George Hamilton é um militar da Confederação que regressa a casa. A sua família foi assassinada e o seu rancho foi reduzido a cinzas. O único sobrevivente é Sam, um escravo negro que, mesmo após a Guerra Civil, quis continuar a trabalhar para a família Hamilton. Os cabrões que cometeram estes crimes andam aí! E quem é o mandachuva? O mexicano Tamayo ou o raivoso Hagen? George Hamilton vai em busca da verdade sem hesitar. A única pista, para já, é um relógio de bolso que toca uma suave melodia e que foi encontrado no meio dos escombros. O resto do mundo que se prepare porque agora George já só responde pelo seu nome de guerra: Nevada Kid.
Obra tipicamente fidaniana, “Per Una Bara Piena di Dollari” é um retrato fiel da maneira muito peculiar de como o realizador Demofilo Fidani fazia os seus westerns. Foi a segunda e última colaboração de Fidani com o ator Klaus Kinski (já tinham trabalhado juntos em “Giù La Testa… Hombre!”). Kinski era teimoso que nem um corno mas aparentemente respeitava Demofilo Fidani (pudera, o velhote tinha um físico que impunha respeito!).
Klaus Kinski está desconfiado!
O diretor de fotografia, Aristide Massaccesi (nome de guerra: Joe D’Amato), é que esteve quase a partir as trombas a Kinski. No último momento, Fidani meteu-se no meio da confusão e cada um foi para seu lado. Em privado, Kinski e Fidani tiveram uma conversa séria. Foi mais ou menos isto: “Klaus, a partir de agora ou fazes tudo o que te dizem para fazeres ou quem te parte o focinho sou eu! Chiaro?!” Foi remédio santo! A partir daí tudo correu lindamente e consta até que Klaus Kinski e Aristide Massaccesi se tornaram amigos.
Um churrasco à mexicana!
A lindíssima Simone Blondell, atriz e filha do realizador, fazia parte do elenco. Kinski, tarado sexual de primeira categoria, andava sempre com o ponteiro fora da braguilha mas não há qualquer registo sobre uma hipotética relação entre ambos. Nem mesmo na sua autobiografia, onde o irascível ator alemão se gaba constantemente das suas aventuras sexuais.
O acrobata Jeff Cameron.
Mais alguma propaganda da época:
As produções de Demofilo Fidani eram de tal maneira tão escassas em dinheiro que de certeza que a maioria do orçamento deste filme foi para pagar os honorários a Klaus Kinski, que naquela época era um ator muito bem pago.
ResponderEliminarRecordo-me vagamente deste e parece-me que não era dos piores. A rever um dia destes.
ResponderEliminarDentro dos parâmetros "fidanianos" não é mau este filme. Jeff Cameron cria um herói aceitável principalmente porque faz uso do seu passado de duplo entre, os inevitáveis, passeios a cavalo de Fidani. Jack Betts parece ter como missão parecer mais louco que kinski, não consegue, mas merece a minha simpatia por tentar. O DVD da Kock deste filme é excelente!
ResponderEliminarÉ aversão que tenho. Desde que essa colecção arco-iris acabou, perdi aquela pica coleccionista.
EliminarCuriosidades: consta que Klaus Kinski nunca se armou em parvo perante Gordon Mitchell e algumas pessoas diziam que poderia haver duas boas razões: a primeira era porque Mitchell era o proprietário do estúdio / cenário "Western Town" (local onde filmaram) e Kinski sabia que corria o risco de ser corrido a pontapé. A outra razão era que Gordon Mitchell não teria nenhum problema em cravar um par de chapadas na cara do ator alemão, se fosse obrigado a isso!
ResponderEliminarBom filme..apenas derrapa na cena em que os incendeiam uma casa com a família do personagem principal Nevada kid, que não mostram o rosto e nem reclamam, nem um tiro, nada! Mas livrando isso, o filme tem mais acertos do que erros. E a fotografia é belíssima.
ResponderEliminarO incêndio da casa da família do protagonista é realmente uma cena muito simples, sem tiroteio nem rostos visíveis dentro da casa, mas há de facto um diálogo tenso entre os familiares de Nevada Kid e os bandidos. Na versão original italiana os bandidos dizem para a família Hamilton sair da casa, eles recusam, há uma troca de insultos, e finalmente Tamayo pega numa tocha e incendeia a casa, com o criado negro Sam a observar, escondido.
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