1.09.2021

Rebeldes en Canadá (1965 / Realizador: Amando de Ossorio)

O comerciante James Sullivan, alto funcionário da Hudson Bay Company acusa três indivíduos pela usurpação de um carregamento de peles. As testemunhas apresentadas pela acusação são justamente os seus empregados e ao capitão da Polícia Montada tudo isto lhe cheira a esturro, mas pouco faz para provar a inocência dos três desgraçados, que acabam por ser apresentados ao pelotão de fuzilamento.


Chapéus à Davy Crockett, não faltam neste filme.

Victor DeFrois, irmão de um deles, assiste ao acontecimento sem nada poder fazer para evita-lo, contudo jura fazer justiça e rapidamente se junta ao bando de rebeldes Franco-Canadenses, para fazer frente aos Ingleses. Depois de testado, é aceite no grupo e o seu líder aproveita a oportunidade para por em marcha um plano para limpar o sarampo ao avarento Sullivan. O executor do mesmo será nada mais nada menos que o nosso amigo Victor. No entanto para azar da trupe de assalto, o sacana do velho não está em casa e acabam por ter de improvisar, optando pelo rapto da sua filha.


Não lhe bastava o peso na testa e ainda isto!

O filme produzido em parceria entre Espanhóis e Italianos, sofre de algumas falhas de argumento, desde logo pelas motivações que levam Sullivan a incriminar três tipos aparentemente inocentes. Mas o pior é a falta de originalidade da trama, coisa típica dos filmes da primeira fase do western europeu. Como tal não será surpresa para ninguém que o rapto rapidamente se desenlace em romance entre a nobre inglesa e o rebelde.


Os opostos atraem-se. Aqui vai haver namorico.

Este é o segundo western do galego Amando de Ossorio. O anterior, “La tumba del pistolero”, filmado a preto e branco e também protagonizado pelo espanhol George Martin, difere em muito no estilo. Enquanto esse seguia um enquadramento em tudo igual ao dos filmes de suspense, com pouquíssimas cenas de acção e muito mistério, este segundo segue caminho diametralmente oposto. A história é altamente previsível e cenas de acção não faltam, sejam elas tiroteios, pancadaria ou acrobacias.


Paisagens nevadas não faltam neste filme.

O realizador notabilizar-se-ia anos depois pela sua ofensiva no cinema de terror espanhol, sobretudo pela famosa quadrologia dos cavaleiros templários cegos, seres mortos-vivos que montavam cavalos fantasmas em perseguição das suas vítimas, que conseguiam seguir pelo som do batimento cardíaco. Frequentemente envolto em produções de baixíssimo orçamento, acabou por abandonar o ofício em meados de oitentas, desiludido por os seus projectos nunca se terem materializado naquilo que imaginara. Westerns só realizou os dois supramencionados, mas provavelmente terá escrito muitos que jamais foram realizados. Desses, o único de que se conhece com vida é o incrivelmente bacoco “A Paciência tem um limite... Nós não!”, que tem um titulo absolutamente profético!


Poster Australiano para "A Noite do Terror Cego" (1972), o primeiro filme da saga.

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