Sempre achei que juntar comédia e western era algo que não combinava bem. É algo que nunca me agradou. Há exceções, nomeadamente as aventuras e desventuras dos maninhos Trinitá e Bambino, mas mesmo assim ainda estão bem longe do meu ideal de western.
O realizador italiano Giuliano Carnimeo e o ator uruguaio George Hilton já tinham feito alguns anos antes duas insólitas (e patéticas) aventuras de “Aleluia”, o homem que disparava com uma máquina de costura. Apesar de tudo isso, ambos (Carnimeo e Hilton) devem ter percebido que ainda tinham mais ideias novas para produzir mais material novo para incluir em mais um filme novo recheado de parvoíces, estupidez e comédia bacoca que, além de não ter piada nenhuma, consegue alterar os nervos de uma pessoa!
O tema deste filme é a procura da chave de um cofre que aparentemente desapareceu. Para conseguir essa chave, o protagonista e o seu sócio vasculham num hospital psiquiátrico onde tanto médicos como pacientes brindam toda a gente com as suas irritantes caras de parvos e interrogam gente completamente passada dos cornos! Num mundo cheio de parvalhões nem a Ku Klux Klan escapa ao ridículo. O resto do filme é feito à base de muitas chapadas na cara.
Provavelmente estou errado mas fico com a ideia que George Hilton pretendia imitar Terence Hill e seguir os seus passos, ou seja, transitar de westerns violentos e sérios para ingressar em registos cómicos com muitas palhaçadas. Mas Hill manteve a dignidade, teve o carinho do público e continuou. Hilton não se safou. Depois dos westerns, o uruguaio dedicou-se ao “giallo” e bem, porque os seus trabalhos já tinham chegado a um ponto que até metiam medo!
Não há a mínima dúvida que este western prejudica gravemente a saúde. Além de queimar neurónios e estupidificar o cérebro de um modo geral, há também o risco de urticária e poderá ser extremamente corrosivo para quem tiver contacto direto com o filme. Felizmente, o meu boletim de vacinas está atualizado e consegui passar incólume a toda esta fantochada!
Mais cenas desta fantochada:
Começa assim:
Completamente de acordo, Emanuel, em quase tudo o que disseste, confesso que gosto do primeiro Aleluia, apesar de alguns exageros como a máquina de costura metralhadora. O Tressete é realmente mau demais para ser verdade, mas foi a febre dos westerns spaghettis-comédia que apareceu depois dos Trinitá, Hilton não é Hill e Chris Huerta não é o Bud Spencer.
ResponderEliminarAmigo António, eu acho que esta fase dos westerns italianos cómicos não foi uma febre mas sim uma epidemia perigosa!
ResponderEliminarSim, uma epidemia de febre tifóide ou de febre amarela, mas, na minha opinião, o género western em geral não é propenso à comédia, é um género que se pretende duro e aventuroso, mais ou menos psicológico. Um personagem ou uma ou outra situação cómica por vezes até é salutar, no momento oportuno.
EliminarÉ isso mesmo, António. Concordo totalmente. Acabaste de fazer um resumo perfeito do que deve ser o western.
EliminarComprei o DVD da Titanus no ano passado quando fui a Florença mas confesso que não aturei mais do que as cenas iniciais, essas do vídeo aqui publicado.
ResponderEliminarDe resto junto-me ao António Rosa na defesa do primeiro filme da personagem Aleuia, que acho bastante divertido. Já a sua segunda parte reconheço que não vale um chavelho.
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Pedro Pereira
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parece q algumas pessoas tem um ódio mortal por essa sátiras, mas o próprio Leone já dava um tom de deboche em Per Quache Dollaro In Piú (1965) e Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo (1966), meu único problema com esses Spaghetti comicos é se as piadas funcionam, eu achei q tanto no Aleluia quanto este aqui, a sátira funcionou bem.
ResponderEliminarSão opiniões. A meu ver, nada funciona neste filme e o humor é tão infantil e patético que até mete dó!
EliminarHá casos e casos. As primeiras comédias que surgiram no género são boas, mas estamos a falar em western-spaghetti... é óbvio que com a exploração intensiva de mais um filão haveria de se fazer muita porcaria.
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Pedro Pereira
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Coitado do Hilton. De todas as estrelas do Western Spaguetti, acho que foi a que mais se envolvera com filmes ruins; uma pena.
ResponderEliminarEle é oficialmente o saco de pancada aqui do blogue...
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Pedro Pereira
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É natural. O homem pôs-se a jeito...
ResponderEliminarSei que isto é mau, mas tenho de confessar que gostei de ver esta história, ou melhor vi até ao fim, e não não estava sob o efeito de substâncias psicotrópicas, serei normal.
ResponderEliminarFazer comédia não é facil, nunca foi
Abraço
Vitor Louçã