Algures no norte do México coabitam duas poderosas famílias, de um lado temos o general Miguel Camargo e do outro o magnata Cristóbal Riaño. Camargo está comprometido com Francisca, filha de Riaño, mas o irmãozinho desta não está nada convencido com o casório e promete armar confusão à primeira oportunidade. Quem vai amenizando as coisas é O'Brien (George Montgomery), pistoleiro americano proscrito no seu país por um crime que não cometeu e que agora vai ganhado a vida do outro lado da fronteira como braço direito do tal general Camargo. A ameaçar o enfadonho clima de romance surge um tal de Espada e o seu bando de pistoleiros, que a páginas tantas, coage O'Brien - de forma não muito fofinha - a juntar-se ao bando e rebelar-se contra Camargo, que se tornará em breve governador do território apesar do seu passado criminoso.
George Montgomery numa das poucas cenas de acção do filme.
Estranhamente em Itália, na França e mais alguns países, a personagem de O'Brien seria alterada para Django (em Itália: Django killer per onore), mesmo sem existir a mais leve parecença física ou outra, com homem do caixão. Quando muito compararia a trama deste “O Foragido do Rio Colorado” com o primeiro western de Sergio Leone (Por Um Punhado de Dólares) e ainda assim sinto que com esta estrambólica comparação ofendo a memória deste último, tal a disparidade de qualidade entre ambos. Na verdade, ainda que realizado em Espanha e com um elenco quase totalmente local (a excepção é apenas a presença de George Montgomery), nota-se que o filme alinha claramente pela veia clássica, bem evidente quer pela trama entediada, quer pelo ritmo lento de morte, em completo desalinho com os motes do western-spaghetti então em voga por estes lados.
Quem matou, quem matou?
Para tal terá pesado a mão de Maury Dexter, realizador americano que fez esta ofensiva única no filão e que anos mais tarde labutaria em diversas produções da AIP e até na não menos fastidiosa série “Uma Casa na Pradaria”. Não vos quero enganar, este é sem dúvida um dos filmes mais «tanto faz» que vi deste que me propus dissecar o western europeu. Se procuram uns tortilha-westerns para desenjoar, vão a outra cantina que nesta a comida não leva sal!
Eis um outro exemplo cujo protagonista se chama "Montgomery", um nome (artístico) que estava na moda.
ResponderEliminarEis também mais um exemplo de "pseudo-Django" mal amanhado.
Não sabia que Maury Dexter tinha tido responsabilidades na série de TV "Uma Casa na Pradaria" mas para mim essa série não valia nada, por isso é normal o meu desconhecimento.
Seca de morte.
EliminarEu acho que quase todos os westerns de produção espanhola daqueles anos foram importantes para marcar uma posição mas, para mim, não lhes faltava apenas sal: faltava-lhes sal, pimenta, malagueta, piri-piri e tabasco!!
ResponderEliminarOs primeiros a usar todos estes condimentos foram Leone, Corbucci e Questi. Os restantes limitaram-se a imitar.