10.27.2017

Giunse Ringo e... fu tempo di massacro (1970 / Realizador: Mario Pinzauti)

O realizador Mario Pinzauti deve ter esfregado as mãos de contente quando soube que contava com o ator americano Mickey Hargitay para protagonizar a seu primeiro western. Mas o destino foi cruel e, ao fim de poucos dias, Mickey Hargitay voltou para o seu país sem passar cartão a ninguém. O ator até já tinha filmado algumas cenas mas agora era impossível fazer com que ele voltasse. A trama inicial tinha como protagonista o pistoleiro Mike Wood (Mickey Hargitay) mas as circunstâncias levaram a produção a mudar o foco para Ringo (Jean Louis), o irmão de Mike Wood. Wood tem fama de ser um pistoleiro mortífero. O rancheiro mexicano Don Alonzo oferece-lhe dinheiro e trabalho. Mike envolve-se com a bela Pilar, a filha de Don Alonzo. Ao fim de um mês Mike desaparece sem deixar rasto.

Foram todos com os porcos!

Na aldeia, os camponeses mexicanos falam de uma poderosa maldição que atingiu Mike. Bruxaria, mau-olhado, magia negra, bonecos de vudu… Um agente da lei anda atrás de Mike. Ringo também quer saber o que aconteceu ao seu irmão. Ambos interrogam Don Alonzo, Pilar e todo o pessoal da zona incluindo taberneiros, mulheres da vida e um mestiço tarado. Alegadamente ninguém sabe nada, ninguém viu nada e ninguém ouviu nada. Gradualmente e inesperadamente várias pessoas são encontradas mortas por envenenamento (todas as vítimas espumam pela boca).

Alguém te vai curar a bebedeira.

Ringo também já foi ameaçado quando deixaram no seu quarto um lúgubre boneco de vudu, um dos muitos símbolos da temível magia negra! O epílogo desta história macabra será desvendado no interior de uma austera caverna subterrânea e o verdadeiro assassino vai provar (literalmente) do seu próprio veneno. Como diz o provérbio “quem com ferros mata, com ferros morre”. Última nota sobre este filme: a produção começou e terminou os trabalhos em 1966 mas o produto final só viu a luz do dia em 1971, ou seja, Mario Pinzauti guardou este projeto na gaveta (principalmente por causa da enorme falta de dinheiro) durante cinco longos anos!

5 comentários:

  1. O realizador Mario Pinzauti não deixou grande marca dos westerns-spaghetti (fez apenas 2). Além deste filme realizou também "Vamos a Matar Sartana", com George Martin e Gordon Mitchell, que diria que é o western-spaghetti mais misterioso de sempre porque, além do trailer disponível no YouTube, não se consegue (infelizmente) encontrar em lado nenhum na imensa Internet!

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  2. Pinzauti, à semelhança de outros cineastas italianos da época, após o western virou-se para o cinema erótico. Em 1976 realizou "Emmanuelle Bianca e Nera" e "Mandinga". Ambos os filmes não são nada de especial.

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  3. Este é realmente raro heim! Nunca tinha nem ouvido falar. E olha que eu estou com quase 300 na coleção, e a maioria dos anos 70. Bom, pelo visto trata-se de um spaghetti mais estranho - um weird western- com toques de outros gêneros em voga na época, como o famigerado "Gialli". Como eu não tenho nada contra o crossover do subgênero com outros, me parece interessante! Amo westerns assim.
    Amigos falando em gostos duvidosos para filmes, gostaria de convidar vocês para dar uma olhada no meu mais novo blog, que segue a mesma linha do Rarecult, porem este novo está mais polido e organizado. Segue o link para quem quiser ler, já tem algumas resenhas novas e outras que postei no antigo: http://dosussurroaogrito.blogspot.com.br/

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    1. Amigo Flávio, este filme é de facto muito raro mas mesmo assim está disponível no YouTube. Eis o link:
      https://www.youtube.com/watch?v=l9e7HFVGF_4&t=2865s
      Como é evidente vamos continuar a visitar e a seguir o teu novo blogue.
      Um abraço!

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  4. Este realizador teve mais umas desventuras, o seu primeiro filme ficou na gaveta e no "Brother Outlaw", saiu da carroça e foi Mullargia a acabar o filme. Segundo consta ele tinha mais habilidade para a escrita. Terá publicado alguns giallos antes de tentar as câmeras.

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