Quando o cinema italiano fervilhava em produções western, estas começavam a ter um estatuto interessante. O que inicialmente parecia ser uma brincadeira tornou-se num caso sério de popularidade. Os cineastas italianos, alguns deles grandes apaixonados pelos westerns, tinham agora a oportunidade de realizar filmes que até há poucos anos atrás eram da exclusiva responsabilidade dos americanos.
Mas essa “febre” não afetou toda a gente. Gianni Puccini manteve a sua postura e quis deixar bem claro desde o início que o western não era um género que o entusiasmasse. Apesar de tudo, Puccini acabou também por participar neste movimento cinematográfico, mais por pressão dos produtores do que por vontade própria. Rotulado de “intelectual”, Puccini não queria que o seu filme se resumisse a tiroteios à parva e cenas de ação rudimentares. Surgiu então a ideia de pegar na famosa tragédia de William Shakespeare “Romeu e Julieta” e levá-la para o Oeste Selvagem.
Campos e Mounters são duas famílias rivais que combatem entre si há muitos anos. Ambos os lados cultivam um ódio doentio contra o inimigo e os níveis de violência chegam a patamares nunca antes vistos. Johnny (Peter Lee Lawrence), o filho mais novo da família Mounters, tenta manter-se afastado desse conflito, o que nem sempre é possível. Mas um capricho do destino coloca Johnny no caminho de Julieta (Cristina Galbo), a filha do patriarca Campos. A paixão entre os dois jovens é tão intensa como polémica. Esse amor impossível levará a um final trágico em que a morte (literalmente) resolverá a questão!
Este western aborda uma história de amor (provavelmente a história de amor mais famosa de sempre) de uma forma simples. Considero-o um filme simples e sem grandes rasgos de genialidade. O final violento em que surge a figura macabra da morte é de facto um momento excelente e que naquela época não foi bem aceite e não se livrou da censura! O realizador Gianni Puccini faleceu pouco tempo depois e a sua obra ficou irremediavelmente encerrada para sempre.
Lobbys alemães:
Trailer italiano:
Eu gosto do filme apesar de não ser um dos meus incondicionais. Há ali umas lamechices que alterava, como por exemplo o subplot entre a personagem de Martell e Luli. Gosto sobretudo da forma em que tudo acaba!
ResponderEliminarO DVD da Koch Media é bastante bom. Versão completa e restaurada. Áudio em italiano ou alemão e ainda com legendas opcionais em inglês.
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Pedro Pereira
http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
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O momento alto do filme é o massacre final entre as duas famílias. Decidiu-se poupar o casal protagonista mas ambas as famílias são totalmente aniquiladas.
ResponderEliminarDe resto, acho que tudo acontece num registo perfeitamente normal e sem surpresas.