07/03/2017

El proscrito del río Colorado (1965 / Realizador: Maury Dexter)

Algures no norte do México coabitam duas poderosas famílias, de um lado temos o general Miguel Camargo e do outro o magnata Cristóbal Riaño. Camargo está comprometido com Francisca, filha de Riaño, mas o irmãozinho desta não está nada convencido com o casório e promete armar confusão à primeira oportunidade. Quem vai amenizando as coisas é O'Brien (George Montgomery), pistoleiro americano proscrito no seu país por um crime que não cometeu e que agora vai ganhado a vida do outro lado da fronteira como braço direito do tal general Camargo. A ameaçar o enfadonho clima de romance surge um tal de Espada e o seu bando de pistoleiros, que a páginas tantas, coage O'Brien - de forma não muito fofinha - a juntar-se ao bando e rebelar-se contra Camargo, que se tornará em breve governador do território apesar do seu passado criminoso.

George Montgomery numa das poucas cenas de acção do filme.

Estranhamente em Itália, na França e mais alguns países, a personagem de O'Brien seria alterada para Django (em Itália: Django killer per onore), mesmo sem existir a mais leve parecença física ou outra, com homem do caixão. Quando muito compararia a trama deste “O Foragido do Rio Colorado” com o primeiro western de Sergio Leone (Por Um Punhado de Dólares) e ainda assim sinto que com esta estrambólica comparação ofendo a memória deste último, tal a disparidade de qualidade entre ambos. Na verdade, ainda que realizado em Espanha e com um elenco quase totalmente local (a excepção é apenas a presença de George Montgomery), nota-se que o filme  alinha claramente pela veia clássica, bem evidente quer pela trama entediada, quer pelo ritmo lento de morte, em completo desalinho com os motes do western-spaghetti então em voga por estes lados.

Quem matou, quem matou?

Para tal terá pesado a mão de Maury Dexter, realizador americano que fez esta ofensiva única no filão e que anos mais tarde labutaria em diversas produções da AIP e até na não menos fastidiosa série “Uma Casa na Pradaria”. Não vos quero enganar, este é sem dúvida um dos filmes mais «tanto faz» que vi deste que me propus dissecar o western europeu. Se procuram uns tortilha-westerns para desenjoar, vão a outra cantina que nesta a comida não leva sal!

3 comentários:

  1. Eis um outro exemplo cujo protagonista se chama "Montgomery", um nome (artístico) que estava na moda.
    Eis também mais um exemplo de "pseudo-Django" mal amanhado.
    Não sabia que Maury Dexter tinha tido responsabilidades na série de TV "Uma Casa na Pradaria" mas para mim essa série não valia nada, por isso é normal o meu desconhecimento.

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  2. Eu acho que quase todos os westerns de produção espanhola daqueles anos foram importantes para marcar uma posição mas, para mim, não lhes faltava apenas sal: faltava-lhes sal, pimenta, malagueta, piri-piri e tabasco!!
    Os primeiros a usar todos estes condimentos foram Leone, Corbucci e Questi. Os restantes limitaram-se a imitar.

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