório! Se não fosse o carisma dos quatro protagonistas o filme ficaria muito provavelmente esquecido na memória da grande maioria dos cinéfilos! É pena que assim seja, porque um projecto tão internacional e tão poliglota como este merecia mais! Acho que os fãs de westerns-spaghetti não ficam totalmente satisfeitos com este “Sol Vermelho”. Sentimento idêntico terão os seguidores dos filmes de samurais. Aconselho este filme apenas aos fãs de Bronson, Mifune, Andress ou Delon porque eles são de longe o melhor que o filme oferece!


Eis mais alguns lobby cards germânicos:



Trailer:

9 comentários:

  1. Eu julgava ter visto este há uns anos, mas afinal devia estar errado. Assim sendo e apesar de ter um DVD espanhol na prateleira à coisa de um ano, a primeira visualização foi feita este fim-de-semana passado. Concordo com o resumido no último parágrafo do Emanuel, o filme apesar de ter um belíssimo elenco nunca chega a ser realmente cativante. Ás vezes menos é mais...
    Como fã que sou da fase inicial do agente 007, tenho a Ursula Andress em grande estima. Ela é lindíssima e sem dúvida a melhor "bond girl" da saga. Aqui tem até uma breve cena menos vestida que permite apreciar os seus dotes. Bolas que mulheraça!

    --
    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://filmesdemerda.tumblr.com/

    ResponderEliminar
  2. De facto, Ursula Andress tenta resolver a situação à sua maneira, ou seja, despindo-se. Por outro lado, Charles Bronson também resolve o caso à sua maneira: com uma chapada na tromba!!

    ResponderEliminar
  3. O filme é engraçado e vê-se bem mas não é extraordinário e tal como dizes podia estar muito melhor explorado. Acho até que por vezes se torna enfadonho...também não gostei do fim, apesar de normalmente gostar de "maus" finais, este final deixou-me frustrada.

    ResponderEliminar
  4. La película para mí no termina de funcionar. Una pena porque contaba con un buen reparto y algunas ideas interesantes (el choque entre culturas o el enfrentamiento final en los cáñamos). Pero en general se me hizo bastante pesada y aburrida.

    ResponderEliminar
  5. também não gostei do final, não sou simpatizante de finais trágicos, acho um ótimo filme, não o cosidero ruim e olha que sou leigo nas carreiras de Toshiro Mifune E Alain Delon, não o considero de fati um Spaghetti e sim um Euro Western aos moldes do Spaghetti Western.

    ResponderEliminar
  6. Também concordo com o Artur, euro-western é um termo mais adequado ao filme.

    --
    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://filmesdemerda.tumblr.com

    ResponderEliminar
  7. http://garringo.cool.ne.jp/la%20sartenilla.htm

    ResponderEliminar
  8. Muito bom o link. Com as coordenadas do rodapé da última foto seria até possível ir até ao local exacto da filmagem! Creio que mesmo que tivesse um mês de férias em Almeria, jamais me cruzaria com o tédio!

    --
    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://filmesdemerda.tumblr.com

    ResponderEliminar
  9. Gostei muito do Sol Vermelho, e ainda me ri com alguns comentários que aqui estão. Não sei se este filme entra nos moldes do western spaghetti. É mais euro western como referem. Pena é que a edição em DVD, segundo creio, seja em pan/scan. John Huston adorava este filme, e foi um êxito enorme no Japão.

    ResponderEliminar