Primeiro ponto: o nome do protagonista deste filme não é “Gringo” nem “Ringo” e nem sequer “Garringo”. Segundo ponto: o protagonista também não se chama “Django” ou “Cjamango” ou até mesmo “Durango”. Terceiro ponto: o ator Anthony Steffen, uma das grandes pérolas do western-spaghetti, desta vez encarna o personagem “Shango” (será uma mistura entre “Shane” e “Django”?), um tipo teso que nem um carapau cujo colt que empunha dispara um inesgotável número de balas sem recarregar uma única vez! Anthony Steffen e o realizador Edoardo Mulargia escreveram em parceria o argumento. E o que escreveram eles? A Guerra Civil Americana já terminou há seis meses. Num ponto isolado do país, um pelotão de soldados sulistas, liderados pelo fanático Major Droster, continuam com as armas em riste.
Tortura à moda mexicana.
Mercenários mexicanos sob o comando de Martinez aliaram-se aos rebeldes sulistas para ver se ganham uns trocos extra. Ambos os grupos mandam e desmandam numa aldeia onde moram apenas pobres agricultores mexicanos. O telégrafo não funciona e por isso é impossível saber notícias da frente de combate. O Major Droster é o único que sabe que a guerra já terminou mas não diz nada a ninguém porque o gajo não passa de um fanático de merda!
Eduardo Fajardo, o habitual vilão de serviço.
Na floresta daquela zona há uma gaiola pendurada nas árvores. Está um homem lá dentro (prisioneiro, obviamente). O homem está fisicamente debilitado e não se lembra do que lhe aconteceu. O Major Droster liberta-o para que o prisioneiro sirva de bode expiatório e que seja acusado de matar o telegrafista. Mas o prisioneiro foge e deixa militares e mexicanos à rasca! Acolhido por uma família de camponeses, o homem recupera as suas faculdades físicas e mentais.
Anthony Steffen no seu registo habitual.
Ele é Shango, um Ranger americano que caiu numa emboscada quando liderava um pelotão de soldados ianques. Shango também sabe que o armistício foi há seis meses mas com fanáticos é impossível negociar. O colt de Shango é que vai falar alto e bem certeiro, disparando de todas as maneiras, feitios e posições (de pé, sentado, deitado no chão ou dentro de uma saca de serapilheira!). Quarto e último ponto: sendo conhecedor da filmografia western de António Luís de Teffé Von Hoolholtz, vulgo Anthony Steffen, diria que este é um dos seus melhores momentos.
Este é um de muitos westerns com Anthony Steffen como protagonista e Eduardo Fajardo como vilão.
ResponderEliminarO realizador Edoardo Mulargia fez 9 westerns, nenhum alcançou particular sucesso nas bilheteiras, embora os que eram protagonizados por Anthony Steffen tinham, por norma, mais saída.
Para atualizar o número de filmes abordados no blogue: esta é a resenha número 164.
ResponderEliminarNão é o meu favorito de Eduardo, mas não achei que fosse ruim. No geral é um realizador que aprecio.
ResponderEliminarMulargia foi um realizador que fez westerns decentes, apesar da enorme falta de meios para os fazer. Eu também não desgosto do seu trabalho.
ResponderEliminarNeste filme, o assistente Mario Bianchi (mais tarde também ele realizou westerns) disse numa entrevista que Anthony Steffen demorava muito tempo a prepara-se. Bianchi achava que ele tentava imitar o estilo de Clint Eastwood.
Se tentava, falhou. Diria que tem o seu próprio estilo.
ResponderEliminarSim, é verdade. Diria que Anthony Steffen acentua ainda mais a imagem de pistoleiro taciturno iniciada por Eastwood ou Franco Nero.
ResponderEliminarE é nesse registo que me agrada mais porque o Steffen cómico (ou pseudo-cómico) é realmente fraco!