2.14.2017

El sabor de la venganza (1963 / Realizador: Joaquín Luis Romero Marchent)

Com um título como este, não é preciso ter bola de cristal para adivinhar o que o futuro nos reserva, vingança, pois claro! Três irmãos assistem ao assassinato do seu pai às mãos de quatro foragidos. Os rapazes fazem-se homens mas a sede de vingança constantemente atiçada pela sua mãe, consome-os. A vingança pode ter vários sabores, Jeff (Richard Harrison) tenciona encontrar os bandidos que escaparam e levá-los à justiça, os outros dois preferem a simplicidade das leis do povão, justiça pelas próprias mãos. Tais desvios de identidade provocam grandes quezílias internas, que progressivamente afastam os irmãos. 

A gota de água dá-se quando uns bandidos lhes roubam algumas cabeças de gado. Os rancheiros interceptam facilmente os gatunos mas não lhe dão hipóteses de serem levados perantes os homens da lei, são antes selvaticamente mortos por Chris (Robert Hundar), que não está para aturar merdas. Jeff decide então abandonar o rancho para se tornar agente da lei. Na mesmíssima noite, Chris, embriagasse e acaba por abater um homem indefeso, não tendo outro remédio senão pôr-se na alheta. Separados, os irmãos seguirão diferentes pistas, atingindo eventualmente os mesmos resultados e o reencontro torna-se inevitável. A vingança será saboreada mas o seu gosto é amargo.

 Richard Harrison com cara de poucos amigos.

Esta produção ítalo-espanhola surge numa fase precoce do género, pelo que se entende as vénias feitas aos westerns americanos, cumprindo uma porrada daqueles clichés enfadonhos da corrente mais clássica. Muitas cenas de pancadaria, cowboys cantores, rodeos e afins. Já tenho dito, e por isso colecciono alguns inimigos, que esta é uma área onde normalmente não me misturo, mas admito que de quando a quando me cruzo com alguns exemplares bastantes eficazes, e deste gostei razoavelmente. 

Não faltaria trabalho a Fernando Sancho nos anos que se seguiriam.

Joaquín Luis Romero Marchent, hoje em dia notável pelo horror-western “Condenados a vivir” foi um dos primeiros a realizar westerns na europa (estreou-se com “El Coyote”, de 1954), aqui realiza uma história que escrita a meias com o irmão, e também ele realizador, Rafael Romero Marchent. A estrela da companhia é o americano Richard Harrison, que não abraçou à primeira esta ideia de fazer westerns em Espanha, voltando par as sandálias de gladiador. Só depois de Leone acender o rastilho é que mudaria de ideias, aí sim, ficaria de pedra e cal até que a coisa deu o pifo. Já Joaquín Luis Romero Marchent não demoraria muito a meter-se noutra, reunindo grande parte deste cast e equipa técnica, realiza “Antes llega la muerte”, outro a não perder!

8 comentários:

  1. Os irmãos Marchent foram muito importantes para o desenvolvimento do western europeu, embora sejam injustamente esquecidos por muitos.
    Foram os westerns de Marchent os primeiros a filmar no célebre cenário Hoyo de Manzanares (perto de Madrid) que anos mais tarde Sergio Leone aproveitou para filmar "Por um punhado de Dólares" ou Giulio Questi para "Se sei vivo spara!".
    É perfeitamente notório ainda a grande influência dos westerns americanos nos filmes de Marchent, talvez por isso não lhes passo muito cartão.
    Para mim, "Condenados a Vivir" é de longe o melhor western de Joaquín Romero Marchent.

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    1. Ainda me faltam ver alguns filmes deste Marchent, mas acho que o que mais gostei do que vi, é o "Antes llega la muerte", que também segue esta linha clássica.

      O "Condenados.." é ridiculamente diferente destes dois, para além da presença do Undari, em nada se compara. É um bom filme para quem não está para clichés americanos.

      E não esquecer que a Marchent ainda devemos a série "Curro Jiménez" que passou na TVE. Engraçado que já tenho falado sobre estes spaghettis e ninguém conhece nada além dos Sergios mas o "Curro" parece ser algo que pelo menos a rapaziada da raia viu e recorda.

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  2. Essa série do "Curro Jimenez" também é desconhecida para mim. Apesar de estar perto da raia infelizmente tive pouco acesso aos canais espanhóis (TVE 1, TVE 2 e Canal Sur).
    Mas pelo que pesquisei o protagonista é Sancho Gracia, que participou em muitos westerns-spaghetti como duplo ou como ator de segunda categoria.

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    1. Pessoal da cidade! Há vantagens em viver no campo. Aquela antena extra que o cota comprou garantiu-me esses canais em condições espectaculares e de quando a quando ainda apanhava a Antena 3 e o Canal +. É claro que a TVE era onde passava mais western e o Sur aquela dose de série B, Z...

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  3. Para mim o Canal Sur significava acima de tudo cinema erótico nos fins de semana. Lembro-me que o auge era no sábado à noite! Como não havia mais nada naquela altura, não nos podíamos queixar...

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    1. Sim, mas antes de passarem o filme erótico de sábado á noite, passavam frequentemente um filme de terror. Durante a semana passavam muito material de série B e nos finais de tarde davam o Dragon Ball, muitos anos antes da febre ter chegado a Portugal.

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  4. Uma curiosidade no blogue: este é o primeiro western de 1963 a constar na nossa lista. Segundo a minha contabilidade esta resenha é a número 159, ou seja, já foram abordados 159 filmes ao longo destes anos de existência.

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    1. Talvez tenhamos uma nova adição em 1963, e também deste senhor Marchent. Ando com vontade de fazer um raid aos westerns dele.

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