24/07/2014

Morreu James Garner



Morreu aos 86 anos, o actor norte- -americano conhecido por "The Rockford Files" e "Maverick". No currículo tinha três Globos de Ouro, uma nomeação para os Óscares e dois Emmys Era um tipo comum. Achava-se tão banal que James Garner recusou várias vezes que lhe escrevessem a sua biografia. Até que em 2011 mudou de ideias porque achou que esta seria a melhor forma de agradecer a todos os que o ajudaram. Um dos actores mais famosos das décadas de 60, 70 e 80, conhecido por papéis em séries de televisão como "Maverick" - que viria a ser um filme com o mesmo nome interpretado por Mel Gibson - ou "The Rockford Files", onde fazia de detective privado, foi nomeado para um Óscar em 1986, ganhou Emmys, Globos de Ouro e o prémio carreira pelo Screen Actors Guild em 2005, morreu no sábado. Tinha 86 anos e desde 2008 que não era visto em público, culpa de um AVC. Nascido em Oklahoma, perdeu a mãe quando tinha cinco anos. O pai voltou a casar, mas a madrasta era muito violenta. Farto dessa situação, James levantou--lhe a mão e acabou ali o casamento do pai. O mesmo que também o deixou em casa de familiares para ir à procura de melhor emprego. Ficar quieto nunca foi um hábito de Garner, o filho, que teve qualquer coisa como 75 empregos. Primeiro juntou-se à Marinha Mercante, depois seguiu uma carreia de modelo fotográfico - quando um professor de ginástica o viu a treinar e o aconselhou a experimentar - e acabou como militar. Lutou na Guerra da Coreia e todas essas viagens serviram-lhe de curso de dramaturgia. "Quando tinha 25 anos e comecei a actuar já tinha viajado um bocado. Tinha conhecido diferentes sociedades. Senti que sabia tanto como os outros actores que tinham estudado", disse numa entrevista televisiva em 2002. Começou a carreira depois dos tempos de modelo em Hollywood e de ter conhecido Paul Gregory, o produtor que se tornou seu amigo, e que o convenceu a entrar na peça da Broadway "The Caine Mutiny Court Martial", ao lado de Henry Fonda. O primeiro papel foi sem falas, ainda assim com uma vantagem, dizia, porque aprendeu a ferramenta mais importante de um actor: ouvir. O facto de não ter um passado de estudos - nem chegou a terminar o ensino secundário - fez com que se sentisse sempre "nervoso". "Deixa-me sempre atento. Nunca fui muito confiante", contou. Mas essa falta de confiança não passava para o lado de cá da tela ou da televisão. No papel de Maverick - um vigarista, jogador de póquer com jeito para as mulheres e muitas falinhas mansas - entre 1957 e 1960, foi o papel que o tornou famoso. Ainda na televisão, fez 122 episódios de "The Rockford Files" (entre 1974 e 1980) como detective privado com uma pinta tão cool que ficou na memória dos americanos. A carreira de Garner não se fez só de televisão. No cinema fez vários filmes, entre eles "Grande Evasão" (1963) sobre a fuga de prisioneiros de um campo alemão durante a II Guerra Mundial, dirigido por John Sturges; "Grande Prémio" (1966) um retrato da Fórmula 1, de John Frankenheimer; "Marlowe, Detective em Acção" (1969) um papel que lhe assentava tão bem, realizado por Paul Bogart, e "Hollywood 1929" (1988), uma comédia sobre o cinema mudo, de Blake Edwards. O seu preferido era "Herói Precisa-se", tido como o grande filme anti-guerra, uma sátira de Arthur Hiller, onde trabalhou pela primeira vez com Julie Andrews. Anos mais tarde, seria ao lado de Julie Andrews que entraria no musical "Victor/Victoria", como gangster. Entre os seus últimos trabalhos destaque para "Diário de uma Paixão", em que representa a personagem de Ryan Gosling mais velho. No meio de uma carreira ocupada, foi activista, ajudou várias ONG e colaborou até na organização da Marcha sobre Washington de Martin Luther King. Nunca gostou da vida de Hollywood, por isso não é de estranhar que rompes-se a trágica tradição amorosa da cidade. Garner casou com a actriz Lois Clarke em 1957 e continuaram juntos até agora. "Vi a minha mulher a nadar numa piscina e fiquei vidrado. Casámos 14 dias depois", contou o actor. Juntos tiveram uma filha Greta, mas James adoptou a enteada Kimberly (do primeiro casamento de Lois).

In Jornal I

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