3.15.2021

Die schwarzen Adler von Santa Fe (1965 / Realizador: Ernst Hofbauer e Alberto Cardone)


Por alguma razão o western alemão tem ficado de fora aqui no blogue. Hoje é dia de começar a mudar isso e quem sabe não haja até espaço para os famosos filmes da saga Winnetou num futuro não muito distante. Sem promessas que o amanhã é cada vez mais incerto. De recordar que estas produções germânicas até se anteciparam ao boom que chegaria mais ou menos a meio da década de sessenta com o sucesso dos filmes de Leone e consequente entrada a pés-juntos de mais umas centenas de produções ítalo-espanholas.  


Sim, é um verdadeiro filme de índios e cowboys.

Este “As águias negras de Santa Fé”, surge nessa fase em que os italianos ainda estavam a dar os primeiros passos, mas ao contrário daquilo que se tornaria imagem de marca dessas propostas transalpinas, este filme tem pé firme nos moldes do western clássico. Usando a típica trama de arrufos entre índios, colonizadores e a cavalaria pelo meio a dar bardoada. Ou seja, aquele tipo de western que um olho menos treinado terá dificuldade em distinguir dos centos de westerns americanos de série b. 

O fazendeiro Morton (Werner Peters) toma conhecimento da existência de depósitos de petróleo numa reserva índia que faz fronteira com suas terras. De forma a se livrar dos índios e dos soldados do forte mais próximo, trata de incitar uns contra os outros simulando assassinatos mútuos. É então que Washington envia o agente secreto Cliff McPherson (Brad Harris) para o forte que, com a ajuda do jornalista Blade Carpenter (Horst Frank), também recém-chegado,  vai resolver o imbróglio. 


Brad Harris recebe o status da situação.

O filme é assinado por um tal de Ernst Hofbauer, que depois dele rapidamente derivou para outras cavalgadas, assinando uma porção considerável de filmes do género euro-erótica, com especial input na franquia Schulmadchen Report/Schoolgirl Report, que nem me arrisco a dizer quantos capítulos teve e que frequentemente faziam parte da programação do Canal Sur nos inícios de noventas. 

Esse atalho divergente do realizador tem levantado duvidas aos garimpeiros do western europeu. Ao que parece a segunda unidade terá ficado à responsabilidade de Alberto Cardone, ora atendendo à apetência deste para os westerns e à mais que certa inaptidão do tal Ernest, pode até ter havido aqui uma inversão de papeis. É mais um daqueles mistérios que provavelmente nunca se irá decifrar. 


Horst Frank só queria ir ás festas do colete encarnado, mas acabou numa cilada.

O elenco do filme é naturalmente repleto de actores germânicos, o que pessoalmente é algo que me agrada nestas produções, pois permite-me descansar daquelas fronhas omnipresentes do western-spaghetti. Desse grupo poucos foram os que transitaram depois para o western all’italiana. Mas há excepções, claro, Horst Frank por exemplo tornar-se-ia nos anos seguintes num dos vilões mais requisitados em Itália, entregando invariavelmente grandes interpretações. Um actor de mão cheia, que é por regra ofuscado pelo génio de outro actor alemão em voga na época: Klaus Kinski.

Mas como qualquer filme europeu a multinacionalidade faz parte da receita, havendo neste caso um americano e um italiano nos papeis principais, Brad Harris e Tony Kendall. Ambos participaram em diversos filmes alemães, mas Kendall parece ter-lhe tomado o gosto ficando por muitos anos agarrado à personagem Kommissar X. Franquia euro-spy de sucesso, que contou com muita mão de obra italiana (Parolini, Mauri). Aliás, ele andou tão atarefado por lá que quando enturmou no western italiano este já caminhava a passos largos para a extinção.


Foste enganado pelo cara-pálida amigo. Que vais fazer?

E uma curiosidade antes de vos deixar ir embora. Outro nome relativamente sonante do filme é o da actriz checa Olga Schoberová. O papel dela no filme é curtinho e desinteressante, sem real motivo de nota. Ela e Brad Harris tornar-se-iam um casal alguns anos depois. Os bons ares da rapariga levaram-na à capa da Playboy e à contratação pela Hammer, tornando-se com isso uma referência na sua terra natal. Já o casório com o nosso amigo Brad Harris nem deu para aquecer.


Olga Schoberová na capa da Playboy de Março de 1964.

3 comentários:

  1. Não foi planeado,mas hoje é dia de aniversário da amiga Olga. Parabéns!

    ResponderEliminar
  2. Não conhecia este filme e também não conhecia a Olga. Eu nunca fui leitor da revista Playboy. Eu gostava mais de ler a revista Gina!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Isso é outro campeonato!
      Mas sim, a menina (agora septuagenária) era bem bonita. Ela também participava do Lemondad Joe e julgo que em coboiadas, será só isso. Na Hammer fez por exemplo a Vingança de She.

      Eliminar