“Ser ou não ser, eis a questão!”. Assim começa o mais célebre monólogo de “Hamlet”. Joe Clifford é um ator apaixonado pelas obras de William Shakespeare. Viaja por todo o Oeste Americano disposto a interpretar no palco as peças do velho dramaturgo inglês. Além dos seus dotes de ator Joe Clifford também sabe manejar a pistola e isso garante-lhe vários problemas com as autoridades. Um dia é informado que herdou uma mina de ouro do seu falecido tio. Joe dirige-se à cidade para tomar posse da mina mas depressa percebe que as coisas não vão ser assim tão fáceis porque Berg, um poderoso homem de negócios e cabecilha de um bando de pistoleiros, já tomou posse da mina de forma (aparentemente) legal. Joe desconfia, entra em conflito com Berg e está o caldo entornado!
O trio Leopoldo Savona, Anthony Steffen e Eduardo Fajardo trabalharam juntos várias vezes neste registo. Talvez até demasiadas vezes porque as coisas já estavam a ser repetitivas e mais do que óbvias. Para desenjoar a bela música da autoria de Bruno Nicolai é um dos trunfos do filme bem como breves referências às obras mais conhecidas de Shakespeare (Hamlet, Macbeth).
Anthony Steffen a gastar pólvora e munições em dose industrial, Eduardo Fajardo no típico papel de vilão mau como as cobras e Leopoldo Savona assina um western banal, que não surpreende e que é minimamente decente mas sem qualquer hipótese de se aproximar do panteão onde residem os melhores do subgénero!
Eu acho que nesta fase do subgénero quem visse um western com Anthony Steffen via praticamente todos porque a coisa ia sempre dar ao mesmo. Steffen, apesar de ser uma grande vedeta em Itália, curiosamente nenhum dos seus filmes foi um grande sucesso internacional ao contrário de outros nomes italianos como Giuliano Gemma ou Franco Nero.
Mas alguns dos filmes com ele hoje em dia tem estatuto de clássico. Especialmente o Django il bastardo. Por falar nisso. No outro dia apanhei uma pessoa a ver o filme em pleno centro comercial Vasgo da Gama. Até lhe saquei uma foto à socapa, está aqui:
É sim senhor. O melhor e simultâneamente o mais estranho. Ele fez um outro filme com este Savona (Killer Kid) e acho que ambos se safam um bocado melhor que a média dele. Acho que a coisa só lhe começou a correr pior na transição da década de sessenta para setenta, quando ele começou a aceitar papeis mais virados para a comédia.
Essa transição aconteceu com quase todos os atores italianos de referência daquela altura. Todos eles deixaram de ser pistoleiros taciturnos duros que nem um calhau para passarem a ser tipos porreiros sempre com um sorriso na cara a fazer palhaçadas!
Com a agravante de Steffen não ser propriamente um tipo versátil. Provavelmente essa a razão de lhe meterem sempre um sidekick com mais jeitinho para a coisa.
Rapazito nascido e criado em Portalegre mas mudou-se para os ares de Alcochete na vida adulta. Ávido devorador de pernas de rã. Adepto dos Belenenses. Ouvinte de música com distorção e fã incondicional de westerns-spaghetti desde tenra idade!
Emanuel Neto
Nizorro que sempre viveu em Portalegre, cedo ganhou o gosto pelos westerns-spaghetti. Grande fã de Megadeth e heavy metal em geral, é também um compulsivo leitor que, entre vários tipos de literatura, nunca dispensa Tex e Zagor!
Eu acho que nesta fase do subgénero quem visse um western com Anthony Steffen via praticamente todos porque a coisa ia sempre dar ao mesmo. Steffen, apesar de ser uma grande vedeta em Itália, curiosamente nenhum dos seus filmes foi um grande sucesso internacional ao contrário de outros nomes italianos como Giuliano Gemma ou Franco Nero.
ResponderEliminarMas alguns dos filmes com ele hoje em dia tem estatuto de clássico. Especialmente o Django il bastardo. Por falar nisso. No outro dia apanhei uma pessoa a ver o filme em pleno centro comercial Vasgo da Gama. Até lhe saquei uma foto à socapa, está aqui:
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Não é por acaso que Anthony Steffen disse uma vez que "Django il Bastardo" era de longe o seu melhor western. Sem dúvida que tinha razão!
ResponderEliminarÉ sim senhor. O melhor e simultâneamente o mais estranho.
EliminarEle fez um outro filme com este Savona (Killer Kid) e acho que ambos se safam um bocado melhor que a média dele. Acho que a coisa só lhe começou a correr pior na transição da década de sessenta para setenta, quando ele começou a aceitar papeis mais virados para a comédia.
Essa transição aconteceu com quase todos os atores italianos de referência daquela altura. Todos eles deixaram de ser pistoleiros taciturnos duros que nem um calhau para passarem a ser tipos porreiros sempre com um sorriso na cara a fazer palhaçadas!
ResponderEliminarCom a agravante de Steffen não ser propriamente um tipo versátil. Provavelmente essa a razão de lhe meterem sempre um sidekick com mais jeitinho para a coisa.
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